quinta-feira, 27 de setembro de 2012

De um monólogo com Varsóvia

Você já nem se lembra de quando nasceu, não é mesmo?

Os livros contam que no Século XIII foi reconhecida como cidade… naqueles tempos de Idade Média sabe se lá o que eles consideravam uma cidade, um grupamento de casas, uma igreja e um mercado? Um castelo como centro urbano, talvez? Mas o fato é que oficialmente você era uma cidade, bem no meio do caminho entre os Cárpatos e o Mar Báltico, num lugar frio pra caramba.

Até o Século XVI não tinha tanta importância, não sei, não conheço direito sua história, mas foi no final desse século que você virou a capital do seu país… quanta importância.

Você já viu diversos exércitos invasores, não é mesmo? Suecos, russos, Napoleão e os franceses, e sobreviveu a todos, com algumas cicatrizes, mas sobreviveu.

Seu maior terror, porém, vinha do Oeste, mais próximo que o general francês, mas imitando-o, talvez com mais crueldade e sanguinolência. Acho que você nunca se esquecerá daquela suástica, dos braços direitos erguidos como saudação, do Heil…

É muito doloroso falar, parte de sua população, cerca de 35% dela, ou fugiu sem levar nada ou foi presa, assassinada ou confinada num gueto onde viviam apertados, sufocados, numa subvida. A desumanidade dos invasores foi assustadora, o pior é que o resto do Mundo só soube disso muito tempo depois. Verdade, alguns sabiam disso na época e fizeram vistas grossas, a tal política de alianças sempre resultou crimes tão cruéis quanto os praticados pelos invasores.

Mas tudo o que é ruim passa, essa fase passou, assim como a fase da “ditadura” de esquerda, que caiu graças a um sindicato com o nome de Solidariedade. Sim, ele era mais forte em outra cidade, mas a liberdade pela qual eles lutavam chegou até você, o líder deles foi presidente e reconheceu sua importância.

Hoje você tem importantes centros de ensino, uma Orquestra Filarmônica, seu Teatro Nacional e a Ópera são bem conhecidos.

Mas são pequenas construções como essa abaixo que encantam, que mostram o seu lado tradicional, sua humanidade (se me permite o termo).

Quem sabe um dia eu venha a lhe conhecer melhor do que essas simples palavras, mas que seja no verão, seu inverno é demais para mim.

(Devaneios sobre uma foto da cidade de Varsóvia, Polônia)

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