domingo, 6 de maio de 2012

De peles vermelhas

Pode parecer estranho eu estar falando sobre os índios norte-americanos e não os brasileiros.

Mas não é, existe uma explicação básica.

Os norte-americanos são malucos, quando eles resolvem documentar alguma coisa eles fazem em escala industrial, ou seja, divulgam de todas as formas até a saturação, enquanto que nós somos um pouco relapsos com relação a isso, ou não, acho que existem assuntos nacionais muito bem documentados, pode ser então que o assunto indígena não seja de tanto interesse assim então.

Bem, como eu disse existe todo tipo de documento que um leigo queira saber sobre os índios norte-americanos, filmes onde eles são protagonistas, são vilões, são mocinhos, revistas e livros falando a exaustão sobre a conquista do Oeste, onde os colonos tiveram os mais variados tipos de contato com as tribos, enfim, ficção ou realidade, eles tem material à vontade.

Feito esse preâmbulo, vamos falar do livro em si.

“Enterrem o Meu Coração na Curva do Rio”, de Dee Brown, tenta mostrar a realidade das tribos indígenas na metade do século XVIII, um pouco depois do massacre dos soldados comandados pelo famoso General Custer, na batalha de Little Big Horn.

As tribos Sioux, Dakota, Ute, Cheyenne e outras foram metodicamente empurradas em direção às reservas criadas pelo governo, locais onde eles pouco teriam chance de sobreviver e ficariam dependentes da benevolência do “irmão branco”.

Não é um romance, mas um texto documental, mostrando as situações de penúria que algumas tribos passaram ao aceitar as reservas, os últimos grandes chefes que ainda tentaram a vida nômade e, desta forma, fugir ao domínio da União, enfim, a realidade sem o glamour que muitos historiadores tentaram dar à questão indígena norte-americana.

Eu li esse livro há muito tempo atrás e, mais recentemente, fiquei sabendo que a rede HBO o transformou em um filme de mesmo nome, cheguei a assisti-lo, como era de se esperar é muito mais superficial, mas ainda assim interessante para quem não tem tempo disponível para ler o livro.

Torna-se interessante ver a diferença cultural entre os antagonistas, como a “civilidade” branca sobrepuja a cultura vermelha, uma leitura indicada.

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