quarta-feira, 30 de maio de 2012

De pensamentos ao vento (III)

Diz Gilberto Gil que “Toda menina baiana tem encantos que Deus dá”.

Sua força interior, sua fibra e sua alegria me fazem concordar.

Diz Gilberto Gil que “Toda menina baiana tem um jeito que Deus dá”.

Sua simpatia e seu sorriso meigo me fazem concordar.

Diz Gilberto Gil que “Toda menina baiana tem defeitos também que Deus dá”.

Sua maneira autoritária também me faz concordar.

Eu continuo sem me entender, só pensando e assim vai.

De pensamentos ao vento (II)

O sol está se pondo.

O azul celeste vai escurecendo, dando lugar ao negro da noite.

A silhueta dos (poucos) edifícios vai se definindo.

Em breve verei as estrelas.

Mas, espere aí, esqueci que estou numa cidade e a iluminação artificial das ruas e casas ofusca o brilho das estrelas.

Bem a vida segue.

De exercícios e movimentos

Hoje é o dia do desafio.

Uma prática que já existe há alguns anos em todo o mundo.

Cidades de diversos países praticam exercício nesse dia, entre as 0 horas e as 21 horas, tudo documentado, com o objetivo de colocar o maior número de moradores se exercitando nesta data.

Podem ser praticados:

  • Caminhada, ciclismo, corrida;
  • Exercícios em empresas;
  • Gincanas e jogos;
  • Bailes e aulas de dança;
  • Atividades aquáticas;
  • Judô, Yoga e Alongamento;
  • Atletismo;
  • Esportes coletivos.

Movimente-se você também.

 

terça-feira, 29 de maio de 2012

De pensamentos ao vento

Assim do nada, você me mandou uma mensagem.

Fiquei sem rumo, sem ação.

Depois, arrependida, você apagou e pediu para eu esquecer.

Eu tentei e fiz tudo o que foi possível

Nada lhe falei para não pressionar e ser inconveniente.

Daí você some, se afasta, me evita.

Você tem seus afazeres, suas responsabilidades, sua rotina.

E eu fico mais perdido ainda, sem saber o que pensar, o que fazer.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

De maldade e vilania

Existem inúmeras discussões e teorias sobre a saga Star Wars.

Fala-se de tudo.

Que se trata da história de Darth Vader (Anakin Skywalker), que é uma alegoria da segunda guerra mundial, que… sei lá, tem muita discussão para eu colocar minha colher nela.

Mas vou tocar num assunto que é tabu para os fãs, o Episódio I, A Ameaça Fantasma.

É quase unanimidade que é o pior episódio de toda a saga (tem gente que defende arduamente que a trilogia que começa com esse episódio não deveria nem ter sido filmada).

Mas o fato é que, tirando o grande protagonista, Vader, o mais tenebroso e perigoso vilão exibido na trilogia nas telas está justamente nesse filme, trata-se de Darth Maul.

Sim, o Sith que usa o sabre duplo e combate simultaneamente o mestre Jedi Qui-Gon Jinn e seu Padawan Obi-Wan Kenobi, ceifando a vida do primeiro.

Obviamente, Darth Sidious é o arquiteto de toda a conspiração, Darth Vader é a personificação do mal, mas Darth Maul é a ação e a precisão.

Temos outros vilões, muitos importantes, outros mal explorados, porém a tríade Sith move o filme.

Série da Disney para Star Wars - Pato Donald Darth Maul

domingo, 27 de maio de 2012

De memórias adolescentes

Hoje eu tive um momento bem Déjà Vu.

É que eu tive uma prova interna da empresa em que trabalho, e essa prova foi realizada num lugar onde eu passei sete anos da minha vida, estudei naquele colégio da 5ª série do antigo 1° grau até a 3ª série do antigo 2° grau.

Confesso que era até um bom aluno, tinha boas notas, nunca reprovei, mas não era tão bonzinho assim.

Das várias que aprontei só vou contar uma, uma vez em plena aula de Física Termodinâmica (acho que era essa mesma a matéria, que envolve calor e movimento), eu, que sentava no fundão, passei quase toda aula com colegas jogando truco (jogo de baralho que acho que ainda é bem recebido entre os diversos alunos daqui, e talvez de outros estados), só tínhamos o cuidado de não gritar durante o jogo, para não sermos flagrados e receber suspensão, hehe.

Bom, memórias vão e vem, o fato é que eu não estava muito a fim de ir lá, não sou de ficar rememorando a vida, o que passou é legal, mas ficou lá atrás.

Ainda assim teve lá seu sentimento bom, afinal sete anos é um tempo considerável, e hoje, ao entrar lá, rememorei bons e maus momentos, vi que uma parte do colégio se manteve como era, pelo menos do lado externo, mas outras mudaram muito, sendo que na ala onde foi realizada a prova, havia muitos sinais de que as reformas continuam.

A parte que me surpreendeu foram as mudanças na parte da Educação Física, a pista de atletismo e a área gramada onde aprendíamos algo sobre salto em altura acabaram, a pista foi totalmente calçada e o gramado virou área com mesas e cadeiras para os alunos ficarem no horário de recreio, sobraram somente as quadras, de vôlei, de handebol e de basquete, não andei em todo o pátio, mas acho que a quadra de futebol de salão também está lá.

Apesar de toda minha reticência de retornar lá, foi bom, uma sensação de antigo, de voltar àqueles tempos em que a nossa maior preocupação era saber qual a data das provas, se aquele trabalho poderia ter sua entrega adiada, se aquela colega tão cobiçada também gostava de você, enfim, época de inocência.

De lições e reflexões

Confesso que comprei esse livro por causa do autor, um jornalista que além de torcedor santista já escreveu muitos livros sobre o clube.


Não tinha muitas expectativas, não sabia como era o estilo dele em ficção, afinal, seus livros esportivos são sempre baseados, e muito bem baseados, em dados históricos e entrevistas com os protagonistas da história, mas fui lá, ver qual era a do livro.

A história nos mostra Pedro, um profissional de meia idade que atravessa um momento ruim de sua vida, sem família, sem emprego.

Ao ir a uma festinha de ex-colegas de escola, ele reencontra Mauro, que aparenta estar vivendo um momento de felicidade ímpar e que o convida para passar alguns dias com ele em sua casa, em Paraty.

