domingo, 18 de setembro de 2011

Não Vou Sair.

Parte da minha formação musical se deu na Universidade, cursada no final dos anos 1980, ainda com resquícios do ranço da ditadura militar e ecos da repressão.

Não, não sou músico, mas considero que tenho uma bagagem considerável, o que acabou me tornando um chato de carteirinha com certos tipos de música.

Mas voltando ao meu tempo de universitário, foi uma época onde você, queira ou não, tinha que ser politizado, ou era contra o governo, ou a favor, poucos conseguiam ser isentos.

Mas isso não quer dizer que o clima fosse hostil, nem que existissem estudantes que pegariam em armas, pelo menos não naqueles dias, talvez alguns anos antes isso acontecesse, como de fato aconteceu, mas ali já eram outros anos, e a última grande movimentação política se deu de forma pacífica, com os caras pintadas surgindo em todo o país para derrubar o então Presidente Collor.

Nesse meio eu conheci muito músico de qualidade, gente que continua batalhando com pouca cobertura comercial, outros que conseguiram mais sorte, enfim, vários caminhos foram traçados.

Uma música sempre ficou na minha cabeça, falando ainda de anos anteriores, quando muitos optavam pelo exílio.

Não sabia o nome do autor, nem mesmo o nome da música, mas lembrava bem do refrão, hoje resolvi entrar no “Seo” Google e pesquisar, fiquei feliz em saber que minha memória ainda funciona e que a letra está disponível em sites de Cifras.

É uma letra simples, mas a recordação muito me alegra.

Não Vou Sair
Nilson Chaves

A geração da gente
Não teve muita chance
De se afirmar de arrasar de ser feliz
Sem nada pela frente pintou aquele lance
De se mudar de se mandar desse país

E aí você partiu pro Canadá
Mas eu fiquei no "já vou já"
Pois quando tava me arrumando pra ir
Bati com os olhos no luar
E a lua foi bater no mar
E eu fui que fui ficando…

Distante tantas milhas
São tristes os invernos
Não vou sair tá mal aqui mas vai mudar
Os velhos de Brasília
Não podem ser eternos
Pior que foi pior que tá não vai ficar

Não vou sair melhor você voltar pra cá
Não vou deixar esse lugar
Pois quando tava me arrumando pra ir
Bati com os olhos no luar
E a lua foi bater no mar
E eu fui que fui ficando…



sábado, 17 de setembro de 2011

Era uma vez duas irmãs.

Ao ouvir o termo Hard Rock, você logo imagina uma banda com marmanjos cabeludos e guitarras distorcidas.

Repense isso, o próprio Led Zeppelin mostrou que Hard Rock pode ser acústico (muito antes de existir a MTV e dela criar o selo Unplugged), basta conferir o terceiro álbum da banda, Led Zeppelin III, onde todo experimentalismo é permitido.

Eu estou me referindo a uma banda que despontou nos anos 1970, com uma formação que tinha como constante o violão e vocal feminino. o Heart.

Essa não foi a única banda que teve vocais femininos e também não foi a única a usar o violão em suas músicas, mas ainda assim a banda mostra que é possível fazer um som pesado sem a necessidade de só usar guitarras.

É, na formação existiam guitarras, baixo e bateria, mas o som do violão despontava em meio ao som elétrico.

Observem o show que Nancy dá nessa música com o violão:

O Segredo dos seus Olhos.

Não sou muito de me fiar em premiações como o Oscar, normalmente há muita coisa oculta na definição do laureado.

Mesmo assim, vi tantas críticas boas sobre esse filme argentino que resolvi apostar, só digo uma coisa, não me arrependi.

O Segredo de seus Olhos, Argentina 2009, é um filme muito bem amarrado, uma trama que vai envolvendo, que mistura momentos pesados (se trata de uma história de investigação de um crime de estupro seguido de morte) com momentos leves, a interação entre os atores é quase perfeita, as interpretações são sóbrias, nada de exageros, muito bem dirigidos.

O final, mesmo sendo algo que se poderia esperar, é surpreendente, mostrando até onde se pode chegar um ser humano, por amor e ódio, como podemos mostrar facetas desconhecidas.

Ricardo Darín encarna o protagonista de forma impressionante, contracenando com Soledad Villamil, numa tensão romântica não resolvida, que faz o contraponto à investigação.

São duas horas de filme que valem muito a pena, se não assistiu, assista.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Viva (1987), nunca um show foi tão elétrico.

No ano de 1987, o “bum” do pop/rock nacional estava começando a perder força. Dois anos antes o maior festival de rock do hemisfério sul havia acontecido, o Rock In Rio, o Brasil começava a figurar no roteiro das grandes turnês mundiais, tínhamos o Hollywood Rock, e as gravadoras começavam a trilhar rumos diferentes.

Nesse cenário uma banda baiana de rock lança aquele que seria o melhor álbum ao vivo de rock nacional, pode ser que hoje existam outros tão bons ou até melhores, mas Viva (Camisa de Vênus, 1987) foi um marco, algo sem precedentes até então.

Foi o show onde a eletricidade pairava no ar, a interação entre banda e plateia era palpável.

