Sexta-feira 11 de Janeiro.
- Ney Matogrosso
- Erasmo Carlos
- Baby/Pepeu
- Whitesnake
- Iron Maiden
- Queen
Pois é, até no primeiro Rock in Rio equívocos aconteceram, chego lá daqui a pouco.
Coube a Ney Matogrosso a honra de abrir o festival, já naquela época o cantor trilhava um caminho mais leve, mais MPB, mas temos que convir, Ney foi um nome forte no Rock Brasilis, vocalista da banda Secos e Molhados, foram um marco no rock nacional nos anos 1970, criando o visual com maquiagem, que segundo diversas fontes, teria sido uma das inspirações para que o KISS também usasse maquiagem, mas isso é outra discussão.
Conclusão? Ney, apesar da grande trilha na MPB era e é Rock.
Eis o equivoco, Erasmo Carlos, não, não estou dizendo que ele não é rock, nem o analisei ainda, mas o equivoco foi colocar um artista tão identificado com Roberto Carlos em um dia com atrações de rock mais pesado, o Tremendão acabou sofrendo nas mãos dos fãs que viriam a ser conhecidos como metaleiros aqui no país.
Apesar disso, podemos falar que Erasmo é rock, muitos falarão que é forçado, mas temos que entender que ele trilhou o rock nos anos 1960, a “infância” do rock nacional, quando os modelos imitados eram a fase inicial dos Beatles (bons moços) e os roqueiros americanos dos anos 1950 (Buddy Holly e outros), todos praticando roquezinho inocente, para muitos inócuo, mas foi essa geração, junto com os tropicalistas, que começaram a experiência roqueira no país.
Sim, Erasmo Carlos, apesar de toda identificação com seu Amigo Roberto, é Rock.
Baby Consuelo, hoje Baby do Brasil (ela ainda usa esse nome?) e Pepeu Gomes, dois ex-Novos Baianos, outra trupe de músicos que batalhou o Rock nos anos 70, eles casaram, tiveram seis ou sete filhos, fizeram muitas músicas de qualidade duvidosa, mas tem que reconhecer, mesmo que não cantassem rock, só o modo de vida e a atitude os tornam representantes do Rock, aquele rock do verão de 1968, da cidade de San Francisco, Califórnia, quando o verão do amor deflagrou a filosofia de vida dos hippies, de onde saíram o rock psicodélico e os psicotrópicos. Fora tudo isso, Pepeu é um grande guitarrista, muito subestimado por todos.
Conclusão, Baby e Pepeu são Rock.
Um aparte, no post anterior sobre o Rock in Rio, eu falei que considerava o festival de Rock pelas atrações internacionais, mas as três atrações nacionais do primeiro dia mostraram que apesar de aberrações criadas por interesses financeiros, o festival começou com representantes de diversas vertentes do Rock.
Whitesnake, tá, eles eram posers, mas faziam um belo rock, aliás, um bom hard rock, a banda de David Coverdale, que foi vocalista do Deep Purple, tinha outros ex-integrantes dessa banda que havia dado um tempo do showbizz, a curiosidade é que a banda, que foi um dos maiores sucessos entre os fãs, não estava no line up original, eles foram chamados às pressas para substituir o Def Leppard, que depois de contrato assinado teve que cancelar a vinda devido a um acidente sofrido por seu baterista, ele perdeu um dos braços nesse acidente e estava em fase de recuperação, sim, o baterista do Def, mesmo sem um braço voltou a tocar com a banda e o fez muito bem.
Nem preciso forçar a barra, Whitesnake é Rock.
Iron Maiden, preciso dizer algo? A banda de Heavy Metal da segunda geração mais cultuada no país é Rock.
Como segunda geração, é um pouco didático, mas costuma-se dividir o Heavy em três gerações (talvez agora em mais), mas as primeiras bandas, que surgiram na trilha do Black Sabbath, são consideradas a primeira geração, as bandas do final dos anos 1970, começo dos anos 1980, onde se inclui o Iron Maiden, são da segunda geração, a terceira pega de meados dos anos 1980 para frente, onde se dividem os diversos tipos de metal, o black, o white, o trash e o que mais possa se classificar.
É chover no molhado, mas Iron Maiden é Rock
Fechando a primeira noite, uma das mais importantes bandas inglesas dos anos 1970, que até hoje ganha fãs de todas as idades, mesmo depois de quase 20 anos da morte de seu frontman, Freddie Mercury, e do fim da formação original.
Com duas apresentações apoteóticas, o Queen marcou terreno no país, quem teve a chance de ver, viu, quem não teve tem que recorrer a DVDs e à internet, mas como sempre, o show vale a pena.
Queen, sem a menor sombra de dúvidas, é Rock.
Fim da primeira noite, eu mesmo, agora me surpreendi, não esperava que as seis atrações da noite tivessem ligações, fortes ou fracas, com o rock, mas agora olhando para trás, o Festival começou mesmo com o pé direito.
Ah, só um detalhe, naquele festival existia um sistema com três palcos rotativos, enquanto um artista ou banda se apresentava para o público, os técnicos aprontavam os outros dois palcos para as atrações seguintes, com isso o intervalo entre um show e outro não era a eternidade que aconteceu neste ano.
Não entendeu porque eu fiz esse post? Leia Rock in Rio - será que foi mesmo
Não entendeu porque eu fiz esse post? Leia Rock in Rio - será que foi mesmo
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