Pedro aceita e se encaminha para a cidade histórica, onde descobre que Mauro é proprietário de um barco que faz passeios com turistas pela baia, mas principalmente, ele tem uma vida simples e regrada, pautada por ideias simples e um guia na figura de Epicteto, um filósofo romano que viveu no Século I d. C.

Mauro começa a mostrar uma nova forma de encarar a vida para Pedro, para isso conta com sua namorada, Clara, uma ex-socialite carioca que deixou tudo para trás para viver de suas telas.

Ambos, em conversas e exemplos, incutem em Pedro uma nova chama, um novo ânimo para viver.

O livro vai desenvolvendo, mostrando uma lição de vida e que podemos aproveita-la sem atropelos e excessos, tudo isso com o cenário da bela Paraty ao fundo, interagindo com os personagens.

Boa leitura.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

De homenagem a Douglas Adams (dia da toalha)

Calma, não entre em pânico!

A primeira coisa que você tem que ter certeza é se tem uma toalha à mão.

Sim, uma toalha, afinal, ela é um item precioso segundo o Guia do Mochileiro das Galáxias, todo mochileiro deve ter uma sempre à mão.

Isso não é uma transcrição do texto do livro, mas é baseado nele sim, pois hoje é o Dia da Toalha.

Não tenho a mínima ideia porque hoje foi o dia escolhido para essa comemoração, mas o fato é que hoje, todo mundo que leu e gosta da série de livros que Douglas Adams escreveu, anda paramentado com uma toalha, seja como peça de vestuário, seja amarrado na cintura, na mochila ou bolsa, não importa, todo “mochileiro” hoje usa ostensivamente a toalha.

Eu carregarei uma, e você?

quarta-feira, 23 de maio de 2012

De leve sorriso de satisfação

Engraçado, hoje eu estava lendo esse pequeno livro (posso chamar de livro, mas está mais para um caderno de estatísticas) e o sorriso vinha ao meu rosto a cada momento.

É que ele trás pequenos detalhes, muitas informações e algo mais sobre o Santos, e eu me deliciei a cada página.

Como eu disse, está mais para um caderno de estatísticas, talvez até o use em algum post no outro blog.

Também observei uma coisa, apesar de ele ser relativamente novo, é de 2009, ele está muito defasado, muitos dados já estão incompletos e pedindo uma revisão e nova edição, mas tudo bem, afinal como diz o livro, na história do Santos, se não houvesse registro histórico impresso, muitos iriam acreditar que um time tenha essa história e essas façanhas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

De cachorro viajado

Viajar sempre é gostoso.

Viajar para lugares novos então?

E se for Europa?

Poder percorrer de carro quatro ou cinco países, num período de quase três meses?

Essa é a história que nos conta Chiquinho, um vira-lata que teve essa oportunidade quando acompanhou seu protetor, o professor universitário Antônio F. Costella, em uma viagem ao velho continente.


Não vou entrar em detalhes sobre a adoção de Chiquinho e nem dos motivos da viagem à Europa.

Apenas que Antônio teve a ideia de narrar sua viagem pelos olhos do cachorro, para tanto além de pesquisa sobre os lugares onde esteve (fatos históricos, personagens e tudo mais), ele realizou também pesquisas sobre o meio ambiente em geral (animais, vegetais e minerais), principalmente sobre seu companheiro de viagem.

Com a parte histórica e ambiental bem calçada, o autor deixou a imaginação levar a narrativa, dando voz a Chiquinho e um companheiro a este, um fantasma, o templário Teobaldo, que seria seu guia no velho continente.

Ao longo de mais de 350 páginas acompanhamos Chiquinho e Teobaldo travarem conversas entre si e com grandes figuras históricas, nomes como Pitágoras, Júlio César, Dom Pedro I (ou IV como ficou conhecido em Portugal) entre outros.

Também os dois aventureiros nos apresentam detalhes e curiosidades de grandes e pequenas cidades em Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia, fazendo-nos imaginar de forma muito viva suas andanças.

Chiquinho já não está mais entre nós, devido à biologia canina ele se foi devido à velhice, mas sua memória passeia nesse livro de forma inconteste, nos deliciando de forma bem viva.

É um livro que vale a pena ler e reler algumas passagens (senão ele por inteiro).


Benditos sejam os cães.

domingo, 20 de maio de 2012

De intrigas papais

Na escola a gente sempre ouve muito falar que a cisão religiosa que originou o protestantismo em muito se deve à corrupção que o Papado se submetia e impunha à Europa.

Vendas de indulgências, intrigas palacianas, traições e outras baixezas políticas, a ganância por poder e dinheiro, além, é claro, de sexo.

Pois bem, tudo isso é retratado na série de quadrinhos Bórgia, dividida em quatro partes, mostra a chegada ao poder de Rodrigo Bórgia, o Papa Alexandre VI, e de como ele e seus filhos bastardos usaram o poder, o dinheiro e o sexo para alinhavar alianças em busca do poder absoluto.

O texto de Jodorowsky e os desenhos de Manara fazem a história ser fluida, onde retrata a decadência humana da Europa nos anos 1400.

Um retrato curioso que vale a pena ser lido.

De mundo inimaginado

Você já experimentou flutuar em um rio?

Ficar na superfície, deixando a água levar, só com um snorkel e uma máscara de mergulho, para poder ficar com o rosto submerso e ficar olhando o que acontece ali?

Ver plantas aquáticas, peixes e outros pequenos animais.

Ver como a correnteza leva e deposita areia e pedras no fundo do rio.

Existem alguns lugares no mundo onde isso é possível, um curso d’água límpido, com correnteza fraca, ou mesmo uma praia.

Um desses lugares fica aqui no MS, em Bonito.

Eu não tive a oportunidade de nadar ali, quando estive na cidade o tempo estava frio e chuvoso, desaconselhando essa aventura, mas pelas imagens que a gente vê, é um lugar que vale a pena conhecer, quem sabe quando eu voltar à cidade eu faça.

sábado, 19 de maio de 2012

De irracional medo

Medo.

Será esse um sentimento insano?

