domingo, 29 de abril de 2012

De casa nova

Estou de casa nova, é aqui.

Calma, não vou trocar este blog pelo outro, é que uma pessoa falou que não lê os posts de esporte que eu escrevo.

Apesar de ela me deixar triste de vez enquando, vou agrada-la, passarei a escrever os posts esportivos no outro blog e deixar este para os demais temas.

De anjos, magos e fantasia

Para quem sempre imaginou os anjos como delicados, pacíficos, ou outro adjetivo ameno, A Batalha do Apocalipse é um choque de realidade.

Tudo bem, ele é um livro de fantasia, com personagens que habitam essa classe de literatura, personagens como magos, anjos, demônios, e ali os anjos tem diversas personalidades, belicosos, ponderados e valentes.

E como seria o mundo se a guerra fria dos anos 1960 tivesse evoluído para um embate atômico?

Haveria uma solução para a humanidade sobreviver?

Em A Batalha do Apocalipse acompanhamos a trajetória de um anjo renegado, que erra pela Terra ao longo de toda a história da humanidade, acompanhando acontecimentos e fases importantes ao longo de sua caminhada até dias futuros, onde a ameaça sombria de uma hecatombe nuclear está pintado com cores fortes.

Também nos são apresentados cenários celestes e infernais, onde jogos políticos, alianças e traições se assemelham com a nossa realidade.

Realidade? Ficção? Não, apenas um conto de fantasia, uma história que mostra todas as cores de sentimentos humanos em personagens improváveis, onde a amizade e o amor triunfam.

Capa da edição portuguesa

Ops, estava esquecendo, é um livro interessante, mas não sei se o leria novamente.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

De rock, história e memória

Hoje eu estava escutando uma banda chamada Muchileiros.

Não você não está lendo errado, se você não é do meu Estado, provavelmente nunca ouviu falar deles, é uma banda daqui.

Começaram na fronteira com o Paraguai, uma fusão de músicos de outras bandas, ou seja, influências variadas e diferentes.

Já deve ter mais de 15 anos que chegaram à capital, com uma formação definida, outro nome, mas o mesmo som que perdura até hoje (com um pouco de diferença e muita evolução sonora).

Como eu sei de tudo isso?

Eu os conheci pouco tempo depois que aqui chegaram e fiz amizade com eles.

Assisti muitas apresentações deles na noite, quando aqui ainda tinha um nicho roqueiro, hoje em dia é muito difícil achar algum lugar para escutar boa música aqui.

Eu me lembro que chegava cedo no barzinho ou no espaço onde eles se apresentariam, eles normalmente estavam passando o som e me pediam para ajudá-los, apesar de não tocar nenhum instrumento, sempre tive bom ouvido, então conseguia orientá-los no equalizador, aumentando ou diminuindo o volume de som deste ou daquele microfone, deste ou daquele instrumento, e sempre, na hora do vamos ver, o som estava bem balanceado (modéstia a parte).

Ao longo desse tempo muita coisa aconteceu, entrada e saída de componentes na banda, brigas, casamentos e filhos.

Da minha parte, por outros motivos, deixei de assistir suas apresentações, nada contra eles, ainda tenho amizade por eles, mas os caminhos seguiram rumos diferentes, hoje, nem sei se continuam aqui, se foram para outra cidade, se estão ainda com a mesma banda, no CD que eu tenho deles tem a seguinte formação: Carlos “Bagre” (violão, guitarra e voz), Carlos Sória (violão, gaita, zampoña e voz), Flávio Guerreiro (bateria e voz) e Léo Wenoli (baixo e voz).

Mas tenho saudades de estar na plateia e pedir para eles tocarem esta ou aquela música, bons tempos aqueles.


terça-feira, 24 de abril de 2012

De torneio olímpico de futebol

Vamos falar de esportes.

Estamos a menos de 100 dias para as Olimpíadas de Londres.

Hoje saiu o sorteio das chaves do torneio olímpico de futebol, tanto no masculino quanto no feminino.

Algumas pequenas observações:

  • Vendo os Estádios que abrigarão o torneio fiquei besta, Anfield Road (Liverpool) não terá nenhum mísero jogo.
  • Torço muito para que as meninas se deem bem, pois aqui o esporte é considerado mambembe pela CBF, elas não têm nenhum apoio e são cobradas como os profissionais do masculino.
  • Não acredito no time masculino (posso queimar a língua como em 1994, mas não acredito), apesar de nomes como Lucas, Neymar, Ganso, Leandro Damião, não temos um técnico que dê segurança e tranquilidade, tanto ao time quanto à torcida, acredito que conforme for o desempenho da equipe, em agosto ou setembro teremos um novo nome no banco de reservas.

Eis os sete grupos, quatro do torneio masculino (A – D) e três do feminino (E – G).

Grupo A

  • Grã Bretanha
  • Senegal
  • Emirados Árabes
  • Uruguai

Grupo B

  • México
  • Coreia do Sul
  • Gabão
  • Suiça

Grupo C

  • Brasil
  • Egito
  • Bielorrússia
  • Nova Zelândia

Grupo D

  • Espanha
  • Japão
  • Honduras
  • Marrocos

Grupo E

  • Grã Bretanha
  • Nova Zelândia
  • Camarões
  • Brasil

Grupo F

  • Japão
  • Suécia
  • África do Sul
  • Canadá

Grupo G

  • Estados Unidos
  • França
  • Colômbia
  • Coreia do Norte


segunda-feira, 23 de abril de 2012

De reflexão


Depois de 15 dias de férias, voltamos à rotina.

Chegando à área de convivência dos funcionários (leia-se copa), observei uma mensagem afixada no quadro de avisos.

Ela não é nova, inédita ou o que o valha, uma procura rápida no “seo” google e você acha essa mensagem em diversos blogs e similares, mas tem algo para reflexão.

Por esse motivo resolvi coloca-lo aqui.


Mensagem de um idoso
  • Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas, ampare-me…
  • Se minha audição não é boa e tenho de me esforçar para ouvir o que você está dizendo, procure entender-me…
  • Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento é escasso, ajude-me com paciência…
  • Se minhas mãos tremem e derrubam comida na mesa ou no chão, por favor não se irrite, tentei fazer o melhor que pude…
  • Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu, pare para conversar comigo, sinto-me tão só…
  • Se você na sua sensibilidade me vê triste e só, simplesmente partilhe um sorriso e seja solidário…
  • Se lhe contei pela terceira vez a mesma “história” num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me…
  • Se me comporto como criança, cerque-me de carinho…
  • Se estou com medo da morte e tento negá-la, ajude-me na preparação para o adeus…
  • Se estou doente e sou um peso em sua vida, não me abandone, um dia você terá a minha idade…
  • A única coisa que desejo neste meu final de jornada é um pouco de respeito e de amor…
Um pouco… do muito que te dei um dia!!!

Autor desconhecido.



De fim de uma era

Estou devendo este post praticamente desde o início do mês.

Enrolei, atrasei, fiz o que pude para evitar tocar no assunto, mas não dá mais para postergar.

