domingo, 5 de maio de 2013

Sempre Forte

Uma juventude ociosa, uma cidade com poucas opções noturnas, todas as novidades vindas da Europa e EUA chegando primeiro lá, por causa das embaixadas. Isso num tempo onde globalização não era nem sonhada pelos visionários.

Na Inglaterra o movimento punk que se revoltava contra a realeza e o sistema produzia sua própria música com os Sex Pistols e o The Clash entre outras bandas. Aquela atitude contestadora espelhou bastante na Capital brasileira, onde os jovens se encontravam em contato com o centro do poder da ditadura militar. Filhos de funcionários públicos, de professores universitários e de militares, até, começam a criar um underground punk em Brasília, com roupas que chocavam a sociedade, mas principalmente levantando sua voz através da música, tentando acordar os adultos de seu estado letárgico. Numa utópica luta pela liberdade de expressão (nada de ideologias políticas, apenas a liberdade de fazer o que quiser).

É nesse cenário que surge um dos movimentos musicais mais ricos da cultura brasileira, o Rock de Brasília. Bandas como Plebe Rude, Capital Inicial, Aborto Elétrico e Legião Urbana são bandeiras desse período, rico sonoramente, com seus riffs de guitarras e suas letras contundentes.

E essa é a história que “Somos Tão Jovens” conta, tudo através daquele que talvez seja o maior ícone de sua geração, cultuado até hoje, mesmo depois de quase 20 anos da sua morte, Renato Russo.

Acompanhamos sua trajetória dos tempos de adolescente, com sua saúde frágil, até a entrada no mundo adulto e seus conflitos, como professor de inglês e seu sonho de ser uma estrela do rock. Suas amizades, seus dilemas no campo amoroso, seus ídolos, enfim, toda sua personalidade sendo moldada.

Somos apresentados ao primórdio de tudo isso, com o Aborto Elétrico, onde suas primeiras composições ganham vida, os desafios dos primeiros ensaios e primeiros shows, a conflito de personalidade com seu amigo e companheiro de banda Fê Lemos, as idas e vindas como o Trovador Solitário, até a chegada da Legião Urbana. Tudo isso regado por músicas conhecidas e que trazem um gosto de nostalgia.

E todo esse percurso não é feito só por Renato, nomes conhecidos aparecem em todo momento, vemos na tela versões de Herbert Viana, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá, Fê e Flávio Lemos, Dinho Ouro-Preto e outros nomes do Rock de Brasília.

Um caminho cheio de lembranças para quem era adolescente nesse período e que, mesmo vivendo longe de Brasília, viveu a explosão do rock nacional dos anos 1980.

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