Afinal, há medos que adquirimos ao longo da vida, com vivência, e há medos inatos, que não sabemos a origem e nem sabemos explicar o porquê de cultiva-los.

Muitos chegam a ser diagnosticados como doença, a doença do pânico, que você começa a ter medo de tudo, praticamente anula sua própria vivência.

Outros convivem conosco desde a infância, mas estão ali, escondidos, não nos atrapalham no dia a dia, apenas em situações específicas, na presença do vetor do medo.

Seja esse vetor a altura, aves, cobras, insetos, sei lá.

Para muitos o medo é limitador, para outros é motivo de superação.

Eu tenho alguns tipos de medo, como todo mundo.

Mas o que me incomoda neste instante é o medo de não poder falar contigo novamente, ouvir tua voz, ou mesmo ler tuas palavras.

O medo dessa ausência me incomoda.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

De criaturas e orações

Ainda não terminei o livro que estou lendo, o mesmo que me fez a reflexão sobre a guerra, mas dele retiro agora um poema, ou cântico, que é legado de São Francisco de Assis.

Como eu disse, não sou conhecedor, admirador de poesia, mas existem algumas que não tem como ignorar:

Cântico das Criaturas (São Francisco de Assis)

Louvado sejas, Senhor meu, com todas as Tuas criaturas,
em especial pelo importante irmão Sol,
que faz o dia e com que nos iluminas;
é belo e radiante, cheio de esplendor;
de Ti, ó Altíssimo, traz significação.

Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã Lua e pelas estrelas;
nos céus as formastes, claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, Senhor meu, pelo irmão Vento
e pelo ar, pela nuvem, pelo céu luminoso e por todo o tempo
com que sustentas as Tuas criaturas.

Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã Água,
tão útil e humilde, tão preciosa e casta.
Louvado sejas, Senhor meu, pelo irmão Fogo,
com que iluminas a noite,
fogo belo e alegre, robusto e poderoso.

Louvado sejas, Senhor meu, por nossa maternal irmã Terra
que nos leva e conduz,
e que produz os diversos frutos com as flores coloridas e a erva.
Louvado sejas, Senhor meu, por aqueles que por teu amor perdoam,
e que sofrem injustiça e atribulação;
e bem-aventurados aqueles que perseveram na paz,
porque por Ti, ó Altíssimo, serão coroados!

Louvado sejas, Senhor meu, por nossa irmã a Morte corporal,
a que nenhum homem vivo pode escapar;
infelizes somente os que morrem em pecado mortal;
mas bem-aventurados aqueles que realizaram as Tuas santíssimas vontades.
Porque não os poderá prejudicar a segunda morte.

Louvai e bendizei o meu Senhor, agradecendo-Lhe
e servindo-O com grande humildade.


quarta-feira, 16 de maio de 2012

De questão sideral

O espaço, a fronteira final…

Não, isto não é mais uma aventura na nave Interprise, não tem o Capitão Kirk, nem o Sr. Spock, ou talvez até tenha, vai saber.

Como assim, oras, olhe para o céu, esqueça o que está a pequeno alcance, esqueça as nuvens, a Lua, o Sol, olhe de forma mais ampla, olhe as estrelas.

Olhou?

Agora raciocine, esqueça crenças, esqueça religião, seja sincero consigo mesmo.

Essa quantidade infinita de estrelas existe a milhões, bilhões de anos, algumas talvez já tenham morrido ou virado um buraco negro (se é que tudo isso não é a mesma coisa).

Talvez a grande maioria não tenha condições de suportar forma de vida como nós conhecemos, a base dos componentes CHON (Carbono, Hidrogênio, Oxigênio e Nitrogênio), com certeza a maioria não possui planetas ou outro tipo de satélite.

Mas pense, se apenas 1% desses astros possuírem algum tipo de satélite, já é um número considerável, se 1% desses satélites apresentarem uma órbita dentro daquilo que chamamos de área de suporte de vida (distância suficiente para que a temperatura ambiente permita o desenvolvimento de algum tipo de espécie de vida), ainda assim teríamos um número grandioso.

Não vou falar que sejam criaturas mais desenvolvidas, com tecnologia superior, pode até ser que eles estejam no equivalente à nossa Idade da Pedra.

O fato é que existe sim uma chance de existir vida extraterrena, ou você é egoísta o suficiente para imaginar que nessa imensidão que é o Espaço Sideral somente neste planetinha houve o milagre da vida?

Não imagino em “Arquivos X”, em discos voadores, MIB, ou qualquer filme ou seriado, não sei se existe uma tecnologia eficiente o suficiente para se cruzar distâncias tão grandes em um tempo tão curto, apenas imagino se há em algum lugar um com uma civilização olhando para o céu e imaginando se eles estão sozinhos, eu acho que não, não estamos sozinhos.

De grande talento

Eu tenho esse CD a quase dois anos, o escuto com alguma frequência.

Gosto muito da música de Zé Ramalho, mas nunca havia parado para prestar atenção nesse trabalho em específico.

A explicação é simples, a qualidade da gravação, é uma gravação ao vivo e o volume do som não está bom, está baixo.

O motivo é que as apresentações que originaram este CD duplo são do começo dos anos 1970, começo de carreira do menestrel paraibano.

Gravação em fita K7 (alguém ainda lembra desse artefato?), feita direto da mesa de som.

Mas deixando de reclamações e explicações de lado, o importante é que as gravações, ainda perfeitas, foram remasterizadas e deram origem a esse CD duplo, Zé Ramalho da Paraíba.

Já no começo de sua carreira, observamos a genialidade com que o músico trabalha numa fusão de blues, rock e MBP, não fugindo de suas raízes nordestinas, criando dessa forma uma fusion única e permanente, que perdura até os dias de hoje, quase 40 anos de estrada depois.

Neste trabalho somos brindados com versões cruas e inspiradas de Táxi Lunar, Brejo do Cruz, Falido Transatlântico, Jardim das Acácias e outras músicas marcam a carreira deste grande compositor.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

De tempo e temporal

Meio da tarde, olho o relógio, o tempo não passa.

Lá fora o tempo nublando, cada vez mais escuro. Virá tempestade?

Aqui, penso histórias e bobagens, escuto música, trabalho.

O tempo não passa.

Conversas, risadas, pessoas com expectativas.

