sábado, 31 de março de 2012

De voos proibidos e conscientização (3)

Eis o terceiro texto retirado do blog Cem Homens, de Letícia Fernández.

Se esta divulgação conscientizar uma pessoa já está valendo.

NÃO É NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA. É DOLO - parte 3

10 verdades sobre o voo duplo

1) O voo duplo é proibido? Tem certeza?

Absoluta, de acordo com o Regulamento da Aeronáutica e o RBHA 104. Ele pode acontecer com fins instrucionais, isto é, quando o piloto está dando aula para alguém que pretende voar solo.

2) Se é proibido, por que rola solto?

Porque dá grana. Muita. Calcule aí. Eles dizem que só da Pedra Bonita decolaram 40 mil voos duplos por ano. Os voos custam entre R$ 250 e R$ 350. Fez as contas? Uns 12 milhões de reais SÓ NAQUELA RAMPA. Ao ano.

3) Mas as associações ganham grana com isso?

Sim. Todo mundo que voa duplo tem de pagar uma taxa diretamente à associação. A última informação que tive é que seria de R$ 10. Quarenta mil voos por ano daria só nessa taxinha R$ 400 mil. Só que o piloto precisa se cadastrar em um clube e pagar mensalidade, se não ele não pode voar. E esses clubes repassam parte do valor às entidades.

4) Existe seguro?

Não. Por ser uma atividade ilegal, as empresas não podem segurar o passageiro.

5) É uma atividade radical. É de supor que acidentes aconteçam.

Sim, acidentes acontecem. Até dentro da sua casa. Só que se você, por exemplo, não troca nunca os freios do seu carro, ultrapassa a velocidade permitida ou dorme ao volante e bate o carro, você diria que foi acidente?

É a mesma coisa. Só que os erros têm consequências mais graves, aí sim por causa do risco inerente ao voo livre. No caso da minha irmã, em 2003, o problema foi a asa velha. Acompanhei todos os acidentes graves que aconteceram de lá para cá e NENHUM deles foi por algo imprevisto. Todos foram causados por pilotos que utilizaram equipamento que já devia ter sido aposentado, ou por não atentarem às regras básicas de segurança. Todos. Não foram acidentes. Foram assassinatos.

6) Mas não tem manutenção e fiscalização?

Mais uma vez: se é ilegal, não há como fiscalizar. A ANAC diz que não é com ela, a polícia diz que não sabe o que fazer, o Ministério Público cruza os braços. Manutenção? Bom, boatos dizem que a asa que o Valtinho usou com a minha irmã estava remendada com silver tape. O “acidente” com Diandria Catem, em 2009, foi igualzinho. A asa velhíssima também quebrou no ar, mas felizmente Diandria sobreviveu. O piloto morreu.

7) Qual a responsabilidade das associações nisso tudo?

Toda. Você só pode usar a rampa se tiver autorização das associações. Eles ganham pelos voos. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já entendeu isso na ação que meus pais movem. Eles tentam fugir, como estão fazendo agora com o caso da Priscila, mas eles tem corresponsabilidade nisso.

8) Quando acontece algum acidente, as associações dão algum auxílio material?

Nenhum. Nem no meu caso, nem no do Michel, nem no da Diandria, pelo menos.

9) A atividade é proibida só no Rio?

Não. Em todo o território brasileiro. Nenhum sítio de voo (Atibaia, Parque da Cidade, etc) tem permissão para voos duplos comerciais.

10) Por que chamam pilotos de instrutores?

Porque é permitido dar aulas de voo livre. Desde que minha família começou a “mexer” nisso tudo, eles passaram a usar essa gambiarra para continuar voando duplo. Eles não são instrutores, não estão ensinando nada, estão fazendo passeio panorâmico. Só. Eles fingem que você está pagando uma matrícula no curso (podem ver isso nos sites), mas é um jeito de burlar a lei.

Bom, isto posto, eu só posso pedir que vocês divulguem entre os amigos. Eu estou há oito anos nessa luta. Fiz de tudo para que outros acidentes não acontecessem. Falhei, mas fiz o que estava ao meu alcance. Os pilotos SABEM que estão agindo contra a lei, e mesmo assim continuam fazendo tudo isso. Para mim, não se trata de negligência, imprudência ou imperícia. Se você ganha dinheiro com uma atividade ilícita que mata, você é um assassino.

