sexta-feira, 31 de agosto de 2012

De ocaso de uma mente brilhante

Um assassinato vai acontecer, pessoas propícias ao crime, um ambiente carregado de maus fluídos, um criminoso manipulador e um detetive em fim de carreira.


Tudo isso você encontra em “Cai o Pano”, romance policial onde Agatha Christie conta “a última aventura de Hercule Poirot”.

Todo escritor precisa “matar” seu principal personagem quando ele se torna muito famoso, foi assim com Arthur Conan Doyle e Sherlock Holmes e também com a “dama do crime” e seu detetive belga.

Ela, então, resolveu dar a seu personagem um adeus em grande estilo, onde ele se confronta com o seu mais intrincado enigma.

Já com problemas sérios de saúde, o belga se retira para uma pousada de uma cidade interiorana na Inglaterra, onde encontra vários conhecidos que passam o verão inglês, quente, chuvoso e abafado.

Seu cérebro, ou melhor, suas pequenas células cinzentas não param de funcionar e ele logo percebe que o local está desenhado para um crime perfeito, onde o assassino sairá impune e ainda terá o prazer sádico de ver um(a) inocente ser incriminado(a) em seu lugar.

Mas Poirot não deixará isso acontecer, ele escreve a seu grande amigo Hastings, solicitando que o mesmo passe alguns dias agradáveis em sua companhia.

As reais intensões de Poirot é que seu amigo faça as vezes de seus olhos e ouvidos, andando pela propriedade e conversando com seus inquilinos, relatando-lhe tudo o que aconteceu ao fim do dia.

Muita intriga, emoções fortes, grandes revelações e um final marcante encerram a carreira do grande combatente do crime, numa história inesquecível.

Um belo canto de cisne orquestrado com maestria pela autora.

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