Estou lendo um livro de crônicas (depois falo sobre ele) e uma delas me reavivou um pouco da minha infância.
Essa crônica fala que seu autor nunca foi bom jogador de futebol, e conta algumas reminiscências dele, bem, isso me fez lembrar que eu também nunca fui bom com a bola nos pés.
Quando estava no pré-primário, talvez na primeira série do primeiro grau (sei lá que nome tem hoje com essas mudanças no sistema de ensino), uma vez a escola alugou um campinho que ficava atrás do quartel do corpo de bombeiros da cidade, ou teria sido convidada para jogar contra algum time de outra escola, sei lá, não me lembro. O que eu me lembro disso era que foi um sábado pela manhã, o campo (talvez de society) era enorme, pelo menos para uma criança que não tinha ainda oito anos, e todo murado.
Escolhe time, separa a criançada, eu nem sei com quem joguei e contra quem, mas estávamos lá, bola para um lado, um monte de garotos correndo atrás, eu já não era bom de fôlego nessa época, ficava para trás. Quanto tempo foi que nós jogamos, eu não me lembro, nem mesmo o placar, mas o mais curioso foi que eu me lembrei de um lance único. Como aconteceu não sei, mas surgiu uma oportunidade de um escanteio, daqueles de mangas curtas, que é cobrado na confluência da linha da grande área com a linha de fundo (lembre-se da idade dos jogadores) e ninguém queria cobrar o mesmo, todo mundo queria estar na área para cabecear e se consagrar com o gol marcado. Sobrou para quem então? Para o menos habilidoso (o perna de pau), ou seja, eu.
E lá fomos nós, eu e minha falta de habilidade, eu peguei a bola, arrumei-a de qualquer jeito (você achou que eu fosse procurar uma forma melhor de coloca-la lá para bater o escanteio? Até parece, não era e nem nunca fui profissional), o escanteio era do lado esquerdo e eu sou destro, fomos chutar de pé trocado. Dois passos e tchum, bola na rede. Foi um gol olímpico (com uma ajudinha de um zagueiro que desviou de leve a bola), talvez o único gol que eu tenha feito na vida e foi muito legal, eu me senti o máximo.
Não me lembro de mais nada daquele dia, só sei que foi muito divertido lembrar-me disso hoje.
A grande carreira do batedor de escanteios acabou alguns meses depois, jogando num campinho de terra batida (bons tempos em que isso era comum nas cidades), jogando uma pelada, num escanteio contra o meu time, num lance fortuito, eu acabei fraturando a perna, foram cerca de 40 dias com gesso na perna direita, depois nunca mais arrisquei jogar bola, hahaha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário