quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Tiro no pé

Estava vendo hoje pela manhã uma reportagem sobre barracas de praia.

As prefeituras do litoral norte paulista estão proibindo que os comerciantes da orla coloquem barracas e cadeiras na areia, alegando que protegem os turistas dessa forma.

Para mim isso é um tiro no próprio pé.

Não vou falar sobre levar comida ou bebida para lá, para não gastar com as oferecidas pelas barracas, acho que esse espírito “farofeiro” muito pobre.

Não falo de quem vai com crianças, pois estas sempre têm algumas prioridades que somente se levando de casa podemos suprir, falo de grupos de adultos, ou mesmo casais, que querem “economizar” e acham que levando de casa sai mais barato.

O que quero falar é sobre organização e limpeza.

Frequentei as praias do litoral norte paulista nos últimos anos, quando ainda não havia a proibição e na última vez que fui para lá essa lei estava começando a entrar em vigor, a diferença era grande.

Não ia no período de verão, alta temporada, não sou dos que gostam de muita aglomeração, gosto de curtir o local com um pouco de tranquilidade.

Mas mesmo assim, estava muito diferente.

Antes da Lei, boa parte da faixa de areia estava mesmo tomada pelas cadeiras e barracas dos comerciantes, mas existiam faixas onde quem queria levar as coisas de casa podiam se instalar e não eram lugares ruins, como poderia se alegar, talvez em alta temporada esse problema existisse, mas isso não vai mudar agora, já que a lotação continuará a mesma.

A vantagem desse tipo de organização é a proteção, já que os ambulantes, vendendo “comidas ou bebidas” de origem duvidosa quase não abordavam os banhistas, já que estes tinham opções nos menus das barracas e muitas vezes mais barato até.

Outra coisa a favor dos comerciantes, segurança, com as cadeiras e barracas dispostas na praia, pelo menos dois ou três atendentes (não dá para chamar de garçom, né?) ou mais, dependendo da época, estão circulando constantemente entre elas, o que inibe a ação de amigos do alheio (não impede, mas a presença deles dificulta muito), agora, como eles não tem a obrigação de circular pela areia, ou você vai ter que cuidar de seus pertences com mais atenção ou vai levar prejuízo.

Mas o principal é a limpeza, com os comerciantes responsáveis pela estrutura na praia, seus atendentes sempre recolhem o lixo produzido pelos turistas, seja papel, latinha, ou o que quer que seja, mantendo a areia limpa.

Agora, essa responsabilidade cabe aos turistas e a limpeza às prefeituras, ou seja, ao final de um dia de veraneio, teremos praias imundas, cheias de lixos que só poluem o ambiente, pois sabemos que as prefeituras têm, normalmente, um serviço de limpeza deficitário e a grande maioria dos turistas pouco estão preocupados com a questão ambiental, não se dando ao trabalho de recolher seu próprio lixo.

Como eu disse, é um tiro no pé, pois a tendência é que essas praias (a maioria lindíssima) acabarão por perder seus encantos e atrativos, fazendo com que as cidades acabem perdendo seu potencial turístico e cada vez menos sendo visitadas.

Essa imagem pode ser o futuro das praias do litoral norte paulista.

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