De voos proibidos e conscientização (2)

Eis o segundo texto retirado do blog Cem Homens, de Letícia Fernández.

Se esta divulgação conscientizar uma pessoa já está valendo.

NÃO É NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA. É DOLO - parte 2

Acompanhamos as notícias que saíram depois do acidente. Foi aí que descobrimos que o voo duplo era proibido, em um box num jornal que não me lembro mais qual é. Fiquei revoltada. Até então tratávamos o assunto como um acidente, uma fatalidade, algo inerente ao risco de voar de asa delta ou parapente.

Assim como a maioria das pessoas faz. Fatalidade.

Só que quando você sabe que a atividade é ilegal e que, apesar disso, é feita livremente e muitas vezes com o apoio de órgãos públicos (como a RioTur), o sentimento de revolta é inevitável.

A Ana, assim como inúmeras pessoas, só voaram porque achavam que tudo corria dentro da lei. Em uma decisão familiar, decidimos que não deixaríamos que a atividade continuasse acontecendo. E o melhor jeito para isso era entrar com uma ação judicial.

A BUSCA DO ADVOGADO

De volta ao Rio, procurei o advogado que havia sido entrevistado pelo jornal e que havia dito que o papel assinado pela minha irmã não tinha qualquer valor jurídico. Entreguei todos os documentos solicitados por ele.

Nesse ínterim um corretor de seguros me procurou. Disse que atendia diversos pilotos da ABVL e que eles, só os pilotos, tinham seguro. Eu não fiz a conexão imediatamente, mas depois isso se tornou óbvio: uma seguradora não poderia englobar o passageiro, simplesmente porque a atividade é ilegal!!!

Mas olha como o corretor foi bonzinho: como ele atendia muitos pilotos, a seguradora havia resolvido “fazer um agrado” e me pagar uma indenização. De dez mil reais. DEZ MIL REAIS (nota: tentaram devolver o dinheiro do voo ao irmão da Priscila, a moça que morreu domingo. Sério? Só pode ser brincadeira!).

Eu não aceitei, evidentemente, e tive de ouvir do advogado que não teríamos nada a fazer. Não me dei por satisfeita e procurei Maria Celina Bodin de Moraes, minha ex-professora de Responsabilidade Civil na PUC, e pedi uma indicação.

Ela pensou por alguns dias e disse que teria que indicar um advogado que ela soubesse que seria correto e apaixonado pela causa. Ela acertou em cheio e me disse para procurar Flavio Müller, que também havia sido meu professor na faculdade.

Flavio é corretíssimo, honesto, cordial, interessado e nos trata como se fôssemos da família. Ele abraçou fortemente a causa, e entramos com uma ação judicial indenizatória e uma ação civil pública para interrupção dos voos enquanto não fossem regulamentados.

Além disso, enviou consultas e questionamentos a órgãos como RioTur, ANAC, Prefeitura do Rio, fazendo a denúncia de que os voos continuavam acontecendo e pedindo providências.

O PROCESSO JUDICIAL

Meus pais são autores de uma ação civil indenizatória contra a ABVL e a AVLRJ.

Ainda na fase de instrução – isto é, quando coletávamos provas e depoimentos de testemunhas -, o então presidente da ABVL, Bruno Menescal (muito conhecido no meio), disse em juízo que as pessoas voavam porque queriam ser pilotos. Em juízo.

Disse, também, que a taxa paga diretamente na sede da associação (na época do depoimento, era de R$ 10) era para a manutenção do banheiro. Do BANHEIRO.

Eles quiseram se desvencilhar de qualquer culpa no caso. Afinal, o Valtinho tinha morrido mesmo, então não poderiam culpar o piloto, como estão fazendo agora no caso da nutricionista baiana.

Em uma das contestações, os advogados das associações disseram que nós queríamos dinheiro. Foram muito cruéis, o que já sabíamos que ia acontecer, mas me parece totalmente antiética tal suposição. Nada jamais trará minha irmã de volta, nenhum dinheiro no mundo. O que queríamos e continuamos querendo é que os responsáveis sejam responsabilizados. Assim como você, motorista, é punido caso se envolva num acidente de trânsito.

Mesmo mentindo em juízo e alegando essas coisas absurdas, as associações foram condenadas em duas instâncias. O processo ainda não transitou em julgado, pois ainda cabem alguns recursos de caráter meramente protelatório.