Tudo distrai, nada interessa.

Fim do expediente, vamos embora.

E a chuva? Ainda bem, até agora, nada.


domingo, 13 de maio de 2012

De título no centenário

SANTOS TRICAMPEÃO ESTADUAL.

SANTOS CAMPEÃO NO ANO DO CENTENÁRIO (orgulho que nem todos podem ter).

O pouco que tenho para falar do jogo está no outro blog, esse post é só para desestressar…


De mães que se foram

Hoje é dia das mães, muita gente está feliz, comemorando com sua progenitora.

Eu estava pensando, uma pessoa que eu tenho muito carinho deve estar muito triste hoje, ela perdeu sua mãe em setembro de 2010, até hoje sente a falta e não se recuperou plenamente desse vazio.

Não tenho mais palavras de consolo, acho que já gastei todas, lamento o fato de que não estive ao lado dela naquele momento doloroso, mas a gente não pode ter tudo.

O que eu posso dizer é que ela deve acreditar que Dona Marlene está bem no plano superior, se recuperando dos efeitos da doença que havia contraído e que ainda tem muito amor por ela e seus familiares.

Que ela ainda vela por todos, que os quer feliz e que sigam suas vidas plenamente, buscando sempre a felicidade.

De dia das mães

Hoje é dia das mães.

Este post é só para parabenizar todas as mães que acessam este blog.

Sintam-se simbolicamente presenteadas com a foto abaixo, que será entregue para minha mãe.

Parabéns a todas.


sábado, 12 de maio de 2012

De linha temporal

Neste domingo, dia das mães, 13 de maio, também é aniversário do meu sobrinho e afilhado, o Henrique.

A festinha foi feita neste sábado, tem diversas fotos bestas no twitter que eu postei via instagram.

Ele ganhou bastante coisa e, lógico, eu o presenteei com um brinquedo.

Mas também foi trabalho (muito amador) meu o vídeo para receber as pessoas, com a linha de vida dele, do nascimento até seus quatro anos.

É esse vídeo que eu posto agora aqui.


De caçador de recompensas

Depois de um período de perseguições, de um período non sense, onde os temas eram monstros e ficção científica, os quadrinhos americanos começaram a voltar a ganhar força no final dos anos 1960 e início dos anos 1970, com histórias mais consistentes e realistas.

Foi nesse cenário que John Albano e Tony DeZuñiga criaram aquele que é conhecido como o Cowboy mais durão que o Oeste Americano já viu, Jonah Hex.

Apresentado aos leitores na edição número 10 de All-Star Western, o caçador de recompensas já se mostrava frio, rápido no gatilho e com um senso de honra discutível.

Aos poucos a dupla começou a delinear sua origem, criado em uma tribo Apache na juventude, até ser abandonado em uma caçada a cavalos selvagens e resgatados pelo exército americano.

Suas histórias são ambientadas no período pós Guerra Civil, onde ele serviu às fileiras confederadas (motivo pelo qual veste o fardamento cinza em suas histórias), nessa época criou fama de gatilho certeiro e angariou muitos desafetos.

Ao final da Guerra, localizou sua antiga tribo, para onde retornou atrás de um amor perdido, lá descobre que ela se uniu a outro guerreiro o filho do cacique, que havia lhe traído na caçada.

Por causa dessas diferenças, ambos acabam duelando, Jonah sai vencedor, mas é acusado de deslealdade, com isso acaba sendo marcado com “a marca do demônio”, que representa a desonra em duelo.

Na verdade, Jonah jogou limpo, mas os truques de seu oponente fizeram parecer que ele trapaceara, com isso, o caçador de recompensas acaba amarrado pelos guerreiros da tribo e tem seu rosto desfigurado por uma machadinha incandescente, marca que lhe acompanharia para o resto da vida.

Ao longo de sua carreira de caçador de recompensas, ele enfrenta desafios e grandes nomes do Oeste Americano.

Nos anos 1980, o personagem sofre uma reformulação e é transportado para um futuro pós-apocalíptico, lembrando muito a realidade do filme Mad Max, porém a série não é bem aceita pelos leitores, com isso Hex volta ao século XIX, onde vive até o ano de 1904, quando morre baleado durante um jogo de cartas.

Neste século, o personagem retornou do limbo editorial, com minisséries e ganhando uma nova revista mensal, agora com histórias mais sombrias e violentas, trazendo o melhor do bom e velho caçador de recompensas.

Eis a introdução clássica em suas histórias em quadrinhos, logo que foi criado:

"Ele foi herói para uns, vilão para outros. E por onde passava, as pessoas pronunciavam seu nome em murmúrios. Não tinha amigos, esse tal Jonah Hex... Mas possuia duas companhias constantes: Uma, era a própria Morte... A outra, o cheiro acre da fumaça das balas dos revóveres."


quinta-feira, 10 de maio de 2012

De cores, gatos e fábulas

O que ou como você se sentiria se seus sentimentos fossem coloridos e sua pele mudasse de cor de acordo com o que está sentido?


Mas não o sentimento superficial, aquele momentâneo, aqui, o sentimento que mudaria sua cor é o predominante, aquele que você mais cultiva, seja o amor, seja o ciúme, seja a inveja ou qualquer outro.

Essa é fábula contada com maestria por Vojtech Jasny, “Um Dia, Um Gato” (Az Prijde Kocour), de 1963.

Na antiga Tchecoslováquia comunista, em uma cidade um mágico aporta, trazendo a tiracolo um gato misterioso.

Esse bichano só é visto usando um par de óculos, para assim inibir seu dom.

Apenas na apresentação de seu número é que o mágico retira os óculos do gato, que começa a revelar os sentimentos profundos da plateia e a aflora-los, através de suas cores.

Essa revelação trás muita confusão, mostrando o temor dos adultos em ter seus segredos revelados, mas maravilha as crianças, que passam a gostar mais ainda do bicho.


São 91 minutos de fantasia e lirismo, uma flor delicada que desabrochou no mundo cinza da antiga Cortina de Ferro.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

De sangue na história do Brasil.

Nesta semana estou com algumas ideias polêmicas, ontem sobre guerra, hoje sobre tortura.