É algo que me deixou muito triste.

Agora mesmo, é uma coisa que estou enrolando para escrever.

Tá bom, vamos parar de enrolar.

Desde que eu me conheço por gente (e faz tempo), existia aqui uma banca de revistas, tradição na cidade.

Ela estava no mesmo lugar desde antes daqui assumir o posto de Capital Estadual.

Mudou de proprietário, teve momentos ruins, mas ela sempre estava lá.

Ouvi de uma funcionária essa frase, que ela escutou de outro cliente, se você quer uma publicação diferente, de alguma revista que tem poucos exemplares, procure aqui, aqui sempre teve.

Chegou a sair uma pequena reportagem no jornal estadual de maior circulação, pode parecer bobeira, mas esse fato realmente é notícia, afinal, fazia parte da tradição local, tanto quanto a feira central (que também já não está no mesmo local), tanto quanto o tereré, tanto quanto… ah, já dá para entender.

Foi numa quinta-feira, dia 5 deste mês, recebi a notícia de que a Criativa ia fechar, relembrei um pouco da minha história com aquele lugar, fiquei triste, nem tanto por ter que comprar revistas em outro lugar, elas sempre serão encontradas em outras bancas, mas fiquei triste pela história do lugar, pela pequena amizade que fazia com os funcionários, eles sempre guardavam uma ou outra edição que eu comprava, indicavam alguma edição nova, aquele atendimento diferenciado, posso até achar em outros lugares, mas vai faltar alguma coisa.

Hoje, dia 23, passei em frente, as portas estavam fechadas, um ou outro aviso sobre o fechamento, nem parei para ler, dá uma ponta de tristeza.

Mas a vida segue.

Últimos dias de postas abertas.

domingo, 22 de abril de 2012

De diários de viagem - a parte final

Vamos tentar fechar essa viagem, já que essa, que era para ser a melhor parte, não foi do meu contento.

Sábado iríamos viajar, então levantamos cedo, né?

Errado, pelo menos eu levantei, mas a indefinição da viagem criou um clima de marasmo, sei lá, de repente definiram.

Pega uma mochila de mão e só toalha, roupa de banho e mais nada, vai ser bate e volta.

Devo ter esquecido meu humor aqui, pois eu fiquei azedo até, eu queria passar dois ou três dias na praia, mesmo que não fosse a mais sossegada, só para relaxar.

Fomos e voltamos pela Rodovia dos Imigrantes, com seus túneis, curvas e paisagem bela.

Não me lembro de ter andado por túneis como andei ali, acho que me lembraria da cacofonia que é o barulho dos motores dos carros lá, a reverberação do som, os ecos, é tudo ensurdecedor.

O engraçado foi que me lembrei do filme Daylight, onde quase todo enredo se passa dentro de um túnel.

Guarujá é uma cidade praiana como outras, o diferencial foi a fama que angariou ao longo dos anos como cidade de veraneio dos bem nascidos.

De fato, os bairros dos “diferenciados” são atraentes, a Marina, onde ficam diversas embarcações caríssimas, é de se lembrar para sempre, não por ela em si, mas por algumas dessas embarcações.

Ali, no restaurante (onde qualquer mortal com uma cara-de-pau um pouco maior pode beber ou comer algo, mesmo não tendo embarcações ali aportadas), se você prestar um pouco de atenção, pega conversas jogadas ao vento falando de Europa, investimentos, ações e outras coisas que a maioria de nós sequer tem dimensão do que se trata.

O passeio por Guarujá foi isso, city-car, passeamos de carro pelas praias e paramos na Marina, nem vou comentar mais.

O único ponto bom desse dia foi que atravessamos a balsa e fomos para Santos, onde iriamos realmente almoçar.

Pegamos a avenida que beirava a orla e ela estava pra lá de congestionada.

Com esse problema, porque foi bom?

Era dia 14 de abril, e a data era o motivo da aglomeração.

Eu apesar de toda a conspiração contra, estava em Santos no dia do aniversário de cem anos do Santos Futebol Clube e estava passando em frente ao palco da festa.

Santos me pareceu ser igual às outras cidades, mas com um porte maior, muitos prédios na orla e me pareceu até que organizada para uma cidade que foi fundada no século XVI.

Mas, não sei se era o clima festivo, o fato de ser lar do clube, a praia, eu me senti em casa ali, acho que todos esses fatores me levaram a esse sentimento e, se eu puder, vou residir ali ainda.

Como eu disse, foi bate e volta, à noite estávamos em São Paulo de novo.

Domingo foi mais um bate e volta, dessa vez foi mais próximo.

Seríamos levados até um sítio na cidade de Suzano.

Tá, a viagem foi mais curta, seguimos pela Rodovia Anchieta, que também levaria ao destino do dia anterior, ela também tem um cenário bonito, só não sei se tem túneis, mas ela passa ao lado da Represa de Guarapiranga, uma das fontes de água potável da Grande São Paulo.

O sítio na verdade é um terreno grande numa área de zona rural da cidade de Suzano, uma região de serra onde a temperatura caiu bastante no final da tarde.

Lá haviam sido plantadas várias árvores frutíferas, havia uma piscina, a casa sede, a casa para o caseiro e um galpão que mais parecia uma varanda grande com quartos para hóspedes nos fundos.

Almoçamos lá, ficamos até o frio nos expulsar, então voltamos para a capital.

Como ninguém tinha nada planejado para a segunda-feira, acabaram nos levando para fazer compras de roupas e lembranças, isso numa loja enorme, de uns três andares, passamos lá bem entre uma hora e meia e duas horas.

Mais à noite voltamos a sair e ir passear em shopping, mais algumas compras.

Terça-feira não havia muito o que fazer, arrumar as malas, guardar as compras, tomar café da manhã e ir para o aeroporto, embarque pouco depois do meio dia.

Novamente procedimentos habituais para quem viaja, voo tranquilo, até o momento do pouso, quando a aproximação já estava em andamento, uma informação veio da torre de comando juntamente com uma ordem, arremeta, aborte o pouso.

Logicamente os passageiros não souberam dessa comunicação no momento, apenas compreenderam que o piloto havia feito uma arremetida, aliás, foi a primeira vez que aconteceu comigo, depois de terminado o procedimento o piloto informou a todos, esclarecendo o motivo, outro avião estava na pista (não sei se ele havia atrasado a decolagem ou as manobras de pouso), portanto nós não poderíamos usa-la naquele momento.

Isso atrasou o pouso entre três e cinco minutos, nova aproximação e o pouso foi autorizado, dessa vez sem problemas.

Assim termina a saga dessas férias, algumas lições aprendidas, frustrações e alegrias, acho que no balanço não posso reclamar muito, vamos ver o que acontecerá na próxima.


sábado, 21 de abril de 2012

De diários de viagem - monumentos e shopping

Vamos voltar a falar das férias.

Eu estava relutando, mas por um bom motivo, a partir da sexta e comecei a passar um pouco de desconforto de humor (tentando ser educado ao falar).