Copio aqui alguns trechos da sentença que julgo importantes e não são cheios de juridiquês (os grifos são meus):

Devidamente citadas, as associações rés apresentaram contestação às fls. 405/424, acrescida dos documentos de fls. 425/516, sustentando as preliminares de ilegitimidade passiva e impossibilidade jurídica do pedido. No mérito, sustentam a inexistência de contrato de transporte, a relação exclusiva da vítima com o falecido piloto da asa-delta, a existência de um termo de responsabilidade que as isentaria dos riscos da atividade, a natureza de ‘atividade de risco’ do vôo livre que transferiria à vítima a culpa pelo ocorrido, a incidência de legislação que determina que o vôo de asa-delta corre por conta e risco do participante, a impossibilidade de desconsideração da personalidade jurídica de seus representantes, a inaplicabilidade do CDC à hipótese dos autos ao fundamento de que ‘a única relação estabelecida entre a ABVL e a AVLRJ e a falecida filha dos autores foi a de disponibilização de toaletes’, a inexistência de ato ilícito, de negligência e de danos morais indenizáveis, a existência de responsabilidade exclusiva do piloto, da União e concorrente da vítima.

Quando eles recorreram da primeira sentença, favorável aos meus pais, alegaram o seguinte (todos os trechos foram retirados do acórdão julgado em dezembro de 2011):

Para tanto, sustentam a inexistência de relação de consumo entre os pilotos associados e as associações, bem assim entre as associações e os interessados, que contratam os pilotos para a prática de voo livre, além da ausência de responsabilidade objetiva, por culpa exclusiva de terceiro.

Aqui eles tentam tirar o deles da reta e colocarem o do Valtinho, que… morreu no acidente!

O relatório da desembargadora Denise Levy Tredler, no entando, contraria todas as pretensões das associações (os grifos, de novo, são meus):

Isto porque, após detida análise dos autos, verifica-se que tanto as associações apelantes, como os pilotos, auferem proveito econômico em decorrência da prática do voo duplo de asa delta, como atividade remunerada, e como tal enquadram-se no conceito de fornecedoras do serviço que disponibilizam, mediante o pagamento do preço que estipulam e a assinatura de termo de responsabilidade pelo interessado.

(…)

O conteúdo das declarações constantes nos documentos de fls. 240/241 confirma a tese no sentido de que as associações atuam como intermediárias na atividade de voo duplo remunerado, auferindo proveito econômico, mediante a cobrança de verba, supostamente destinada à manutenção de suas instalações.

(…)

Trata-se, portanto, de cobrança diretamente vinculada à prática da atividade de voo duplo remunerada. Tanto que visitantes e acompanhantes dos interessados na prática do esporte não precisam pagar a referida quantia, ainda que configurem potenciais utilizadores de banheiros e outras instalações da rampa da Pedra Bonita. Ademais, não é razoável supor, de plano, que todos aqueles que se dispõem a praticar o voo duplo, irão, necessariamente, usar o banheiro.

Releva salientar não ser crível que a cobrança individual de uma taxa, que em um fim de semana pode totalizar R$1.700,00 (fl. 647), e no final de um ano R$230.000,00 (fl. 649), de acordo com o teor de reportagem jornalística divulgada em jornal de grande circulação, seja, apenas, destinada ao custeio do uso de banheiros e demais instalações da rampa, ou mesmo das associações.

(…)

Conforme comprovado nos autos, as associações se apresentam aos consumidores como sendo as responsáveis pela administração e o agenciamento da atividade de voo livre na região do acidente, como comprova a declaração de fl. 241, sendo obrigatória a vinculação de todos os instrutores, que realizam a exploração comercial da atividade, aos quadros de associados das apelantes, o que é apresentado ao mercado como fator de segurança a encorajar a sua contratação, funcionando como verdadeira publicidade do serviço exposto à aquisição pelos consumidores, conforme demonstra, igualmente, o documento de fl. 243.

(…)

É certo, ademais, que as associações mantêm sede única nas proximidades do local do pouso das asas deltas e os consumidores não procuram diretamente os pilotos, mas a referida sede, onde são encaminhados aos pilotos disponíveis, apenas após realizarem o pagamento da “taxa de manutenção”.