Nos anos 1970 foi criado um jornal de oposição, que teve pouca duração, mas ainda assim teve contribuições importantes na luta contra a ditadura.

Não, os editores e jornalistas não pegaram em armas, eles usaram algo mais contundente, mais afiado, a palavra.

Mesmo com a censura ativa e em seus calcanhares, o jornal apresentava ideias e reportagens que desnudavam toda a violência do governo nos anos de chumbo.

Um desses textos foi "Carta de um Torturado ao Presidente Geisel", texto laureado com o Prêmio Vladimir Herzog dos Direitos Humanos, que mostra os porões odiosos do DOI-CODI e da Ditadura em toda sua crueza.

Não vou questionar a Lei da Anistia, se ela foi ou não oportunista, se a legislação foi em causa própria ou não, isso, nos dias de hoje, já não tem tanta importância, mas acredito que não podemos jogar essa sujeira para debaixo do tapete da memória, como se nada de ruim tivesse existido naquela época.

Leia o texto no link acima, mas prepare-se, ele tem descrições fortes e pode causar náuseas em pessoas mais sensíveis.

Imagem figurativa do governo militar brasileiro.

terça-feira, 8 de maio de 2012

De belicosidade e ignorância

Eu gosto muito do tema II Guerra Mundial, livros, filmes, revistas, sigo perfis no twitter que falam a respeito, enfim, busco informações sobre o assunto.

Mas outro dia, uma leitura me fez refletir sobre os anseios humanos que nos levam ao extremo da guerra.

Há muitas justificativas: defesa de sua soberania, necessidade de levar “civilização” aos povos incultos, busca de identidade nacional.

São inúmeras as guerras que a humanidade já causou, desde a pré-história até os dias atuais, da mesma forma são incontáveis as justificativas, mas se pararmos para pensar, tirarmos toda a fantasia retórica de seus líderes, nós chegaremos a um denominador comum, ganância.

Sim, por trás de todo conflito a mola mestra, aquela que movimenta tudo, é a sede de poder, de riqueza, aquela fome insaciável que o homem tem de sempre estar insatisfeito com o que possui e querer mais.

Seja terras, seja petróleo, seja riquezas, seja o que for sempre é assim, acha-se um pretexto, um bode expiatório, algo convincente que se justifique o uso da força e zás, lá estão exércitos pegando em armas, prontos para lutar por uma “justiça” que é fictícia.

Uma exibição de força, quem pode mais, quem tem mais resistência em rechaçar o adversário.

Na verdade, a guerra mostra toda a irracionalidade da espécie humana.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

De beleza azul-turquesa

Acho que este post caberia melhor no outro blog, talvez até coloque lá depois.

Coloquei agora a pouco no twitter:

Idade Mental: apaixonado por uma camiseta azul-turquesa.

O que é isso, qual sua dimensão?

Não sei, o fato é que a camiseta em questão é o terceiro uniforme de jogo do Santos Futebol Clube, a mesma usada no primeiro jogo das finais do campeonato paulista ontem, 06 de maio.

Hoje eu comprei a camisa, não por causa do jogo de ontem, eu queria ter comprado quando ela foi lançada, no dia 14 de abril, estava em Santos, passei em frente ao show de comemoração do centenário do clube, mas não pude comprar, depois, em São Paulo, nas lojas onde fui as poucas unidades recebidas no meu tamanho haviam sido vendidas, isso frustrou.

Aqui, até a semana passada as lojas esportivas não tinham recebido o primeiro lote do novo uniforme, tanto o primeiro quanto o terceiro uniforme (o segundo uniforme, listrado em preto e branco, só será lançado em setembro), hoje passei em frente a uma loja e lá estava ele, exposto na vitrine.

Não deu outra, entrei, perguntei se tinha no meu tamanho, experimentei e comprei.

E realmente a camisa ficou linda, na tonalidade azul-turquesa, algo diferente.

Seus detalhes, imagens abaixo, a frase “Menino da Vila desde 1912”, na parte interna da gola, com caracteres homenageando o Porto de Santos (eles imitam os números e letras usados nos carimbos portuários) e a coroa ladeada pelas datas 1912 e 2012, acima do escudo, em referência ao centenário, tornam a camisa única.

De fato, foi paixão à primeira vista.

Escudo com a menção ao centenário.

Menino da Vila desde 1912.

domingo, 6 de maio de 2012

De peles vermelhas

Pode parecer estranho eu estar falando sobre os índios norte-americanos e não os brasileiros.

Mas não é, existe uma explicação básica.

Os norte-americanos são malucos, quando eles resolvem documentar alguma coisa eles fazem em escala industrial, ou seja, divulgam de todas as formas até a saturação, enquanto que nós somos um pouco relapsos com relação a isso, ou não, acho que existem assuntos nacionais muito bem documentados, pode ser então que o assunto indígena não seja de tanto interesse assim então.

Bem, como eu disse existe todo tipo de documento que um leigo queira saber sobre os índios norte-americanos, filmes onde eles são protagonistas, são vilões, são mocinhos, revistas e livros falando a exaustão sobre a conquista do Oeste, onde os colonos tiveram os mais variados tipos de contato com as tribos, enfim, ficção ou realidade, eles tem material à vontade.

Feito esse preâmbulo, vamos falar do livro em si.

“Enterrem o Meu Coração na Curva do Rio”, de Dee Brown, tenta mostrar a realidade das tribos indígenas na metade do século XVIII, um pouco depois do massacre dos soldados comandados pelo famoso General Custer, na batalha de Little Big Horn.

As tribos Sioux, Dakota, Ute, Cheyenne e outras foram metodicamente empurradas em direção às reservas criadas pelo governo, locais onde eles pouco teriam chance de sobreviver e ficariam dependentes da benevolência do “irmão branco”.

Não é um romance, mas um texto documental, mostrando as situações de penúria que algumas tribos passaram ao aceitar as reservas, os últimos grandes chefes que ainda tentaram a vida nômade e, desta forma, fugir ao domínio da União, enfim, a realidade sem o glamour que muitos historiadores tentaram dar à questão indígena norte-americana.

Eu li esse livro há muito tempo atrás e, mais recentemente, fiquei sabendo que a rede HBO o transformou em um filme de mesmo nome, cheguei a assisti-lo, como era de se esperar é muito mais superficial, mas ainda assim interessante para quem não tem tempo disponível para ler o livro.