Como eu disse antes, a anfitriã gosta de fazer o que ela quer, independente do planejamento dos outros, e ela queria mostrar tudo o que pudesse no período em que nós estivéssemos lá, como se eu não conhecesse São Paulo.

Mas vamos deixar de ser desagradável e tentar contar os fatos.

Como na quinta-feira eu tinha conseguido fazer tudo o que queria e precisava na capital, tinha um dia para que ela, a anfitriã, fizesse suas vontades.

Devido aos afazeres domésticos, na parte da manhã ficamos livres, como o Monumento da Independência era do lado, fomos conhecer de perto.

Não posso dizer o contrário, é interessante, saber que ali a História aconteceu, ali estava o Riacho Ipiranga (hoje bem poluído), ali tinha uma pira em homenagem à independência.

Uma rampa de asfalto leva ao Museu da Independência (não fui lá, não estava com paciência para beber tanta História, o que já estava vendo estava bom), como o parque é aberto, diversos skatistas estavam lá, praticando, mas tudo na boa, ninguém incomodava ninguém.

Do lado esquerdo da rampa (para quem está subindo) há uma pequena construção, bem modesta, não sei, mas provavelmente é uma réplica da casa onde a comitiva de D. Pedro I parou em sua jornada e onde, supostamente, foi dado o famoso Grito do Ipiranga.

No alto da rampa há uma pequena praça ornada com mastros de bandeira, todos os Estados e o Distrito Federal estão ali representados.

O Monumento em si é uma construção ladeada pelos quatro lados por diversas estátuas, as quais relembram diversos movimentos de independência e batalhas que se seguiram ao ato de D. Pedro I, batalhas na Bahia, Tiradentes, um lorde inglês que comandou a resistência contra os Portugueses em um estado (não vou me lembrar, nem do nome dele, nem de onde foi essa resistência), enfim, vários nomes que contribuíram para a construção do que hoje é o Brasil.

O lugar é legal, para quem estava com a manhã ociosa foi um bom passeio.

Após o almoço eu não sei o que aconteceu, também não seríamos levados para conhecer algum lugar, diante disso, aproveitando o cansaço que estava, dormi um pouco para me recuperar dos dois dias anteriores.

Ao final da tarde, sei lá, foi depois das 18 horas, finalmente nos chamaram para sair.

Fomos a um shopping, não vou saber dizer o nome, pois eles falaram em ir a três ou quatro shoppings diferentes, até que finalmente decidiram-se por um.

Sem ser chato, quem conhece um shopping conhece todos, há poucas variações na estrutura deles, o que muda, na verdade, são as lojas.

Mas lá fomos nós, passei no quiosque de revistas e comprei algo para ler lá, enquanto eles olhavam vitrines e um ou outro produto, vai entender.

Eu sei que ficamos lá até às 22 horas, pois na hora em que saímos o shopping estava fechando.

Detalhe, apesar da praça de alimentação, nós não havíamos jantado, fui descobrir o porque assim que saímos do estacionamento do lugar.

Um telefonema rápido e nós seguíamos para a cidade de Santo André, íamos até a casa de um filho da anfitriã, comer pizza lá.

Passamos por São Caetano no caminho, vou ser sincero, eu não conheço o lugar, se o anfitrião não me fala que estávamos nesta ou naquela cidade, eu não saberia diferenciar, as cidades da Grande São Paulo cresceram tanto que a fusão entre elas engana quem não as conhece, ainda mais durante a noite.

Não posso reclamar, pois o fim de noite foi agradável, o casal que nos recebeu era agradável e tinham bons assuntos para se conversar, a pizza estava boa e lá tinha cachorros, hehehe.

Voltamos para o Ipiranga, pois no dia seguinte pegaríamos estrada e meu humor se escoaria mais rápido ainda, mas deixa para depois, aliás, vou tentar condensar os três últimos dias num post para tentar não transparecer tanto minha “felicidade”.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

De orgulho alvinegro

Afinal quem é Gilberto Mendes?

Um brasileiro, nascido na cidade de Santos, que neste ano completa 90 anos de vida.

E?

Também é Músico, Compositor, Jornalista e Professor.

Tá, mas é daí?

Bom, o motivo de o título deste ser De Orgulho Alvinegro se deve a este senhor.

Times europeus podem ter maior receita, número de sócios, torcedores, mas nenhum deles tem uma música clássica para orquestra.

Até onde se tem notícia, o Santos é o único a ter uma música composta em sua homenagem.

Na década de 1960, o Maestro, torcedor alvinegro, descia a serra, vindo da capital, no carro o rádio estava ligado, sintonizado em um jogo do lendário Santos de Pelé.

Segundo relatos dele a diversos jornalistas em várias entrevistas, ele passou a perceber que a narração e a interação da torcida com o jogo eram de uma riqueza musical ímpar, diante disso resolveu compor uma música usando essa sinergia.

Assim nasceu Santos Football Music, a única música clássica que homenageia um clube de futebol.

E ela é uma música diferente, pois além dos instrumentos musicais, a plateia interage com o espetáculo, como se realmente estivesse em uma arquibancada, no calor de uma partida.

Também faz parte do arranjo musical gravações da narração de um jogo, narração esta de Geraldo José de Almeida.

A música já correu mundo, sendo premiada em alguns lugares na Europa.

Com ela eu fecho as homenagens ao Centenário, de uma forma inesperada para mim, pois eu desconhecia esse orgulho até hoje.

Abaixo dividido em duas partes a apresentação da música, com um mix de imagens recentes com imagens de uma apresentação na Europa (em preto e branco), assista, é uma experiência curiosa e diferente.


De brinquedos e memórias

Ainda uma pausa nos diários de viagem.


Hoje pela manhã, lendo as notícias, me deparei com a informação de que o Shopping Morumbi, em São Paulo, está com uma exposição intitulada “30 anos de brincadeiras”, que resgata brinquedos e brincadeiras dos anos 80, que ficará aberta ao público até o dia 29 de abril, das 10 às 22 horas.

Época onde não existia tanta tecnologia (pelo menos não no Brasil), computador era coisa de ficção científica, a televisão era à lenha, telefone era fixo (quando tinha um sem fio era festa).

Nós, molecada no período, vivíamos jogando bola, brincando de esconde-esconde, pique, entre outras coisas, sempre nos parques, terrenos baldios ou na rua mesmo.

Quando chovia, eram jogos de tabuleiro, um ou outro brinquedo que dava para brincar no chão ou na mesa da cozinha, tudo muito mais rudimentar do que os dias de hoje, mas, posso estar enganado, tudo parecia mais saudável, a gente exercitava a imaginação muito mais do que hoje em dia, isso sem falar que o sedentarismo era mínimo.

Abaixo as imagens de alguns brinquedos da época, muitos perduram até hoje, algo que dá um gostinho de nostalgia e muitas lembranças boas.

Tinha uma musiquinha infernal, mas era O desafio.

Pré-História dos Vídeo Games.

Eram Matchbox, não Hot Wheels, eu tinha uma coleção, mas não tão grande assim.