Contudo, resta evidente que a remuneração percebida pelas apelantes não se limita ao valor que lhes é diretamente pago. Muito mais relevante é a remuneração indireta que extraem da atividade explorada, haja vista sustentarem que a remuneração de cada voo é paga diretamente aos instrutores, que, para explorarem comercialmente a atividade, devem obrigatoriamente a elas estar associados, pagando-lhes mensalidades, como informado nos depoimentos de seus próprios representantes legais.

(…)

Releva notar, ainda, ser inconcebível acatar a tese no sentido de que todos aqueles que praticam voo duplo o fazem para fins de instrução, por pretenderem se tornar pilotos, sobretudo quando grande parte dos interessados são turistas.

(…)

Releva observar, ademais, que não se pode afirmar que a referida exclusão decorre de fato da própria vítima, Ana Rosa, que, por sua espontânea vontade, assinara um Termo de Exclusão de Responsabilidade. Isto porque, nos termos do inciso I, do art. 51, do CDC “são nulas, de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos”.

(…)

Releva notar, outrossim, que o acidente ocorreu em decorrência da deficiente manutenção do equipamento e da falta de fiscalização deste, que deveria ter sido realizada pelas apelantes.

As associações foram condenadas a pagar R$ 255 mil aos meus pais. Como disse, ainda não houve trânsito em julgado da ação, então eles podem recorrer ainda.

É importante notar que tudo isso que copiei acima foi COMPROVADO nos autos do processo, com documentação, depoimentos e etc.

Ainda assim, mesmo com a ação ter sido iniciada em 2004, isto é, há sete anos, eles continuam agindo exatamente da mesma forma. Isso é negligência? Imprudência? Imperícia? Não, pra mim isso é uma conduta dolosa. E falo mais sobre isso na terceira e última parte desse post.

De voos proibidos e conscientização (1)

Domingo passado eu republiquei um post de uma blogueira sobre o acidente de parapente ocorrido no Rio, vitimando Priscila Boliveira.

Agora vou postar uma sequência de três outros posts dela, por achar importante para conhecimento.

Se esta divulgação conscientizar uma pessoa já está valendo.

Eis o primeiro texto retirado do blog Cem Homens, de Letícia Fernández.

NÃO É NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA. É DOLO - parte 1

Estou devastada desde domingo à noite. Como vocês devem ter acompanhado nos noticiários, a jovem Priscila Boliveira despencou de um parapente e faleceu nas areias de São Conrado, no Rio de Janeiro.

As semelhanças com a morte da minha irmã eram assustadoras. Depois que soube do acontecido, tive crise de choro e passei a noite praticamente insone. Ontem, li tudo o que saiu sobre o acidente (por favor leiam todos os “acidentes” que eu escrever com muitas e muitas aspas), dei entrevistas, cavei telefones, conversei com nosso advogado.

Cheguei ao final do dia exausta. Um bagaço. Fisicamente, por não ter dormido; e emocionalmente, pois remexer nessa história é deveras desgastante. Mas como eu nunca mais quero passar por isso ou ouvir a voz de choro da minha mãe ao saber de um novo acidente, faço questão de escrever esse post. Ele é por mim, sim, mas é muito mais por você e pelos seus amigos e familiares.

Peço que compartilhem, divulguem, repensem. Você pode salvar vidas.

O ACIDENTE DA MINHA IRMÃ

Ana sempre quis voar de asa-delta. Como é caro (os voos custam hoje entre R$ 250 e R$ 350), ela nunca havia conseguido ir. Em 2003, já trabalhando, decidiu ir. Recebeu um panfleto na praia, mas eu mesma a aconselhei a procurar a sede da Associação Brasileira de Voo Livre (ABVL), que fica na praia de São Conrado, a poucos metros da área de pouso das asas e parapentes.

Achamos que seria melhor ela procurar a associação para que esta a indicasse um piloto experiente, evitando riscos desnecessários. Foi o que ela fez. Disseram a ela – na ABVL! – que o melhor piloto disponível no momento era Edvaldo Silva, o Valtinho, que tinha muitas horas de voo e prêmios internacionais.

Ela acertou o pagamento para ela, e o amigo que a acompanhava, o Railson, também médico, voaria depois. À época era preciso assinar um termo de responsabilidade (não é o termo de matrícula que existe hoje) e pagar uma taxa dentro da própria ABVL. Se não me falha a memória, o valor era de R$ 5.

