quarta-feira, 26 de junho de 2013

Inverno

Já não me lembro mais quanto tempo que eu escuto sobre os fenômenos El Niño e La Niña, que acontecem no Oceano Pacífico e por deslocamento de correntes aéreas e massas de ar seco ou úmido, acabam influenciando o clima no centro-sul do país.

Neste ano, não sei o motivo, nenhum desses fenômenos foram observados por cientistas e meteorologistas, daí, no dia 21 de junho, quando começou o inverno por aqui, a notícia que ele seria um inverno normal. Eu comemorei com um tweet, falando disso e completei que não me lembrava da última vez que havia tido um clima normal durante o inverno.

De certa forma é verdade, faz alguns anos que o inverno aqui é seco, algumas vezes a temperatura mal cai, deixando uma sensação estranha. Não vou falar que isso tem a ver com aquecimento global, progresso ou algo parecido, por um motivo, eu não sei a origem desses fenômenos.

Eu me lembro da primeira vez que eu ouvi falarem de El Niño, foi nos anos 1980, no começo daquela década, quando o fenômeno causou um clima totalmente diferente do esperado no Nordeste do país, causando um quadro de flagelo. Eu me lembro de diversas iniciativas humanitárias para arrecadar donativos para os desabrigados.

De lá para cá, as notícias falavam dos fenômenos e de suas influências no clima nacional, quase sempre de forma negativa.

Bom, o fato é que neste inverno não há influências, estamos vendo o inverno como deveria ser sempre, ou pelo menos assim falam os especialistas.

Nesta semana tivemos boas amostras do que sempre teríamos: chuvas constantes, regulares, temperaturas entre 15 e 19 graus. Um quadro que, involuntariamente, eu guardava na memória. Não sei quantas vezes eu me peguei relembrando de um quadro assim, dia cinzento, temperaturas amenas e chuva, exatamente como hoje. Uma sensação de deja vu, algo que me deleitou, enfim, parece que eu hoje vivi numa dobra espaço-temporal que por algum motivo sempre acalentei e sonhava reviver.

Não importa o quanto a vida lhe mostre a sua face dura, você sempre se maravilha com coisas mínimas que ela lhe oferece, basta você ter a sensibilidade de aproveita-las quando elas se apresentam.

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