Esse eu não cheguei a ter, uma pena.

Alguns ficavam mal fechados e era uma molhança só.

Sadismo puro, quem faz o Pirata pular?

Muita gente perdeu noites de sono tentando resolver o Cubo.

Não via graça, mas tinha muita gente que gostava.

Olha o trem.

Sonho americano de conquistar o Oeste.

Brinquedos promocionais, mas ressucitou uma lenda, o io-iô.

Malditos Nazistas, hahaha.

Você virava noites a fio jogando.

Esse é Clássico.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

De imperfeições e realidade

Vou dar uma pausa nos diários de viagem, ainda devo fazer pelo menos uns dois ou três posts, mas não agora.


Não entendo uma coisa, pessoas que buscam a perfeição, “que isso é perfeito”, “que aquilo é perfeito”.

O ser humano é, por natureza, imperfeito.

A busca da perfeição é uma ilusão enganadora, quando a realidade chega, o efeito é devastador.

Não é por isso que eu não busque melhorar, dentro da minha natureza procuro reduzir meus erros, mas sei que tenho meus limites, assim como todo mundo.

A delícia de um relacionamento a dois, assim como na vida, é compreender os defeitos da outra pessoa, se adaptar e adaptar a outra pessoa, superar os sonhos e tornar a realidade melhor.

Isso faz parte do jogo de sedução, do amor.

Dizem que ele é cego, não sei, acredito que ele seja maleável, para que aceitemos as imperfeições da pessoa amada.

Está certo, como tudo na vida, existe um limite, mas o desafio é saber conviver harmoniosamente sem desafiar os limites, se chegar a um consenso, se doar e saber que a outra pessoa também se doou para achar o encaixe na convivência, onde a felicidade seja o fator principal do relacionamento.

Se me perguntarem, eu respondo, não há uma fórmula, uma receita mágica, cada um deve se conhecer primeiro, se entender, para aí sim, passar a entender a outra pessoa.

Só que nesse mundo egoísta em que vivemos isso é difícil, eu mesmo reconheço que eu tenho muitas dificuldades com relação a isso, afinal eu sou imperfeito.

Para finalizar eu digo, não procure um príncipe encantado na minha pessoa, é mais fácil se achar um ogro, não um Shrek engraçadinho, mas um daqueles assustadores, monstruosos, só que saiba, dentro dessas imperfeições existe alguém que busca melhorar a cada dia, sempre.


De diários de viagem - Velhas Virgens Indie Rockin' Beer

Como eu disse no último post, voltamos para a casa dos anfitriões de taxi por ameaça de chuva.

E choveu, alagou diversas ruas e bairros em São Paulo.

Mas eu tinha um último compromisso, deveria ir ou não?

Era a data do lançamento da cerveja artesanal das Velhas Virgens, não seria a única oportunidade, eles virão aqui no mês de Junho, mas eu havia levado um peso extra na bagagem só para aproveitar a data.

Tinha levado um livro que já li só para pegar um autógrafo do autor, o vocalista da banda, o Paulão de Carvalho.

Ir ou não ir, fiquei com a dúvida similar a de Hamlet por alguns minutos, então decidi, iria sim.

Banho tomado, eu teria que me virar, o anfitrião havia ido para Santo André, um compromisso o levara até lá, ficaria muito chato eu esperar ele voltar para me dar uma carona até o Shopping Center Norte.

E ainda bem que era no Center Norte, Shopping que eu conheço desde o final dos anos 1980, assim eu sabia como chegar lá sem grandes dificuldades.

O que eu fiz?

Simples, devido ao horário já avançado (a cerveja seria lançada às 17 horas), eu não teria como pegar um ônibus, fui até um ponto de táxi, duas ou três quadras de onde eu estava hospedado.

Por causa da chuva, o taxista não quis enfrentar a Marginal Tietê, seria um congestionamento que não valeria o esforço, então ele me levou até a estação de metrô mais próxima, Estação Altos do Ipiranga (linha verde).

Segui até a Estação Paraíso, onde fiz a baldeação para a linha azul, seguindo até a Estação Portuguesa-Tietê, no terminal rodoviário do Tietê, que fica ao lado do Shopping.

Lá peguei outro táxi (estava chovendo ainda) até o Shopping.

Cheguei lá, fui até a Cervejaria Munique, que eu já conhecia de outras idas a São Paulo, o pessoal da banda estava lá, cumprimentei e peguei o autógrafo do Paulão e fiquei esperando vagar uma mesa, isso demorou alguns minutos.

Depois de instalado, eu pedi uma cerveja, uma porção de fritas e apreciei o sabor forte e encorpado da “Velhas Virgens Indie Rockin’ Beer”.

Não sou nenhum especialista, aliás, bebo pouco, mas sei quando uma bebida merece atenção especial e essa não é uma cerveja comum, não sei explicar o que a diferencia, como disse não sou expert, mas posso dizer que foi um momento ímpar.

Só lamento não ter encontrado o pessoal do Staff do Buteco do Paulão, do twitter, eu sei que os que moram em São Paulo estiveram lá, queria conhece-los pessoalmente, já que toda sexta-feira participo da brincadeira do buteco, onde por uma hora o povo faz uma bebedeira virtual no twitter, de forma bem sadia e com alto astral.

Feito isso, voltei pelo mesmo itinerário, e antes das 21 horas já estava na casa dos anfitriões, são e salvo.


De diários de viagem - febre nerd

Vamos continuar a caminhada pela Alameda Santos.

Seguimos por ela até chegarmos na Rua da Consolação, dobramos a esquina para a esquerda e andamos uma quadra até a Alameda Jaú, dobramos a esquina para a direita e andamos cerca de meia quadra.

Ali meu sangue nerd ferve afinal eu estava na frente de uma das mais conhecidas lojas especializadas em Histórias em Quadrinhos do país, a Comix.

Bom, eu leio HQs desde que me conheço por gente, não só Turma da Mônica, Disney e outras mais infantis, mas também quadrinhos de super-heróis e quadrinhos com temáticas mais adultas (da linha Vertigo e Marvel Max) americanas ou europeias.

Em uma ou outra edição havia a propaganda de uma loja especializada nesse tipo de publicação, a Comix, contendo endereço eletrônico e endereço físico.

Em uma das minhas muitas idas a São Paulo eu anotei o bendito endereço e descobri que ficava fácil de chegar lá, afinal ela fica a duas quadras da Avenida Paulista.

Passar vontade não espelha o que um nerd fã de quadrinhos passa lá dentro, é pouco.

Pois o lugar não possui em exposição apenas revistas, mas tem também diversas miniaturas e memorabílias relacionadas aos personagens, DVDs e outras mídias, enfim, tudo relacionado direta ou indiretamente aos quadrinhos.

Lá já comprei raridades como a edição “Showcase Jonah Hex”, uma edição especial de Watchmen, além de outras publicações menos raras, mas ainda assim importantes.

Como eu disse, estava sem verbas, só passei lá para ver as miniaturas expostas, alguma coisa a mais, mas tudo muito rápido.

