domingo, 11 de novembro de 2012

De decisões

“…

Aquele prometia ser um verão bom. A ideia de ir para aquela cidade costeira, que não era polo turístico, com a família, para poder descansar era muito boa.

Aquela mansão a beira-mar, naquele preço, não era verdade, foi um verdadeiro negócio da china. Poder ver o entardecer das janelas da sala de estar, relaxar, poder aproveitar o dia na companhia da esposa e dos filhos…

Fazia tempo que o dia-a-dia estressante o fazia sentir-se culpado, como se a negligência com sua ausência pudesse ser evitada. Daquele jeito ele não conseguia acompanhar o crescimento dos filhos, que já estavam para entrar no ensino médio, já estavam na adolescência, dali a pouco os primeiros namoros, depois a faculdade, quando ele puder se aposentar seus filhos já estarão casados, com família, aquele tempo importante do crescimento não voltaria atrás.

Sua esposa também trabalhava, e muito, mas ainda assim ela conseguia ser mais presente, ele não sabia como ela fazia isso.

Seu sonho era poder sair daquele emprego, achar outra ocupação que lhe tomasse menos tempo, mas como manter o plano de saúde, os filhos estudavam na melhor escola da cidade e isso custava caro, não só a mensalidade, mas os livros e outros materiais. Isso era uma encruzilhada, ele estava perdido, não sabia o que fazer.

Ele havia se decidido, iria aproveitar uma hora em que seus filhos estivessem ausentes, brincando no gramado do quintal da casa ou dormindo e ele conversaria com ela, duas cabeças pensando poderiam achar uma solução de forma mais fácil, ela era mais ponderada, poderia ajuda-lo a ver que decisão tomar.

…”

(Devaneios sobre uma foto do litoral da Irlanda)

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