domingo, 22 de abril de 2012

De diários de viagem - a parte final

Vamos tentar fechar essa viagem, já que essa, que era para ser a melhor parte, não foi do meu contento.

Sábado iríamos viajar, então levantamos cedo, né?

Errado, pelo menos eu levantei, mas a indefinição da viagem criou um clima de marasmo, sei lá, de repente definiram.

Pega uma mochila de mão e só toalha, roupa de banho e mais nada, vai ser bate e volta.

Devo ter esquecido meu humor aqui, pois eu fiquei azedo até, eu queria passar dois ou três dias na praia, mesmo que não fosse a mais sossegada, só para relaxar.

Fomos e voltamos pela Rodovia dos Imigrantes, com seus túneis, curvas e paisagem bela.

Não me lembro de ter andado por túneis como andei ali, acho que me lembraria da cacofonia que é o barulho dos motores dos carros lá, a reverberação do som, os ecos, é tudo ensurdecedor.

O engraçado foi que me lembrei do filme Daylight, onde quase todo enredo se passa dentro de um túnel.

Guarujá é uma cidade praiana como outras, o diferencial foi a fama que angariou ao longo dos anos como cidade de veraneio dos bem nascidos.

De fato, os bairros dos “diferenciados” são atraentes, a Marina, onde ficam diversas embarcações caríssimas, é de se lembrar para sempre, não por ela em si, mas por algumas dessas embarcações.

Ali, no restaurante (onde qualquer mortal com uma cara-de-pau um pouco maior pode beber ou comer algo, mesmo não tendo embarcações ali aportadas), se você prestar um pouco de atenção, pega conversas jogadas ao vento falando de Europa, investimentos, ações e outras coisas que a maioria de nós sequer tem dimensão do que se trata.

O passeio por Guarujá foi isso, city-car, passeamos de carro pelas praias e paramos na Marina, nem vou comentar mais.

O único ponto bom desse dia foi que atravessamos a balsa e fomos para Santos, onde iriamos realmente almoçar.

Pegamos a avenida que beirava a orla e ela estava pra lá de congestionada.

Com esse problema, porque foi bom?

Era dia 14 de abril, e a data era o motivo da aglomeração.

Eu apesar de toda a conspiração contra, estava em Santos no dia do aniversário de cem anos do Santos Futebol Clube e estava passando em frente ao palco da festa.

Santos me pareceu ser igual às outras cidades, mas com um porte maior, muitos prédios na orla e me pareceu até que organizada para uma cidade que foi fundada no século XVI.

Mas, não sei se era o clima festivo, o fato de ser lar do clube, a praia, eu me senti em casa ali, acho que todos esses fatores me levaram a esse sentimento e, se eu puder, vou residir ali ainda.

Como eu disse, foi bate e volta, à noite estávamos em São Paulo de novo.

Domingo foi mais um bate e volta, dessa vez foi mais próximo.

Seríamos levados até um sítio na cidade de Suzano.

Tá, a viagem foi mais curta, seguimos pela Rodovia Anchieta, que também levaria ao destino do dia anterior, ela também tem um cenário bonito, só não sei se tem túneis, mas ela passa ao lado da Represa de Guarapiranga, uma das fontes de água potável da Grande São Paulo.

O sítio na verdade é um terreno grande numa área de zona rural da cidade de Suzano, uma região de serra onde a temperatura caiu bastante no final da tarde.

Lá haviam sido plantadas várias árvores frutíferas, havia uma piscina, a casa sede, a casa para o caseiro e um galpão que mais parecia uma varanda grande com quartos para hóspedes nos fundos.

Almoçamos lá, ficamos até o frio nos expulsar, então voltamos para a capital.

Como ninguém tinha nada planejado para a segunda-feira, acabaram nos levando para fazer compras de roupas e lembranças, isso numa loja enorme, de uns três andares, passamos lá bem entre uma hora e meia e duas horas.

Mais à noite voltamos a sair e ir passear em shopping, mais algumas compras.

Terça-feira não havia muito o que fazer, arrumar as malas, guardar as compras, tomar café da manhã e ir para o aeroporto, embarque pouco depois do meio dia.

Novamente procedimentos habituais para quem viaja, voo tranquilo, até o momento do pouso, quando a aproximação já estava em andamento, uma informação veio da torre de comando juntamente com uma ordem, arremeta, aborte o pouso.

Logicamente os passageiros não souberam dessa comunicação no momento, apenas compreenderam que o piloto havia feito uma arremetida, aliás, foi a primeira vez que aconteceu comigo, depois de terminado o procedimento o piloto informou a todos, esclarecendo o motivo, outro avião estava na pista (não sei se ele havia atrasado a decolagem ou as manobras de pouso), portanto nós não poderíamos usa-la naquele momento.

Isso atrasou o pouso entre três e cinco minutos, nova aproximação e o pouso foi autorizado, dessa vez sem problemas.

Assim termina a saga dessas férias, algumas lições aprendidas, frustrações e alegrias, acho que no balanço não posso reclamar muito, vamos ver o que acontecerá na próxima.


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