Porque a rapidez?

Simples, quando cruzei a Avenida Paulista, para os lados do Paraíso, diversas nuvens pesadas de chuva estavam se formando, no dia anterior uma chuva já havia fechado a pista de Congonhas, não queria ser colhido na rua por outro aguaceiro (se bem que no próximo post contarei que eu encarei essa chuva).

Como estávamos a pé, pegamos um taxi e fomos para o Ipiranga, para a casa dos nossos anfitriões.


De diários de viagem - memórias gustativas

Na verdade, depois da ida à Compact Blues eu deveria ir para a casa dos anfitriões, não por compromissos, mas por que quase todos os recursos que eu havia separado para gastar em São Paulo haviam sido consumidos com os CDs, mas eu tinha que passar em dois lugares, por memória afetiva (se posso usar o termo), mesmo não entrando eu tinha me prometido passar em frente, vai entender as loucuras.

Bom, saímos da Compact Blues e seguimos pela Rua Augusta de volta até a Avenida Paulista, atravessamos a avenida que é o centro financeiro do país, passando no Conjunto Nacional.

Não, foi só mesmo passagem, apesar de ali estar a maior loja da Livraria Cultura, não tinha nenhum compromisso ali dentro (sim, eu sou louco por livros, mas não faço questão de pisar na Cultura, eu sei que passaria muita vontade ali, então evito).

Seguimos pela Alameda Santos no sentido da Rua da Consolação, para passar em frente ao Boteco Brasil, que fica na esquina dessa Alameda com a Rua Bela Cintra.

Esse estabelecimento era um dos meus objetivos da caminhada.

Vamos apelar para as recordações, afinal dessa vez só passei vontade ao passar em frente ao Boteco.

Apesar do nome, ele não é um desses barzinhos onde você vê bêbados ou tem suspeita da procedência dos produtos ali comercializados, ele é um point para o pessoal que trabalha próximo curtir um Happy Hour esperando o horário do rodízio de carros acabar, o lugar também é bom para almoçar, afinal a comida é muito boa.

Na época eu namorava a Luciana, a gente descobriu o Boteco por acaso, havíamos saído para comer e paramos num fast food de massas, já havíamos comido ali antes e gostado do lugar, mas naquela noite, não sei por que motivo, o atendimento não havia sido legal e, não sei se o pessoal da cozinha tinha gente novata ou qual foi o motivo, os pratos haviam passado do ponto.

Eles haviam conseguido chamuscar um prato de gnocchi quando foram gratinar o queijo e ainda assim a massa parecia encruada, estava muito pesada.

Contrariados comemos e saímos sem sorvete ou qualquer outra sobremesa.

Não vou falar o nome desse local, mas era próximo ao Boteco, pois um pouco depois passamos em frente ao Boteco e, como ele ainda estava aberto e atendendo, entramos para pedir um café ou algo para tirar o gosto ruim do chamuscado da boca.

Não lembro bem o que comemos, mas acho que foi uma porção de fritas e bebemos algo, mas estou especulando se afirmar que foi isso.

Atendimento legal, eu sempre fui assim, o lugar pode ser um moquifo (não era o caso), mas se tiver um atendimento diferenciado, eu volto.

Foi o que aconteceu, alguns meses depois voltamos lá para jantar como se deveria fazer.

Depois de olhar cardápio, pedimos filé de picanha na chapa (da forma como veio a picanha não dá para chamar de outro jeito), eu com molho de alho (ou alho e óleo) e a Luciana com molho de alcaparras (acho que era isso, mas de novo não tenho certeza), quando os pratos chegaram quase caímos de costa.

Toda a superfície do filé de picanha estava coberta com alho frito (no meu caso) e com alcaparras (no caso dela).

Podem pensar que então os pratos estariam com sabor excessivo e forte, enganam-se, estavam bem temperados e saborosos, tanto que nem lembro o que tinha de acompanhamento, mas deveria ser o habitual, arroz, fritas e salada, talvez um feijãozinho também.

Sim, isso é recordação afetiva, hahaha (#vaigordinho).

Bom o fato é que o lugar é muito bom e eu só não fui lá porque havia almoçado havia pouco tempo, passei lá por volta de 15 horas, mas é um lugar que pretendo voltar quando for novamente a São Paulo, vale a pena.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

De diários de viagem - tentações musicais

Continuando, fomos até a Estação São Bento do Metrô, na Ladeira do Porto Geral, ali seguimos em sentido à Estação Paraíso, tudo isso na linha azul, na Estação Paraíso nós fizemos baldeação para a linha verde, no sentido da Estação Consolação, onde descemos na Avenida Paulista.

É engraçado, pois a Estação Consolação fica na Avenida Paulista, já a Estação Avenida Paulista fica na Rua da Consolação, vai entender a lógica.

Subimos as escadas próximas à Rua Augusta (é, aquela da música da época da Jovem Guarda), no lado que temos acesso ao centro, só um parêntese, de um lado da Avenida Paulista temos os bairros dos Jardins e de Perdizes, do outro acesso para a região central da cidade.

Seguimos pela Rua Augusta, no sentido centro, por três quadras até uma galeria onde está instalada a loja Compact Blues, que vende CDs e DVDs nacionais e importados.

Tem uns seis ou sete anos que eu compro lá, sempre que vou a São Paulo, acabei ficando conhecido do dono, que já importou para mim alguns CDs da Europa e EUA, aliás, lá você consegue comprar CDs importados mais baratos que os nacionais (lógico, dependendo do câmbio comercial).

Como eu disse, tem tempo que eu compro nessa loja e nesse período ela já mudou de endereço duas vezes, não me recordo onde ela estava localizada quando fiz a primeira compra, depois eles tiveram que se mudar para uma galeria que ficava a meia quadra da Avenida Paulista, sempre na Rua Augusta, onde ficaram até o final de 2010.

Essa foi a primeira vez que fui à nova sede, aliás, a loja é uma sociedade de irmãos, tendo mais duas lojas, só que nessa onde eu vou, o dono tem um atendimento mais individualizado, algo que fez com que eu ficasse freguês habitual.

Ali eu tenho que me policiar, senão fico horas escolhendo CDs, vendo suas capas, sonhando, procuro ficar pouco tempo, aliás, não deixavam que eu ficasse muito tempo lá, haha.

Não sei quanto tempo fiquei lá dentro, mas saí com alguns CDs interessantes, para variar, aumentando minha coleção.

Esse era um post que eu tinha dívida, já devia ter falado há mais tempo dessa loja, agora resgato a dívida e indico, o lugar vale a pena.

De diários de viagem - Mercado Municipal SP

Quinta-feira começou bem, eu ia ser rebelde, ia fazer o que havia programado e ninguém ia impedir (vai render este e mais quatro posts).

Eu realmente havia separado um dia para comprar minhas coisas, como ir a São Paulo e não comprar CDs, Revistas e outros mimos para mim mesmo?

Acordamos, havia café da manhã com pão fresquinho, frios, suco, café e leite, melhor que muito hotel por aí, como eu disse, os anfitriões fizeram de tudo para nos tratar bem.