Torna-se interessante ver a diferença cultural entre os antagonistas, como a “civilidade” branca sobrepuja a cultura vermelha, uma leitura indicada.

De nenhuma palavra

Não sei, escolhi a esmo a imagem abaixo, ia escrever algo mais ameno.

Mas não consegui me distanciar, deixar de lado meus sentimentos, minha confusão.

Escrevi duas, três vezes aqui no Word e apaguei tudo, estava muito carregado de coisas que eu não quero falar, por isso deixa para lá.

Apenas olhem a imagem e pensem o que quiser.

sábado, 5 de maio de 2012

De areias e árvores

Para quem não conhece (eu mesmo não conhecia bem), o Deserto de Gobi fica localizado na Ásia, está encravado entre a China e a Mongólia, com uma área aproximada de 1.295.000 Km².

Como todo deserto tem uma variação de temperatura muito grande, entre -43°C (à noite no inverno) e 38°C (durante o dia no verão).

É um deserto de areia (existem desertos com terreno rochoso também), caracterizado pelas grandes tempestades de areia.

Esse deserto também é conhecido pelos sítios arqueológicos, pois o seu clima é favorável à manutenção de fósseis.

Alguns fósseis de espécies de dinossauros foram encontrados pela primeira vez nas areias do Gobi, sendo que muitas ossadas estavam praticamente inteiras, incluído fósseis de dinossauros filhotes e de embriões (ovos fossilizados).

Agora vem a pergunta, qual o meu interesse nesse deserto?

É que eu li numa revista que o governo chinês começou um projeto que vem sendo chamado de nova muralha da China (ou muralha verde ou muralha maravilhosa), no caso o objetivo é plantar árvores nos limites desse deserto, para criar uma espécie de cinturão verde, com objetivo de tentar dificultar o avanço do deserto sobre outras áreas do país.

Esse projeto teria começado em 2001, com previsão de ser encerrado dentro de 70 anos, quando aproximadamente 4.500 km de terreno serão cobertos por uma floresta.

Confesso que gostei da ideia, achei mesmo interessante, porém, procurando alguma referência no “seo” Google para trazer mais informações não achei nada, eu sei que muita informação na China comunista é censurada, mas uma iniciativa dessas, mesmo que tenha outras intensões que não só a preocupação ecológica, deveria ser melhor divulgada, quem sabe, mais para frente, eu ache alguma coisa e escreva de novo, por enquanto este post vai ficar pobre por falta de mais informações.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

De encruzilhada linguística

Hoje eu li um pequeno texto escrito em português.

Na verdade em duas versões de português: aquele falado no Brasil e aquele falado em Portugal.

Isso mostra a curiosidade de como nossa língua fugiu de sua ancestralidade.

Houve faz pouco tempo um acordo entre os países que tem a língua portuguesa como oficial, na tentativa de diminuir esse abismo, mas hoje em dia parece que o caminho é sem volta, assim como o latim se diversificou, o português, principalmente no Brasil, parece ser uma língua totalmente diferente de sua original.

Seguem abaixo os dois textos.

Como curiosidade, tente ler e interpretar primeiramente o texto na forma lusitana, sem olhar a versão brasileira, descubra quantas palavras você não identifica e depois ao ver a versão tropical descubra as diferenças,

Versão de Portugal:

“Sou utente do elétrico e aguardava-o na paragem defronte minha morada, quando a carrinha de um talho parou e o condutor me disse:

_ Por favor, estou a procurar um negócio de peúgas, que sei haver nesta freguezia, mas não lhe conheço a direcção exacta.

Antes que eu pudesse dar tento ao assunto, um miúdo, que ainda havia pouco metera-se no rabo da bicha, aonde pusera-se a ler bandas desenhadas e mastigar pastilhas elásticas, adiantou-se e respondeu:

_ Sei onde fica. Há que tomar à direita na primeira sinaleira, seguir até o infantário e, para evitar um troço em obras, cruzar a praceta onde há uma pastelaria em restauração, seguir adiante até uma loja de camisolas de lã e de pronto-a-vestir, virar à esquerda no cruzamento no qual pintaram passadeira para peães; cruzar os carris dos comboios. Aí, entrar na rua em que se situa o parque de autocarros do Concelho, passar defronte ao restaurante de muros encarnados no qual se comem os melhores pregos e se toma a mais afamada bica da cidade; e então, depois de cortar caminho pela calçada dos engraxadores, chega-se a um edifício de betão, e, ali, ao rés-do-chão, encontra-se o negócio de engraçadas peúgas. Percebes?

_ Percebo, mas é fora de termo, pá – exclamou o talhante – Acaso não há outra loja de peúgas mais ao pé deste sítio?

_ Pois há – respondeu o miúdo – quarenta passos adiante nesta mesma beira de passeio.

_ Raios! Que me malbaratas o tempo! Porque não me indicaste logo esta?

_ ora, esta não é a do meu tio.

_ Tonto! Albadrão! Se estivéramos em uma retrete, meter-te-ia dentro da sânita e, gostosamente, carregaria o autoclismo!”

Versão do Brasil:

“Sou usuário do bonde e esperava-o no ponto defronte minha casa, quando a caminhonete de um açougue parou e o motorista me disse:

_ Por favor, estou procurando uma casa de meias masculinas que há neste bairro, mas não sei o endereço certo.

Eu ainda nem tinha me tocado e um menino, que havia pouco se enfiara no fim da fila, onde estava lendo histórias em quadrinhos e mascando clicletes, adiantou-se e respondeu:

_ Sei onde é. Tem que virar à direita no primeiro farol (sinal, sinaleiro, semáforo, conforme a região), seguir até a pré-escola e, para evitar um trecho em obras, cruzar a pracinha onde há uma confeitaria em reforma; seguir adiante até uma loja de pulôveres de lã e prêt-à-porter, virar à esquerda na esquina que tem faixa para pedestres; cruzar os trilhos do trem, aí, entrar na rua do estacionamento de ônibus da Prefeitura, passar na frente do restaurante de paredes vermelhas onde se comem os melhores sanduíches e se toma o mais afamado cafezinho da cidade, e então, depois de cortar caminho pela ruela dos engraxates, chega-se a um edifício de concreto e, ali, no térreo, encontra-se a loja de belas meias masculinas. Entendeu?