Não vou gastar verbo aqui, mas digo, se você não conhece o álbum, mas gosta de rock, se tiver oportunidade de acha-lo em algum site ou mesmo em loja, compre, vale a pena.

Deixo a música onde acontece o inesperado, ao cantar o refrão de “O Adventista”, o líder da banda, Marcelo Nova, se surpreende com a resposta da audiência e ao final da música se ajoelha e reza enquanto todos ainda cantam e gritam a música, de arrepiar.

Vale a pena.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Recorde da noite!

Não ia falar nada, mas noite de recorde é legal, ainda mais na estreia do campeonato.

O Sr. Gisele Bündchen, Tom Brady, começou com a mão direita no campeonato da NFL neste ano, lançou mais de 511 jardas e 4 touchdowns, levando o New England Patriots a uma vitória sobre os Miami Dolphins.

O melhor lance da partida foi um ataque do time de Miami, que chegou a ½ jarda da endzone do time dos Patriots e… NÃO CONSEGUIU converter o touchdown, isso na quarta jogada para tentar a conversão.

Com isso o time perdeu a posse da bola, na primeira jogada de Brady com a bola na posição que Miami deixou, com as costas na parede, ele lança a bola até as 40 jardas, um jogador recebe, se livra do marcador e corre para o mais incrível touchdown da noite.

Com a volta do Monday Night Football agora eu volto a gostar da segunda-feira.

domingo, 11 de setembro de 2011

Gilda, uma aula de sensualidade.

Quem disse que para ser sensual tem ser vulgar?

Hoje em dia, com a internet e outras formas de se chegar ao sucesso instantâneo, muita gente acha que para ser sensual tem que colocar microssaias, calcinha fio dental e rebolar a bunda ao som de funks e axés da vida.

Isso é banalização, porra!

A sensualidade e a sedução andam de mãos dadas, um exemplo é a música e dança que Rita Hayworth exibe no filme Gilda, onde ela despe apenas um dos braços, tirando uma luva, é de um bom gosto tão grande que deixa muito marmanjo de queixo caído.

Aprecie sem moderação:

sábado, 10 de setembro de 2011

Seleção Brasileira de Basquete é Olímpica. Muito Obrigado.

Estou emocionado, algumas lágrimas furtivas apareceram quando o Professor Wlamir Marques comentou a vitória brasileira, palavras ao final do jogo, transmitido por várias emissoras de televisão pagas, entre elas a ESPN Brasil.

O importante, a SELEÇÃO BRASILEIRA MASCULINA DE BASQUETE está de volta a uma Olimpíada, desde Atlanta/96 o basquete masculino estava ausente, muito tempo, uma geração de jogadores não soube o que era jogar uma competição desse calibre.

Quem teve a chance de ver o time de Oscar, Marquinhos, Marcel e outros gigantes eternos ganhar dos EUA dentro de Indianápolis/87, levando a medalha de ouro dos Jogos Pan Americanos, quem assistiu essa geração brilhar sabe a falta que o Brasil fez nesse período.

O jogo do Pan de 87 foi uma pedra fundamental na história do basquete profissional masculino, pois aquela vitória verde-amarela foi fundamental para que os americanos passassem a usar os profissionais da NBA em competições mundiais.

O Brasil continuou bem até Atlanta/96, quando os principais nomes se aposentaram, a geração seguinte, com bons nomes disputaram Campeonatos Mundiais, que são importantes, lógico, mas não tem o mesmo encanto místico de uma competição olímpica, e sempre faltava um detalhe, um algo inexplicável, e a classificação escorria entre os dedos.

Mas hoje foi diferente, o time jogou sério e soube superar o detalhe, batendo a boa equipe da República Dominicana e garantindo a vaga olímpica.

Obrigado Rubén Magnano. Obrigado todos os jogadores. Estou feliz hoje.

Milton Nascimento é muito bom!


Opa, Milton Nascimento não é rock! É, eu sei, mas veja o arranjo que o 14 Bis fez dessa música, um ótimo rock-prog brasileiro.

Mas falando, a música do Milton foi composta nos anos 1970 e até hoje é atual.

Isso leva a uma reflexão, por um lado, os valores que prezamos parecem ser eternos, “Amizade, Palavra, Respeito, Caráter, Alegria e Amor”, por outro constatamos que no Brasil muita coisa continua igual, “Qualquer Sacanagem”, seja ela a corrupção, a violência, o preconceito.

Existem vários casos, de Mensalões a preconceitos explícitos, mas não vou falar para não tornar o post extenso.

Leiam a letra e ouçam a música:

BOLA DE MEIA, BOLA DE GUDE (Milton Nascimento)

Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão
Há um passado no meu presente, o sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra o menino me dá a mão

Ele me fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito, caráter, alegria e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal

Bola de meia, bola de gude, o solitário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança o menino me dá a mão
Há um menino, há um moleque, morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança ele vem pra me dar a mão



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

De volta.

A história deste blog tem altos e baixos, idas e vindas.

Ele já teve postagens centenárias, já esteve às moscas, a última tentativa de reinicia-lo, pouco mais de 15 meses atrás, foi abortada por outros compromissos.

Vamos ver se agora ele recomeça e até quando dura.