Terminada a refeição, recebemos uma carona até o Mercado Municipal, orgia alimentícia, como dizem no twitter, #vaigordinho.

Quem é de São Paulo ou já foi lá sabe como é, vou tentar passar o esquema para quem nunca pisou lá, sei que não vou conseguir, afinal é uma experiência rica demais para ser colocada em palavras, mas vamos tentar.

Havia mais de dois anos que eu tinha ido lá pela última vez, algumas coisas mudaram devido a vigilância sanitária, mas no geral, tá tudo bom do mesmo jeito.

Bom, a carona nos deixou perto da Rua 25 de Março, centro de sacoleiros que vão à cidade comprar roupas de baixo custo, até estranhei, da última vez que havia me aventurado ali o movimento era muito maior, será a época ou a crise?

Uma caminhada pequena e entramos no Mercado por uma porta lateral, caindo direto no setor de frutas.

Para quem não conhece, o lugar é ótimo, você passa pelos boxes e em muitos um ou outro vendedor te chama à atenção, oferecendo pequenas fatias de frutas ou queijos ou qualquer outro produto alimentício, você praticamente faz uma refeição ali, só com essas amostras.

Foi assim, experimentamos diversas frutas nacionais e importadas, morango, uma espécie de pinha, uma mistura de maçã e pêra oriunda do Japão, maracujá colombiano, tâmaras israelenses, fora os queijos e pastas à base de queijo.

Só entre os boxes ficamos mais de duas horas andando, não só para experimentar as coisas, mas a festa colorida para os olhos é algo inexplicável, você realmente perde toda noção de tempo ali.

Há boxes de carnes, de peixes, só retiraram os boxes de flores, segundo um funcionário de um box, parece que as flores atraíam muitos insetos e a vigilância sanitária solicitou que esses boxes fossem colocados no lado externo do Mercado.

Foi a primeira vez que eu vi um box que comercializava suvenires (há foto no tumblr).

Subimos para o mezanino, para comer, afinal ir ao Mercado Municipal e não comer o pastel de bacalhau ou o sanduíche de mortadela significa que você não foi lá.

Pedidos os pastéis, comemos sem pressa, aproveitamos para ver os vitrais clássicos do Mercado, ter uma visão “aérea” dos boxes e descansar um pouco, afinal estávamos andando havia duas horas.

Terminada a refeição, descemos as escadas e fomos comer uma sobremesa, salada de frutas com sorvete, e que sorvete, ele era artesanal, muito saboroso.

Depois passamos por uma lanchonete no térreo, esqueci o nome, o que é uma pena, onde há uma bela homenagem a um dos músicos mais carismáticos da cidade, Adoniran Barbosa, valeu uma foto.

Fizemos compras de queijos e frutas e falamos tchau para o Mercado.

Voltamos à Rua 25, até a Ladeira do Porto Geral, onde pegamos o metrô com destino à Av. Paulista, mas isso é outro post.


De diários de viagem - a residência e primeira noite

Sempre que eu fui a São Paulo, eu me hospedava na Zona Norte, primeiro, na época de universidade era em Santana, depois, na Lapa, e por último, na Freguesia do Ó, dessa vez foi em um lugar diferente, fiquei nos Altos do Ipiranga, bem pertinho do Museu da Independência e do parque do Ipiranga (acho que é isso, aliás, vai ter post sobre o parque).

Aliás, dos fundos da casa onde fiquei dava para ver uma das estátuas do Monumento da Independência.

O casal anfitrião foi muito simpático e atencioso conosco, sendo que ele foi nos buscar no aeroporto, por causa da chuva que havia fechado o aeroporto, ele ficou preso no trânsito e tivemos que esperar cerca de uma hora depois do desembarque até que ele chegasse lá, mas tudo bem, um dos lugares onde eu mais me sinto em casa em São Paulo é no Aeroporto de Congonhas.

O trânsito estava complicado, mesmo sendo relativamente perto do aeroporto, segundo o anfitrião sem a chuva nós chegaríamos mais rápido na casa deles, para mim, como o local era novo, estava tudo dentro dos conformes.

Não vou lembrar o endereço da rua, nem tem importância, mas a casa onde ficamos é muito boa, dois andares (comecei a repensar a ideia de morar numa casa assim depois dessa estadia, quando você chega cansado da rua, subir escadas não é nada agradável, mas ali estava de férias, valia tudo).

No térreo, uma sala espaçosa, um átrio e uma copa conjugada com a cozinha, depois uma varanda no fundo com barzinho e churrasqueira, e uma pequena área com direito a piscina.

No andar superior, quatro quartos (uma suíte) e banheiro, tudo muito espaçoso.

Depois de deixar as malas nos quartos, a anfitriã nos convidou para jantar fora, mas curiosamente não foi em restaurante, foi numa padaria.

Eu sei que a padaria em São Paulo é uma instituição, mas desconhecia que além do café da manhã e de almoços, os paulistanos também jantavam nas padocas.

Como cada bairro tem sua identidade em Sampa, no caso as padarias grandes e luxuosas, até, com diversos serviços além do tradicional pãozinho diário.

Ali comprei uma lembrancinha para uma pessoa, hehehe, eu só mandarei para ela em maio.

Feita a refeição, voltamos para a casa, lá percebi que meus planejamentos iriam por água abaixo, é que eles queriam nos mostrar tudo o que fosse possível naqueles dias em que estaríamos lá.

Eram mais de dez da noite e saímos de novo, fomos até um Ceasa, não sei se o termo no caso é correto, é um mercado atacadista em frente ao Mercado Municipal, onde eles recebem as mercadorias para serem negociadas no dia seguinte.

Quase uma hora e meia andando entre os boxes, muita fruta comprada e cansaço da viagem batendo, voltamos para finalmente dormir, isso já quase uma da manhã.

Assim terminou o primeiro dia da saga, abaixo uma visão da varanda da casa onde ficamos.

De diários de viagem - a ida

Tô de volta.

Passei uma semana sem atualizar o blog, estou de férias, 15 dias só, mas deu tempo para viajar.

Só não atualizei o blog em viagem porque não consegui conexão pelo notebook, mas tudo bem.

Vou tentar começar uma pequena série de diário de viagem, contando curiosidades, afinal ir a São Paulo é corriqueiro para mim, então vou tentar mostrar algumas coisas diferentes ou incomuns que aconteceram dessa vez, além de pagar uma “dívida” com alguns temas que precisam ser escritos aqui.

Primeiro tema é a viagem de ida.

Para quem já viajou de avião não há muita novidade, afinal, é sempre a mesma coisa, embarcar, guardar as bagagens de mão, ouvir as instruções para emergência, tudo normal.

Mas, quando faltavam uns 10 ou 15 minutos para a aterrisagem veio uma informação da cabine:

“Chuva forte em São Paulo, a pista de pouso em Congonhas (aliás, o aeroporto) estava fechada, teremos que sobrevoar Araraquara por um tempo, até as condições climáticas melhorarem.”