_ Entendi, mas é muito longe, pô! – exclamou o açougueiro – Por acaso não tem outra loja mais perto daqui?

_ Tem sim – respondeu o menino – quarenta passos adiante, nesta mesma calçada.

_ Raios! Você me fez perder tempo! Porque não me indicou logo esta?

_ É que esta não é a do meu tio.

_ Idiota! Malandro! Se estivéssemos em um banheiro eu enfiaria você na bacia (vaso, conforme a região) e, com gosto, daria a descarga.”


quinta-feira, 3 de maio de 2012

De som pesado

Hoje eu estava escutando uma banda chamada Alta Tensão.

Acredito que poucos conheçam a verdadeira banda Alta Tensão, nasceu nos anos 1980 no Mato Grosso do Sul e tocava Heavy Metal numa época em que o HM brasileiro viu bons nomes surgirem.

Apesar de sua boa aceitação no mercado na época, a banda durou pouco tempo, mas ainda assim fez boa história no cenário do rock, dela saíram músicos para a formação de outra banda de longa história, o Bando do Velho Jack, que com seu Southern Rock and Roll está chegando a sua terceira década de estrada.

A Alta Tensão deixou três álbuns gravados, Portal do Inferno, Metalmorfose e Nigéria.

Bons tempos em que o Brasil fazia música de verdade.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

De suspense na madrugada

Conforme o combinado, ele chegou naquela rua ao cair da tarde, as testemunhas já o aguardavam, eram dois manés que eram facilmente manipulados pelos líderes do grupo.

Ele ainda não entendia como havia caído nesse embuste, talvez por ser novo na cidade, talvez porque aquele grupinho gostasse mesmo de sacanear com todos, vai saber.

O fato é que ele havia sido desafiado, teria que passar a noite, sozinho, naquela casa abandonada, do lado de fora, na rua, duas testemunhas, escolhidas pelo grupo, ficariam num carro, para garantir que não houvesse trapaça dele.

“humpf, como se eu fosse desleal!” pensou.

Ele olhou para a casa, talvez no passado ela fosse bonita, pelo menos porte ela tinha, era um sobrado, com janelas largas, pena que seus vidros estavam quebrados, o pé direito era alto, a pintura das paredes estava descascando, evidenciando o abandono e o mau trato do tempo.

Segundo boatos da cidade, a família que ali morava mudou-se para a Capital, deixando um caseiro cuidando de sua manutenção, porém este caseiro sumiu misteriosamente depois de uma noite sem lua, durante o verão, ninguém na cidade teve coragem de entrar na casa, para ver se o coitado havia morrido lá dentro ou não.

Mas não adiantava nada ficar pensando nessas coisas, isso só iria atrapalha-lo se ele realmente queria vencer o desafio e pernoitar ali.

Chegou, cumprimentou os dois babacas com um gesto silencioso e aguardou o momento de entrar na casa, afinal a aposta era que ele deveria ficar ali do pôr do sol até o raiar do dia seguinte.

Enquanto aguardava o sol descer para a linha do horizonte, observou discretamente o carro onde os caras ficariam, no banco traseiro havia um cooler cheio de gelo e bebidas, nada para comer, pelo menos nada a vista, será que eles ficariam sozinhos ou esperariam por companhia? Bem, isso não lhe interessava, afinal ele não fora convidado para essa festinha mesmo.

No momento em que os últimos lampejos do sol sumiam no firmamento, ele apoiou as mãos sobre o muro baixo da propriedade e, com um impulso felino, saltou para dentro do jardim, uma caminhada rápida e estava na porta, que parecia apodrecida.

Uma forçada rápida na maçaneta e, pronto, ele estava na sala vazia.

A cada passo o assoalho rangia, dando uma sensação de que estava sendo vigiado, mas só podia ser imaginação sua. Afinal ele estava sozinho ali.

Revolvendo sua mochila, ele sacou dali uma caixa de fósforos e um pacote de velas, ele precisava de luz por dois motivos, primeiro para poder enxergar por onde andava, para não tropeçar em nenhum buraco no chão, segundo para provar que estava ali, ele precisava deixar algum tipo de sinal visível para que as testemunhas soubessem que ele ainda estava lá dentro.

Observou a sala, toda empoeirada, com teias de aranha pendendo do teto, cheiro de mofo e velharia, bem o que esperava de um lugar abandonado, pensou em explorar a casa, mas desistiu, já que a luz da vela precisava ficar próxima à janela da sala, para que os otários a vissem do carro, se bem que daqui a pouco eles estariam muito bêbados para se preocupar com isso.

De qualquer forma era mais prudente evitar se deslocar pela casa, ela estava muito deteriorada, com isso um acidente poderia acontecer caso ele desse um passo em falso.


Como ele poderia ter sido tão descuidado, a bateria de seu celular descarregou, ele não tinha relógio, não sabia quanto tempo estava ali, meia hora, meia noite, não sabia precisar, estava ali desde o cair da noite, mesmo lá fora já não ouvia mais os idiotas falarem alto, talvez tivessem dormido de cara cheia.

Olhando pela janela podia ver que o céu estava escuro, não havia lua, será que era período de lua nova, ele não se lembrava de ter visto lua alguma durante o dia, muito estranho aquilo tudo.

Pelo menos o silêncio da noite o envolvia e acalentava, mas espere aí, o que é isso? Esse barulho leve, algo como se alguém tivesse arranhando uma tábua ou porta?

Ele olha ao redor, usando sua sexta ou sétima vela, ilumina os cantos escuros, não vê nada.

Isso começa a angustia-lo, assusta-lo, de onde vem esse barulho e, o pior, quem ou o que está fazendo esse som aterrador?

Ele começa a sentir seu organismo acusar o terror que chega, taquicardia, arrepios pelo corpo, suor, boca seca, todos aqueles sintomas que ele sentia quando assistia os filmes de Stephen King, como ele podia estar sendo tão bobo e se deixando impressionar com um barulho de nada?

