Hoje de manhã eu falei um pouco sobre o fato de eu gostar de São Paulo.
Falei sobre eu me adaptar com coisas comuns de lá, como Shoppings, meios de transportes, mas não falei de suas comodidades, sejam culturais ou gastronômicas.
Falar que existe um mundo dentro de São Paulo é “chover no molhado”.
Imigrantes de todo o mundo e migrantes de todo o país, você vê de tudo na região metropolitana.
Isso trás choque cultural, mas ainda assim a maior parte desse atrito é positiva.
Afinal, em São Paulo você encontra locais para curtir a tradição nordestina, ou ver ruas com lojas de produtos “orientais” como se estivesse no Japão, ouvir uma variedade enorme de gírias e sotaques.
Isso faz parte de São Paulo.
Na parte cultural a cidade fervilha, muitos cinemas, vários teatros, casas de shows, sem contar os bares para o happy hour, para quem gosta da night tem as boates, é tem de tudo.
Sem contar os festivais promovidos pelas colônias e bairros tradicionais.
A já conhecida e aguardada Virada Cultural, quando em 24 horas, de um sábado para domingo, a cidade é invadida pelos mais diversos tipos de shows e espetáculos, com nomes conhecidos e revelações talentosas.
O lugar mais estranho e divertido onde eu passei uma noite foi num Moto Clube, o Dragster’s, que não fica propriamente em São Paulo, mas em Osasco, uma das cidades da região metropolitana.
Era carnaval, ninguém queria ver desfile de escola de samba na tv, saímos em dois casais e perambulando pela cidade (o rapaz que nos levou lá não tinha certeza do endereço, então demoramos um pouco para chegar ao local).
Chegamos num local que era um galpão, com a fachada toda pintada de preto, lá dentro mesas de sinuca, algumas mesinhas de bar (daquelas de propaganda de bebidas), um balcão que servia de bar e uma maravilha, um toca discos de vinil com diversos clássicos do rock and roll.
Um pessoal muito simpático, comunicativo, nos recebeu, bebemos um pouco, jogamos sinuca e ouvimos muito rock para desintoxicar.
A noite valeu ainda algumas fotos com o xodó do motoclube, um triciclo enorme, que sempre é atração nos encontros de motos que são realizados no país.
Na parte de gastronomia, a cidade é uma fábula que supera as 1001 noites.
Sempre que fui à cidade eu tive a oportunidade de comer em restaurantes, nunca fui naqueles mais renomados, que levam classificação 5 estrelas dos guias nacionais ou internacionais, também, nesses nunca tive vontade.
Mas tive oportunidades de fugir do trivial, das praças de alimentação dos Shoppings.
Restaurantes italianos, cantinas alemãs, pizzarias tradicionais, fui a muitos lugares.
Tive a oportunidade de comer o sanduíche Bauru tradicional, na lanchonete onde ele foi inventado, confesso que foi muito orgulho para mim saber e experimentar a história do lugar.
Talvez um dos lugares onde eu melhor comi foi um restaurante especializado em comida da costa do Mar Mediterrâneo e comida Marroquina.
Eu recebo e-mails deles até hoje, com propagadas de suas promoções e sempre tenho vontade de voltar lá.
Aliás, voltar lá, no mesmo lugar, não dá, pois o restaurante mudou de endereço.
Fomos jantar lá, Luciana, minha ex-namorada, e eu, era um lugar atraente, todo decorado com temas que lembravam uma tenda, tinha inclusive uma sala onde você sentava em almofadas e a mesa era baixa, como se você se sentasse numa tenda de beduínos do Deserto do Saara.
Fomos bem atendidos, o garçom nos entregou o cardápio, que foi olhado com interesse, não lembro se pedimos um prato a base de peixe ou se foi a base de carne de cordeiro.
Quando os pratos chegaram, aquela impressão do glutão, “É só isso? Vou passar fome.”, e não fui só eu, foram os dois a pensar a mesma coisa, tanto que em voz baixa combinamos de passar depois em uma lanchonete para comer um hambúrguer ou um cachorro-quente para segurar o resto da noite, hahaha.
Bom a comida era muito saborosa, com os temperos e seus condimentos e pimentas de cheiro, de fato, um prato de “lamber os beiços”.
Terminada a refeição fomos brindados por uma xícara de chá de hortelã, servido de forma meio acrobática, pois segundo a tradição marroquina, quanto mais espuma o chá faz, mais sorte a pessoa tem na vida, e a forma como ele era servido garantia bastante espuma nas xícaras.
A música era tradicional, como todo o resto do restaurante, eu não vou lembrar se era mecânica ou se naquela noite tinha músicos tocando (eu lembro de ter jantado num restaurante com músicos, mas não sei se era lá), em resumo foi uma noite fantástica, paga a conta, fomos pegar um táxi para ir embora, aí aconteceu o fato engraçado, na calçada, enquanto esperávamos, um virou para o outro e falou, “eu estou satisfeito, esquece a lanchonete”, ambos rimos, pois realmente, o prato nos enganou, parecia que a porção seria pouca, mas ela nos supriu maravilhosamente.
Como eu disse, é um lugar para se voltar.
Aliás, São Paulo é um lugar para ir sempre.