Os três (Ana, Railson e Valtinho) subiram para a rampa de decolagem. Notem que tal rampa fica em área federal, pois é dentro do Parque Nacional da Tijuca. Existe uma guarita para que você possa chegar até lá de carro. A área é uma concessão da União (no caso, do IBAMA) e, por isso, atividades ilegais não podem ser realizadas ali (ou em qualquer outro lugar, óbvio, mas essa condição está expressa no termo de concessão).

Ana se preparou para o voo. Como “preparação” entenda aprender a dar uma corridinha. Só. Aqui vocês veem ela poucos minutos antes da decolagem:


Ela estava feliz, satisfeita de realizar um sonho. Era a tarde de uma quarta-feira, 12 de novembro de 2003.

A decolagem de parapentes e asas acontece exatamente no mesmo local. A única diferença é que quem está na asa dá a famosa corridinha nessa parte de madeira aí que aparece na foto, enquanto o parapente decola de uma área imediatamente abaixo desta estrutura.

Ana decolou e tudo parecia correr bem. Até que a asa simplesmente quebrou no ar. Quebrou. Em vez de planar, ela ficou descontrolada e eles bateram em um costão de pedra e caíram no mar. Testemunhas dizem que a quebra aconteceu a 50-70 metros do chão.

Minha irmã chegou a ser resgatada com vida, mas Valtinho morreu imediatamente. Não sei a causa mortis dele, mas a da minha irmã foi a fratura da coluna cervical. Caso tivesse sobrevivido, ela teria ficado tetraplégica.

Railson, o amigo que a acompanhava, estava na rampa na hora do acidente e não viu o que aconteceu. Notou apenas a movimentação estranha, até que o levaram para a praia e ele ficou sabendo de tudo. Assim como os amigos de Priscila, ele teve de ir prestar depoimento na 15ª DP.

O MOTIVO DO ACIDENTE

A asa estava velha. E não sou eu quem está falando isso. Eu nunca nem vi a asa sem ser por essas fotos. Pentelha que sou, fui até a 15ª DP, enchi o saco do policial e ele chamou algumas pessoas para depor. Uma delas foi a presidente da AVLRJ na época do acidente, que coincidentemente também se chama Ana.

Ela disse que a asa que Valtinho usava estava CONDENADA pelos próprios pilotos. Estava muito velha, sem condições de uso. Mas mesmo assim ele subiu para a rampa, tirou a asa do “aseiro” (um depósito fechado que fica sob responsabilidade das associações) e voou.

Por favor notem que existe – ou deveria existir – um fiscal de rampa. E que sempre há outros pilotos lá em cima. Eles podiam ter impedido o voo, mas não fizeram.

Boatos dizem que a asa estava remendada com silver tape. SILVER TAPE.

Não foi feita perícia no equipamento. Ela caiu no mar, junto com a minha irmã e o piloto, e afundou. Dias mais tarde o corpo de bombeiros a retirou de lá, e entregou à ABVL. A própria associação fez a “perícia” (quão louco isso é???) e chegou à conclusão que não tinham conclusão.

Anotaram que a asa estava quebrada em algumas partes, mas não sabiam precisar qual parte quebrou no ar e qual se partiu no choque contra a pedra. Não há uma única palavra sobre as condições do equipamento, se estava velho, se alguma parte estava corroída, nada.

Quando perguntados em juízo o que haviam feito com a asa, eles disseram que jogaram fora. JOGARAM FORA.

COMO EU FIQUEI SABENDO

Tudo isso aconteceu, o mundo ficou sabendo (porque saiu em jornais, plantões e sites), mas eu estava alheia a tudo. Saí do trabalho e fui para a aula de espanhol, deixando meu celular no silencioso durante esse tempo. Passava um pouco das nove da noite quando cheguei em casa e notei as dezenas de chamadas perdidas no telefone. Não vou passar detalhes desse momento, porque foi extremamente dramático e muitos de vocês já sabem.

O fato é que em poucos minutos a minha casa estava cheia de amigos (queridos, os agradeço imensamente por isso). Dois deles estavam no IML, minha prima e um ex-namorado. Só que o corpo da minha irmã não estava lá, mesmo horas após o acidente.