É, isso resultou em meia hora de atraso na viagem, mas nada de tensão ou atropelos, abaixo fica uma imagem do céu poucos minutos antes da aterrisagem, com as nuvens já dispersas.

terça-feira, 10 de abril de 2012

De cenário da cidade

Férias é legal, a gente fica livre para não fazer nada, mas isso dá tédio.

Para não deixar o marasmo me pegar, vou viajar, então hoje tive que descer para ultimar algumas coisas na cidade.

Aproveitei então para passar numa praça no centro da cidade e tirar algumas fotos, a maior parte estará no Tumblr.

Sinceramente não sei qual o nome oficial da praça, eu a conheço pelo seu nome popular, a “Praça do Rádio”, já que um clube tradicional da cidade tem sua sede em uma das ruas que ladeia a praça.

Nela existe um monumento em homenagem à colônia japonesa que reside aqui.

Não lembrava, estou tão habituado a passar por ela e ver o monumento que esqueci quando ele foi inaugurado, foi em 1978, pelos, então, 70 anos de imigração japonesa para o Brasil.

Mais recente é o palco construído, ele é usado pelo menos uma vez ao mês, com shows gratuitos trazidos pela Prefeitura da Capital, sempre com artistas de MPB da velha guarda, estive apenas em um, a praça estava tão lotada que não havia mais espaço para uma formiga sequer.

Essa é uma coisa interessante em Campo Grande, apesar de capital, ela tem suas nuances de cidade do interior.

De origens alvinegras

Acho que já contei a minha saga ao escolher um time de futebol para torcer, mas não tenho certeza se o fiz aqui no blog, se foi eu fiz isso na versão passada, que foi apagada, mas não tenho certeza.

É curioso, mas eu me tornei alvinegro por dois motivos, o primeiro foi uma derrota de outro time, o Atlético-MG, na final do brasileiro de 1977 (aliás, quem defende mata-mata, esse é outro exemplo de como esse tipo de disputa é injusta), o segundo motivo foi uma geração de grandes jogadores que surgiram no mesmo time no ano seguinte, 1978.

Como assim, você se tornou santista por causa de uma derrota do Atlético-MG?

Sim, eu era bem criança, estava começando a conhecer o futebol e no campeonato brasileiro daquele ano, o Atlético-MG tinha um grande time, com Reinaldo, Cerezo, entre tantos outros, o time mineiro chegou à final contra o São Paulo, que jogava para o gasto, colhendo resultados sem praticar um futebol bonito.

A decisão seria em jogo único, como os invictos mineiros tinham a melhor campanha, o jogo seria em Belo Horizonte, no Mineirão, mas essa era sua única vantagem, pois um resultado de empate levaria o jogo para a prorrogação e, se mantendo o empate, pênaltis.

Eu sei que, abusando de faltas, o São Paulo acabou levando o jogo para os pênaltis, onde foi campeão, isso me frustrou, me fazendo a torcer contra o tricolor paulista em qualquer competição que fosse.

Não sei por que, talvez pela derrota, mas acabei não torcendo pelo Galo das Alterosas, continuei procurando um time com que me identificasse para torcer.

Isso aconteceu no ano seguinte, no campeonato paulista.

Por problemas financeiros, o Santos que não podia montar um elenco com jogadores experientes para disputar o campeonato, chamou uma solução caseira para assumir o comando técnico, Francisco “Chico” Formiga.

Ciente da situação financeira do clube, Formiga aceitou a missão de lançar os “pratas da casa” nos profissionais, subindo diversos jogadores ao longo do campeonato, entre eles o ataque arrasador composto por Nilton Batata, Juary, Pita e João Paulo.

O campeonato seria longo, devido à Copa do Mundo da Argentina e outros motivos administrativos.

Chegaram ao turno final 10 equipes, Santos, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Francana, Guarani, Ponte Preta, Portuguesa de Desportos, Juventus e Botafogo-SP.

Em sistema eliminatório, os finalistas foram Santos e São Paulo, de novo o time que eu torcia contra, o time que eu não gostava.

O Santos, com ataque insinuante, veloz, tinha melhor campanha e jogava com uma vantagem, seria uma disputa melhor de quatro pontos (na época a vitória valia dois pontos), disputada em até três partidas, no caso de as equipes permanecerem empatadas em pontos ao final do terceiro jogo, este iria para a prorrogação e o resultado de empate na prorrogação daria o título ao time de melhor campanha no campeonato (o Santos).

Com idade de oito para nove anos, vou ser sincero, lembro-me vagamente dos jogos, aliás, lembro-me mais de imagens que as televisões mostram hoje em dia do que na época mesmo.

Mas a história conta que o Santos ganhou o primeiro jogo, ampliando a vantagem, o segundo jogo ficou no empate, obrigando a realização do terceiro e decisivo jogo.

Neste jogo acredito que o tricolor tenha jogado com a faca nos dentes, pois nos noventa minutos acabou ganhando o jogo, obrigando mais trinta minutos de agonia para definir o campeão.

De um lado, os experientes, faltosos e tarimbados são paulinos, do outro, os jovens, rápidos e incipientes santistas, que tinham que segurar o empate para levantar a taça.

O alvinegro estava desfalcado, não jogaram a finalíssima Ailton Lyra, o mais experiente meia do time, e João Paulo, veloz e endiabrado ponta esquerda que tem vasta história no time de Vila Belmiro.

O empate ao final da prorrogação foi um prêmio ao time, que arriscou tudo ao lançar jogadores da base entre os profissionais.

Não me lembro de nada do jogo, mas são frescas na minha memória eu comemorando, em frente à televisão, o título dos “meninos da Vila”.

Novamente não sei o motivo, talvez a vitória, talvez a identificação com um time de garotos, talvez o encantamento com o futebol alegre, rápido e objetivo do time, talvez predestinação, mas eu abracei as cores alvinegras naquele dia.

Penei com o período de seca de títulos do time, com jogadores de qualidade duvidosa que vestiram o manto, mas aprendi a valorizar o futebol arte, o futebol moleque, o futebol paixão, onde um drible tem tanto ou mais valor que um gol, onde uma pedalada se torna imortal, onde o time e a torcida vivem em comunhão.

Essa memória terna eu trago comigo desde aquele time dos primeiros Meninos da Vila.

Time que jogou a grande final do campeonato paulista de 1978.
Em pé: Gilberto Sorriso, Flávio, Zé Carlos, Antonio Carlos, Neto e Nelson.
Agachados: Nilton Batata, Toninho Vieira, Juary, Pita e Claudinho.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

De música e lembrança

Estava de bobeira hoje, entrei no “seo” Google e resolvi pesquisar imagens do Pantanal, atualizei o Tumblr com várias fotos.

Quem olha assim até acha que eu gosto do mato.

Como diz Zé Geraldo, eu sou “demasiadamente urbano”.

Mas não nego que muitas vezes, olhando essas imagens, dá vontade de passar um fim de semana no Pantanal (ainda bem que a vontade passa rapidinho).

