domingo, 23 de junho de 2013

A Tecnologia e as Manifestações

E as manifestações continuam, agora com menos intensidade, afinal o fio condutor que levou a população às ruas era o valor das passagens do transporte público, e elas abaixaram. Depois disso, o caleidoscópio que estava na rua acabou se dispersando um pouco, afinal, são tantas as reivindicações que muita gente ficou perdida. O Movimento Passe Livre (MPL) já divulgou que na terça-feira voltará às ruas com as seguintes bandeiras: Desmilitarização da Polícia e Controle dos Preços dos Aluguéis.

Mas enquanto o MPL se afastou, os confrontos em algumas cidades recrudesceram, Rio, Belo Horizonte, Vitória e Curitiba, para citar algumas. Aí entra o que eu quero abordar.

Como você sabe desse recrudescimento, se a Rede Globo (tv aberta e por assinatura) e os outros canais não falaram nada disso? Simples, pela tecnologia existente nos dias de hoje, Smartphones e conexão 3G ou wireless (que alguns moradores na região dos protestos liberaram o acesso para os manifestantes).

Enquanto as mídias tradicionais mostravam os locais onde os manifestos estavam amenos, no Twitter, Facebook e outras redes sociais da internet as notícias mostravam outra realidade. Fotos, relatos e imagens geradas denunciavam a ação violenta (quase sempre vinda dos policiais), bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e outras coisas do arsenal anti-protesto das Polícias Militares Estaduais, também foram mostradas imagens de oportunistas e vândalos, que se aproveitaram do anonimato entre os manifestantes para quebrarem patrimônio público e privado, além de realizar saques a lojas que se localizavam na área das manifestações/conflitos.

Tudo isso acontecendo e a mídia tradicional com o discurso alienante, tentando passar uma realidade falsa aos seus telespectadores, inclusive com uma frase que me chamou a atenção: “vários flashes acontecem agora, amanhã as redes sociais estarão inundadas de imagens das ruas de hoje.”, não, aquelas imagens que eram retiradas naquele momento, em questão de segundos, já ilustravam os relatos nas redes sociais.

Não sei se foi proposital, ou esse jornalista/comentarista, assim como outros, realmente desconhece e subestima o avanço tecnológico que o mundo e o país apresentam e que os manifestantes mostravam uma realidade mais dura que a fantasia que eles queriam mostrar.

Diante desse fato, só cabe uma análise, ou as mídias tradicionais reconhecem essa nova velocidade da informação e se adaptam a elas, ou cada vez mais elas cairão em descrédito e se tornarão obsoletas e perderão o rumo da história.


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