Flávia e Roberto, duas almas gêmeas que tive o prazer de encontrar nessa vida, foram até o Grupamento Marítimo dos Bombeiros, na Barra, e descobriram que a Ana (desculpem, não consigo chamá-la de “corpo” ou “cadáver”) estava lá. Numa maca. Há horas. Eles acompanharam o carro dos bombeiros que a transportou para o IML, onde chegou apenas no início da madrugada.

A ATITUDE DAS ASSOCIAÇÕES APÓS O ÓBITO E O TRASLADO DO CORPO

Quando Flá e Beto chegaram ao IML e encontraram minha prima, Adriana, e o Cristiano, o ex-namorado, o local estava lotado de pilotos de voo livre. Todos prestando solidariedade à família do Valtinho, cujo corpo tinha ido direto para lá após o acidente. Eles estavam tentando liberar o cadáver para sepultamento.

Em conversas informais, os diretores da ABVL e da AVLRJ (hoje chamada de Clube de Voo Livre de São Conrado) disseram que dariam todo o apoio para ajudar-nos na burocracia decorrente da morte da minha irmã. Entregaram cartões, números de telefone, foram simpáticos e aparentemente prestativos. Disseram, também, que existia um seguro que cobria casos como aquele.

Só que o corpo da Ana não poderia ser analisado naquele momento, pois já era madrugada e não havia nenhum médico de plantão. Teríamos, então, que esperar a manhã seguinte.

Foi o que fizemos. No horário da abertura do IML já estávamos lá (eu, em completo choque). Além da demora habitual de qualquer órgão público, a impressão digital da Ana estava muito fraca na carteirinha do Conselho Regional de Medicina (CRM), o único documento que ela havia levado para o Rio.

Enquanto tentávamos liberar o corpo apesar deste inconveniente, tive de lidar com repórteres-urubus. Passamos horas naquele lugar fétido (o IML é o lugar mais fedido do mundo). Nesse meio tempo tivemos que começar a organizar o traslado do corpo para Manaus, onde Ana seria enterrada.

Antes de embarcá-la no avião, porém, seria necessário embalsamá-la. Creio que isso aconteça por questões de segurança, para que o avião não seja infectado com alguma doença que o morto porventura tivesse. Isso também conserva o corpo por muito mais tempo.

Foi quando alguns amigos tentaram contato com o pessoal da ABVL e da AVLRJ. Como poucos voos faziam esse traslado à época, precisávamos liberar o corpo imediatamente, para que desse tempo de irmos para Manaus no mesmo dia.

Todos os telefones indicados estavam desligados ou fora de área. Deixaram recado nas associações. Ninguém jamais retornou ou nos deu qualquer auxílio na liberação e traslado do corpo.

Com auxílio inestimável da minha amiga Christianne, encontramos uma funerária que fez todo o serviço de embalsamar e transportar para o aeroporto. Porém, só conseguimos embarcar – eu, Ana, Railson e meu cachorro – na sexta-feira pela manhã (o acidente havia sido na quarta-feira).

Aqui eu preciso fazer um mimimi, já que não fiz até agora. Ao chegar em Manaus meu pai me esperava dentro da sala de desembarque. Todo mundo na cidade já sabia do que havia acontecido e deixaram que ele ficasse lá dentro.

Perguntei pela minha mãe e ele disse “está lá no Terminal de Cargas”. Pedi para ele pegar meu cachorro e saí correndo pelo aeroporto. Minha tia Magnólia me levou até o outro terminal, onde encontrei minha mãe e meu irmão. Estávamos completamente destruídos. Vocês não têm a menor ideia do que é receber o caixão da própria irmã num terminal de cargas.

Voltando.

Levamos à funerária, velamos, enterramos. E aí começa uma nova saga na minha vida, que escreverei em outro post porque este já está longo demais.

De ciclismo e paisagens

Não sou fã dessas competições de ciclismo, sabe, Volta da França, Giro de Itália ou Volta da Catalunha, para citar algumas.

Não sei, acho tão enfadonho quanto os ralis, lógico, a diferença é a menor poluição, tanto de dejetos quanto a sonora, mas não vejo graça você disputar uma corrida entre duas cidades, sem muitas emoções de ultrapassagens, parece que falta algo.

