terça-feira, 25 de setembro de 2012

De sede no deserto

O ambiente é seco, só de olhar você já sente sede.

As imagens, avermelhadas como as paredes das escarpas, perdem nitidez com o calor abrasador, que faz aquele bafo abrasador subir do solo.

Morros, vales, desfiladeiros, precipícios, nada parece ser sólido e ao mesmo tempo tudo é mais do que real, a visão engana, as miragens são uma constante.

Rastros na areia. Seriam eles de um coiote? Afinal, que outro animal seria insano o suficiente para caminhar neste inferno em terra?

Cuidado com as frestas entre as pedras, potenciais ninhos de víboras. Ou apenas esconderijo de venenosos escorpiões?

O sol implacável não perdoa nem mesmo a sombra, quem dirá um cavalo sedento, em breve ele será somente uma carcaça para os abutres que espreitam nos galhos retorcidos dos poucos arbustos que, teimosamente, resistem ao ambiente.

Olhos d’água são uma sedutora tentação, mas o cuidado tem que acontecer, afinal a água pode estar envenenada, essa e a crueldade da vida.

Cada minuto é uma eternidade, cada passo um esforço sobre-humano, sobreviver é uma aventura.

(Devaneios sobre uma fotografia da Spider Rock – EUA)

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