Diante do impasse, sair correndo e perder a aposta, ou ficar e mesmo com toda essa tensão, ele optou pela segunda alternativa, mas não ficaria parado ali, tremendo de medo, não, ele iria fazer algo, mesmo que se arrependesse depois.

Imediatamente ele começou a configurar um plano, esquadrinhar a casa atrás do barulho, se fosse algo que lhe causasse risco ele não ficaria ali esperando, passivamente, não, ele assumiria o risco e iria atrás do barulho e o confrontaria, pouco importava se fosse para os cômodos de onde a vela não pudesse ser vista pelas testemunhas.

Porém ele não iria sair a esmo, isso seria burrice, ele iria fazer a coisa dentro de uma racionalidade, explorar cômodo por cômodo, de forma metódica, para ter certeza que aquele barulho era só produto de sua imaginação.

Assim ele subiu as escadas, pé ante pé, com toda a cautela possível para não fazer os degraus rangerem e chamar atenção, afinal, o barulho poderia ser fruto de sua imaginação, mas e se não fosse?

Em cada peça da casa onde entrava o cenário era muito parecido, os poucos móveis existentes quebrados, manchados pelo tempo, muita poeira e mofo, teias de aranha e só.

Esse resultado lhe causava duas sensações, alívio por não encontrar nada e irritação por não encontrar nada, afinal ele já andara por todo o pavimento superior e nenhum sinal da origem do barulho, restava então descer os degraus cuidadosamente e ver os cômodos que faltavam.

Além da sala ampla, onde ele começara a noite, deveria haver uma cozinha e mais alguns cômodos, a casa era muito grande para ter só a sala e a cozinha no andar térreo.

Novamente ele sentiu falta de seu celular, quanto tempo ele estava nessa empreitada? Quanto tempo ele ficara no andar superior do sobrado? Não sabia dizer, assim como também não sabia dizer quanto tempo faltava para o raiar do sol.

Pelo menos com essa exploração o tempo estava sendo ocupado, assim o sono era expulso e ele teria uma pequena chance de conhecer o sobrado para contar depois.

Portas, corredores, armários e nada, ele já estava desistindo da busca quando começou a ouvir algo mais do que o arranhar de madeira, começou a ouvir um lamento leve, como um choro, algo que resultou em imediato arrepio na espinha.

Todo esse barulho só poderia vir daquela porta, era a única por onde ele ainda não havia passado.

Muito vagarosamente, quase que se arrastando, ele começou a se encaminhar para seu objetivo, tentando identificar o que era aquele som, suspiro, respiração, lamento, choro, ele não sabia dizer.

Ele ficou parado em frente à porta por uma eternidade, não sabia dizer, ficou apenas segurando a própria respiração e tentando escutar algo que o ajudasse a entender o que se passava dentro da sala, mas nada ajudou, ele olhou ao redor, procurando algo que pudesse usar como arma, um pedaço de cadeira, um cabo de vassoura esquecido, mas nada, pelo menos nada que pudesse ser usado, ele teria que entrar lá de mãos vazias, apenas com a vela na mão.

Não havia mais para onde fugir, ele teria que entrar lá se quisesse acabar com o mistério, ou então a única alternativa que lhe restava seria sair correndo da casa, perder a aposta e ser chamado de frangote para o resto de sua vida.

Suando copiosamente ele levou cuidadosamente a sua mão até a maçaneta empoeirada, ficou em dúvida de como agir, abrir a porta devagar e com cuidado, dando chances a o que quer que esteja ali de se defender, ou abrir de uma vez, bem rápido, surpreendendo o que quer que fosse o autor daquele barulho.

Antes de pensar muito, abriu e empurrou a porta de uma vez, ao se lançar pela fresta ouviu um grito fino e congelante, ele quase virou e saiu correndo, mas a luz da vela clareou o ambiente, o suficiente para que ele visse três ou quatro pares de pequenos reflexos brilhantes no canto da sala, sob uma cadeira com estofado rasgado, ali estava a origem do barulho, ele teve vontade de rir, de nervosismo, de alívio, de felicidade até.

Uma família de gatos vira-latas havia se instalado na casa e a mãe estava amamentando e cuidando dos filhotes, esse era o terrível barulho que o assustara tanto naquela noite.

Mais aliviado, ele olhou pela janela e viu que o céu clareava e mais alguns minutos ele poderia sair dali, com uma bela história para contar e muitas risadas para dar.

Entre agradecido e indignado, ele foi até os felinos, acariciou a cabeça da mãe e voltou para a sala, onde esperou o primeiro brilho do sol para sair dali e provar que não era medroso.

Depois disso, quem sabe ele pensasse mais antes de aceitar outro desafio besta como esse.

terça-feira, 1 de maio de 2012

De água potável

 

Este post já era para ter sido escrito há alguns dias, mas surgiram outros assuntos, outros problemas, algumas preguiças.

Não sou um militante ecológico, tenho muitas falhas com relação a isso, mas sei de sua importância e acho que se realmente todos começarem a ter pelo menos uma ação nova por mês, a contribuição será grande, mas sei que é muita utopia.

Não é sobre isso a discussão aqui, falar sobre atitudes, quando existem países com práticas nocivas, então falemos do assunto.

Água, sim, para nós brasileiros ela é abundante, usamos e abusamos dela, mas não nos preocupamos com seu bom aproveitamento.

Porque falo disso?

Final do ano passado um colega de trabalho, em férias, viajou para Dubai, Oriente Médio, ele falou maravilhas do local, mas uma coisa me chamou a atenção.

Ele falou que água potável, só engarrafada mineral e importada, que a água de uso comum, para lavar e outras coisas, eles tratavam a água marinha, destilando-a e retirando os sais e outras substâncias.

É que em Dubai o subsolo é tão seco quanto o deserto da superfície, lá não há reservas de água potável, assim como existem outros países que têm esse problema.

Alguns até possuem uma superfície exuberante, mas o subsolo está contaminado, e ainda assim essa água é consumida.

Apesar de acharmos o contrário, a água é um bem finito, pelo menos a água potável, e quando ela acabar, todos nós sofreremos e lamentaremos não termos atuado para consumi-la de forma racional.

Dizem que hoje as potências bélicas brigam por combustível, Petróleo, mas que em breve elas serão ávidas pela preciosa água, não está longe disso.