Um futuro sombrio, um planeta superpovoado, tecnologia criando órgãos artificiais para transplantes.
Se a ficção adivinhar metade do que este filme apresenta, em cerca de oito anos teremos um planeta sombrio.
Estou falando da Los Angeles sombria de Blade Runner, o Caçador de Androides, um filme que quando estreou nos cinemas foi considerado um fracasso, mas que aos poucos, devido à famosa propaganda pontual, de orelha em orelha, foi amealhando uma legião de fãs e hoje é um dos filmes mais cultuados da história.
O filme é baseado em um livro de Philip K. Dick, Do Androids Dream Of Electric Sheep? (numa tradução livre, os androides sonham com ovelhas elétricas?) e conta a saga de um caçador de androides (espécie de policial que controla esses autômatos), Dick Deckard, que havia se aposentado, mas foi obrigado a retornar à ativa por causa de quatro desses androides (chamados de replicantes) que retornam ao planeta com o objetivo de confrontar seu criador, buscando mais tempo de vida.
Uma explicação cabe aqui, os replicantes são robôs (ou androides) criados quase que organicamente para desempenhar funções consideradas perigosas para nós seres humanos, mas devido a acidentes e ao temperamento de muitos deles, estes são banidos do planeta, sendo usados para trabalhos nas colônias espaciais terrestres (quem diria, pelo menos no filme a NASA conseguiu colonizar o espaço). A grande falha na criação desses replicantes é o tempo de vida, e os quatro fugitivos querem ampliar esse tempo.
Observamos que a valorização da vida, explicita no discurso do replicante Roy Batty (Rutger Hauer), é algo que deixamos passar despercebida no dia-a-dia.
O filme tem várias passagens que nos faz pensar, refletir sobre a maravilha que é a vida, sobre o que sabemos e aceitamos sem questionar, verdades que muitas vezes nos são impostas e que podemos manipular conforme a vontade.
Esse é o poder desse filme que se tornou cult e que sou fã de carteirinha.
Fiquem com o tema romântico do filme, que envolve Deckard e a replicante Rachel.
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