domingo, 18 de novembro de 2012

De concreto e samba

Hoje eu estava inspirado. Quem me conhece sabe que eu gosto de rock, mas também alguma coisa de MPB, Jazz, Blues e um pouco de outras coisas.

E, bem, hoje eu resolvi curtir um pouco de samba, samba paulistano. E tem gente que diz que São Paulo é o túmulo do samba, é porque menospreza os sambistas da terra da garoa.

Não sei fazer uma lista aqui, mas lembro de dois, um compositor e cantor e uma banda que era sua maior interprete, sim, Adoniran Barbosa e Os Demônios da Garoa.

Os sambas de Adoniram, totalmente urbanos, mostrando uma cara da cidade que poucos conheciam, sempre foram marcantes, como aquele jeito dele, com o sotaque carregado de descendente de italianos (se era, não sei, mas o sotaque assim o indicava), a fala mansa, um jeito cativante.

Já os Demônios, um bando de brancos tocando samba e um samba que não tinha aquela cara do morro, era o samba do Adoniram, samba que lhes identificava tanto quanto com o compositor, numa época em que os meios de comunicação eram pouco desenvolvidos, eles eram a cara do samba paulistano que tanto receberam preconceito.

O fato é que eu desde cedo aprendi a gostar deles, do Trem das Onze, da Saudosa Maloca, do Samba do Arnesto, enfim, de uma brasilidade diferente, com toda a característica do imigrante e sua mistura com o já miscigenado brasileiro.

E fica assim.

“Se o senhor não tá lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse edifício alto
Era uma casa véia
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construímo nossa Maloca…”

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