segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

De tempos passados

Um herói que não voa, mas salta mais alto que um edifício.

Um herói que não tem problema ao ver o bandido que persegue cair para a morte.

Um herói que é perseguido pela polícia.

Não é nenhum herói novo, mas dois conhecidos personagens que hoje em dia são ícones, quando começaram suas histórias eram diferentes.

Mas temos que entender que os tempos eram diferentes, ambos surgiram no final dos anos 1930, num EUA que estavam recomeçando a se erguer do Crash de 1929, num cenário onde a Europa vivia com diversos regimes totalitários.


Eram heróis com menos escrúpulos, com mais sede de vingança, com mais vontade de fazer justiça com as próprias mãos, não importando os meios para conseguir seu intento.

Assim eram os ícones modernos Superman e Batman.

Esses perfis podem ser vistos nas edições chamadas Crônicas, que trazem as primeiras edições de cada herói arranjadas na ordem cronológica de publicação, que a DC Comics publica nos EUA e que chegaram ao Brasil através da Panini.

A diferença é que enquanto a edição americana trás as primeiras histórias do Superman, do Batman, e de mais três heróis de seu panteão, Lanterna Verde, Mulher Maravilha e Flash, e já atingiram os 10 volumes no caso do Batman, as nacionais ficaram apenas em duas edições de Batman e Superman além mais duas edições do Lanterna Verde (Hal Jordan).


O que talvez tenha dificultado a aceitação das edições nacionais foi o preço, já que como a edição é de luxo, para colecionador, com capa dura, papel especial e mais de 200 páginas, o preço de venda fica bastante alto.

Ainda assim são edições interessantes, que trazem a aurora dos personagens, vemos que os criadores do Superman tiveram mais dificuldades de criar uma galeria de vilões para confrontar seu herói, enquanto que Batman, além de receber a companhia de Robin após algumas edições, começa a conhecer seus adversários históricos, nomes de peso como Coringa, Mulher Gato (que trás consigo a tensão afetiva desde a primeira história), o Charada, Duas Caras e outros.

Cada personagem trás sua construção histórica.

Além do fator curioso que é ver as tecnologias da época, meios de comunicação, veículos.

Temos episódios onde o Homem Morcego saí para fazer uma patrulha pela cidade a pé, só para citar um exemplo.

Enfim, o contraste existente é grande, nessa hora é que percebemos o quanto a tecnologia faz parte de nós e como somos dependentes dela.

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