Mas aí eu me lembrei de uma história, dos anos 1980, envolvendo música e o Pantanal.

Não lembrava a data (“seo” Google me salvou de novo), foi no ano de 1985 para 1986, Almir Sater, Paulo Simões, Zé Gomes, todos músicos, se juntaram ao pesquisador Zuza Homem de Melo e ao fotógrafo Raimundo Alves Filho e resolveram, todos, seguir para o Pantanal.

Eles se uniram a uma comitiva pantaneira, para fazer o transporte de gado à moda antiga, cruzando o Pantanal.

Dessa aventura surgiu um documentário, Comitiva Esperança, dirigido por Wagner Carvalho, um filme curta-metragem de aproximadamente 50 minutos, que conta a história dessa viagem.

A película teve diversos prêmios de trilha sonora e fotografia em festivais e mostras de cinema, além de trazer à luz uma bela música da parceria de Almir e Paulinho, que trago a letra aqui abaixo.


COMITIVA ESPERANÇA (Almir Sater e Paulo Simões)

Nossa viagem não é ligeira, ninguém tem pressa de chegar
A nossa estrada, é boiadeira, não interessa onde vai dar

Onde a Comitiva Esperança, chega já começa a festança
Através do Rio Negro, Nhecolândia e Paiaguás
Vai descendo o Piqueri, o São Lourenço e o Paraguai

Tá de passagem, abre a porteira, conforme for pra pernoitar
Se a gente é boa, hospitaleira, a Comitiva vai tocar
Moda ligeira, que é uma doideira, assanha o povo e faz dançar
Oh moda lenta que faz sonhar

Onde a Comitiva Esperança chega já começa a festança
Através do Rio Negro, Nhecolândia e Paiaguás
Vai descendo o Piqueri, o São Lourênço e o Paraguai

Ê, tempo bom que tava por lá,
Nem vontade de regressar
Só vortemo eu vô confessar
É que as águas chegaram em Janeiro,
deslocamos um barco ligeiro
Fomos pra Corumbá
 

De poesia centenária

Não sou, nem nunca fui, chegado a poesias, sei lá, não é minha praia.

Mas nesta semana o Santos Futebol Clube faz 100 anos, diversos torcedores, mais conhecidos ou não, começaram a fazer variadas homenagens ao clube.

Ontem no portal Santista Roxo, li uma poesia feita por um torcedor, o José Erato Ferraz, que tem no portal um blog, o Blog do Erato.

Peço licença ao Erato para publicar a poesia aqui, também como mais uma homenagem na contagem regressiva para o dia 14/04, quando o glorioso Santos Futebol Clube completa seus 100 anos de Futebol Arte.




Centenário – Um século de história, desta vez na poesia alvinegra de José Erato.

I

Surge o sol no horizonte,
Raia o dia neste instante;
Enfim, catorze de abril!
Me encontrem na Imigrantes.
Clima ameno de outono,
Lua no quarto minguante…
Para muitos mais um dia
(Sem nenhum fato marcante),
Mas não é seguramente;
Pois hoje, precisamente,
Faz CEM anos um GIGANTE.

Eu, pequenino poeta,
Busco um verso diferente,
De rima rica e tocante:
Um poema comovente.
Ajuda-me, musa audaz!
Inspiração, não se ausente!
A missão, ingrata e nobre,
É contar pra toda gente,
Nesta data singular
- De façanha secular -
Como meu peito se sente.

Sim, há exatos CEM anos,
Quando no Atlântico Norte
Afundava o Titanic,
Aqui nascia o mais forte
Alvinegro do Brasil,
Divisa insigne do esporte.
Leão do Mar altaneiro,
Gloriosa é tua sorte!
São milhões de toda parte,
Como eu a declarar-te:
PEIXE-REI ATÉ A MORTE!



II

Eu, um pequeno de teus filhos, me propus
Tecer CEM versos para ti, singelo encarte
À tua epopeia: CEM anos de GLÓRIAS,
CEM anos de ORGULHO… CEM anos de ARTE!

Da primeira assembleia – Rua do Rosário -
Foram tantos vultos de saudosa memória:
Sizino, Francisco, Argemiro e Mário…
Tantas personagens fizeram tua história!

Se não dá pra relatar aqui todas elas,
Impossível, igualmente, é esquecê-las.
De Arnaldo Silveira (do primeiro GOL)
Ao Rei de Ébano que veio das estrelas.

Como não falar do ataque dos CEM gols:
Camarão, Siriri, Feitiço, Araken…
De Antoninho, na década de quarenta;
Cinquenta e sessenta? Não tinha pra NINGUÉM!

PELÉ, Zito, Pagão, Formiga, Tite, Pepe;
Gylmar, Mauro, Calvet, Dorval, Coutinho, Lima,
Dalmo, Mengálvio, Carlos Alberto, Edu…
Nosso SANTOS estava um degrau acima.

Vou parar com os nomes pra não ser injusto,
Seria inevitável esquecer alguém.
Nossa história tem REI… e príncipes à Beça,
Uma corte REAL que NENHUM outro tem.

Após três gerações de Meninos da Vila,
Ninguém mais duvida: o CÉU é o limite.
A Vila é o legítimo CELEIRO DE CRAQUES.
Quem será o próximo? Deixe seu palpite.



III

Tanta gente boa ficou de fora,
Mas não dá pra falar de todo mundo,
Grandes nomes de hoje e de outrora…

Nascidos no teu seio tão fecundo;
Valentes de tamanha galhardia
Que a pátria tem em apreço profundo.

Pra lembrar todos eles eu teria
Que tornar em livro esta resenha…
Tão aquém fica minha poesia.

A santástica seu fervor empenha,
Mas é tempo de festa, não de pranto.
Os que já partiram, que Deus os tenha!

Estrangeiros que honraram nosso MANTO,
Artilheiros, goleiros, treinadores…
Em seu louvor hei de entoar meu canto!

Atletas, inclusive amadores,
Torcida, dirigentes, funcionários…
Ergo um brinde, senhoras e senhores,

Hoje também é seu aniversário!



IV

Nem falei dos títulos; são tantos e tantos,
Meu amado SANTOS, num poema não cabem.
Vou citar, numa estrofe, os principais;
E quanto aos demais… teus bons filhos bem sabem.

TRI senhor dAmérica; BI do mundo inteiro;
Do Brasileiro, OITO vezes maioral!
Cinco Rio-São Paulo, dezenove Paulistas…
Segue-se uma lista INTERNACIONAL.

Enquanto derramo, em versos, meus amores
Outra Libertadores está em disputa.
Quiçá venha o TETRA; meu SANTOS querido
No embate renhido jamais foge à luta!

REI dAmérica no século que passou!
Mas quem não presenciou – ó santista infante -
Não se preocupe. De vitória em vitória
Mais um século de glória vem adiante!

Enquanto teus filhos, o teu povo amado,
Com o peito inflamado te rendem louvor,
Começa a contagem pra mais um CENTENÁRIO.
Feliz aniversário, SANTOS, meu amor!!!