Reconheço que há estratégia, ainda mais no ciclismo, quando existe o “trabalho de equipe” em prol do ciclista principal e favorito, mas mesmo assim, falta algo.

Agora, uma coisa me faz parar na frente da televisão para assistir um evento desses, as paisagens por onde ele é disputado.

Você tira todo o som da narração, e fica concentrado só nas imagens geradas por carros, motos e helicópteros que acompanham os competidores, há imagens lindas, de montanhas, campos, beira-mar, até mesmo de cidades, já que os trajetos normalmente cobrem cidades pequenas, muitas vezes turísticas, e com aquelas características do país onde a competição ocorre.

Nesta semana está ocorrendo a Volta da Catalunha, não sei se é hoje ou amanhã será disputado o último trecho, com chegada em Barcelona, um canal de assinatura está transmitindo.

Outro dia eu parei para ver uns 10 ou 15 minutos da competição, só mesmo pelo prazer de ver as paisagens, viajei, me deliciei, afinal, os cenários são incríveis.

De cronograma do Centenário

O centenário está chegando.

Nesta semana foi divulgado o calendário oficial com a programação de festividades pelo Centenário do Santos Futebol Clube.

Se tudo der certo, pelo menos em um evento de Abril eu estarei presente e, se sobreviver à emoção, eu conto aqui.

Segue abaixo o calendário oficial.
 
AGENDA DE FESTIVIDADES DO CENTENÁRIO
 
ABRIL
 
DIA 9
 
  • Horário: 9h - Troféu BOLA DE OURO, do Paulista de 1965 (uma das taças mais valiosas do Brasil), começa a ser exposto no Memorial das Conquistas
  • Horário: 18h - Lançamento do Livro Oficial do Centenário ‘Santos: 100 anos de futebol arte’, editora Magma Cultural - Local: Salão de Mármore da Vila Belmiro (para convidados e imprensa)
 
DIA 10

  • Horário: 11h - Sessão Solene na Câmara dos Deputados (Congresso Nacional) em homenagem ao Centenário do Santos FC. Presença confirmada do presidente do Santos FC, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, e do Rei Pelé - Local: Câmara dos Deputados, Brasília
  • Horário: 19h - Lançamento do projeto ‘Santos Futebol Arte’, que transformará o Memorial das Conquistas em espaço permanente de exposições de arte - Abertura: Paulo Consentino - Local: Memorial das Conquistas do Santos (para convidados e imprensa)
 
DIA 12

  • Horário: 15h - Estreia do programa semanal MENINOS PARA SEMPRE, da Santos TV, ao vivo pelo Youtube. - Descrição: Programa consistirá em entrevistas especiais com ídolos históricos do Clube, com participação dos internautas.
 
DIA 13

  • Horário: a partir das 19h - Avant-Première oficial do Filme “Santos, 100 anos de Futebol Arte” - Descrição: Evento VIP para mil convidados, com transmissão ao vivo do canal ESPN Brasil. Haverá exibição do filme oficial do Centenário seguida de coquetel para os convidados. - Local: Vila Belmiro
  • Horário: 22h - Festa na quadra da Torcida Jovem, em São Paulo - Endereço: Rua Dr Luiz Carlos, número 1, Jardim Aricanduva
 
Dia 14

  • Horário: 10h - Passeio ciclístico com saída e chegada da Vila Belmiro
  • Horário: 10h30 - Lançamento da Medalha Comemorativa do Centenário do Santos FC pela Casa da Moeda do Brasil - Local: Conselho Deliberativo do Santos FC (Vila Belmiro, 1º andar) - Descrição: A Casa da Moeda do Brasil, Empresa Pública Federal com 318 anos de história, homenageará os 100 anos da fundação do Santos FC com a confecção de três medalhas em ouro, prata e bronze.
  • Horário: 11h - Jogo dos 100 meninos – “Nós contra a rapa” - Descrição: Grande evento na Vila Belmiro, com duas partidas. Na primeira, haverá um confronto entre grandes ídolos do passado alvinegro. Na segunda, o time titular do Santos FC fará uma partida festiva contra 100 crianças torcedoras. - Local: Vila Belmiro
  • Horário: 14h - Contagem Regressiva Final no Relógio do Centenário, seguido de grande queima de fogos - Local: Praia do Gonzaga, em Santos (em frente à Praça das Bandeiras)
  • Horário: 14h30 - Shows na praia do Gonzaga em homenagem ao Centenário do Santos FC
  • Horário: 14h - Brinde Mundial através do site e das mídias sociais do Clube
  • Inauguração da Embaixada do Santos FC em Brasília
 
