“…
Está caindo a tarde, as ruas do bairro, sempre calmas, começam a ficar agitadas. Curioso isso, aqui sempre foi um silêncio quase sepulcral, mês após mês, mas quando chega julho, ah quando chega julho…
Até hoje não sei ao certo, aniversário do bairro, data do padroeiro da cidade, festa da Igreja… sempre, desde que eu me entendo por gente, houve essa festa que dura quase o mês inteiro e eu nunca soube qual era o motivo. Acho que já ninguém sabe também, virou tradição e todos têm medo de que se eles deixarem de fazer o bairro vire um cemitério de vez.
Sim, há o lado bom, vem gente de toda a cidade e até de cidades vizinhas vem para cá, moças bonitas, que não recusam um convite para dançar (e quem sabe um beijinho ou algo mais), as comidas diferentes, o cheiro só já basta, as cores, as luzes, a festa em si.
Porém isso atrai alguns sujeitos mal-encarados, nunca soubemos de nada, mas de um tempo para cá eles começaram a aparecer, só rondando as bancas, verdadeiros abutres, parecem esperar algum descuido, alguém exagerar na dose, não sei, mas… espero estar errado… vou pensar noutras coisas, isso nunca leva a coisa boa…
Bom, a loja está para fechar, vou pegar o meu boné, a carteira, parar na padaria para comprar algo para o café da manhã de amanhã, e para casa, um banho e vamos para a festa, a noite está apenas começando.
…”
(Devaneios em cima de uma foto de uma rua preparada para uma festa)
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