Dia 15

  • Horário: 9h - Programa Domingo Esportivo Bandeirantes ao vivo do Memorial das Conquistas
  • Horário: 15h30 - Entrega da primeira placa da série TORCEDOR DE PLACA - Descrição: Clube homenageará torcedores históricos - Local: Vila Belmiro
  • Horário: 16h - Jogo: Santos x Grêmio Catanduvense (Campeonato Paulista)
 
DIA 16

  • Horário: 21h30 - Sessão exclusiva do filme ‘Santos: 100 anos de Futebol Arte’ em São Paulo - Local: Cine Livraria Cultura (Conjunto Nacional)
 
DIA 17

  • Horário: 18h - Noite de autógrafos do Livro Oficial do Centenário - ‘Santos: 100 anos de futebol arte’, Magma Cultural - Local: Livraria FNAC, loja Pinheiros - Endereço: Praça dos Omaguás, 34, Pinheiros, São Paulo
 
DIA 25

  • Sessão Solene na Câmara Municipal de Santos em homenagem ao Centenário do Santos FC
 
DATAS A SEREM CONFIRMADAS

  • Jantar Oficial do Centenário;
  • Lançamento do Selo Oficial idealizado pelos Correios;
  • Lançamento de programa semanal no canal Esporte Interativo;
  • Lançamento da nova Revista Santástico especial de Centenário, a partir desta edição também à venda para não sócios.
 
MAIO

DIA 7

  • Sessão Solene na Assembleia Legislativa de São Paulo com entrega da Salva de Prata em homenagem ao Centenário do Santos FC
 
14 a 20

  • Programação especial no Memorial das Conquistas, em parceria com o IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus)/Ministério da Cultura, em comemoração à 10ª Semana Nacional de Museus
 
JUNHO

  • Exposição de fotos no Sesc/Santos
 
DIA 21

  • Sessão Solene na Câmara Municipal de São Vicente em homenagem ao Centenário do Santos FC
 
JULHO

  • Lançamento do novo site oficial do Santos FC
  • Torneio de games (futebol virtual)
  • Torneio entre as franquias Meninos da Vila
 
SETEMBRO

DIA 15

  • Grande festa de lançamento do 2º uniforme (listrado) do Santos FC - Local: Vila Belmiro
 
18 a 23

  • 10º Festival de Cinema CURTA SANTOS
 
OUTUBRO

  • Santos Arquidecor – O Luxo em Preto e Branco (Santos FC será tema de uma das mais tradicionais mostras de arquitetura do Brasil)
 
Dia 12

  • Evento especial alusivo ao Dia das Crianças – Santástica Fábrica de Craques
 
NOVEMBRO

  • Exibições públicos dos grandes clássicos do Santos FC
 
OUTUBRO A DEZEMBRO

  • Exposição itinerante no Litoral Paulista dos filmes premiados no 10º CURTA SANTOS
 
EVENTOS INDEPENDENTES

  • 19/3 a 20/4 - Santos – Antiquário Casa do Povo: Exposição “100 anos de Santos FC”
  • Presidente Prudente/SP: 15/4
  • Orlândia/SP: 21/4
  • Araras/SP: 30/4


quinta-feira, 29 de março de 2012

De esquilo sem noção

Tem situações que não tem explicação.

Desde a primeira vez que assisti a Era do Gelo eu gostei do Scrat.

Tudo bem que ele só aparece pouco, como um interlúdio para a trama principal.

Mas ele ganha o filme todo, pelo menos eu me esqueço de Manny, Diego, Sid ou quem esteja em cena, o esquilo-dente-de-sabre e sua noz são totalmente non sense.

Ele tem esquetes dignas do cinema mudo, de gênios, a química de cena dele é de outro mundo.

Lembro quando assisti ao segundo episódio, se não me engano foi no Cine Belas Artes, eu tenho certeza que foi em São Paulo, a Luciana quase teve um treco de vergonha, a sala absorta, todos assistindo o filme, de repente uma cena com o Scrat, não me contive, comecei a gargalhar, e não estava nem aí para a bagaça toda.

E confesso, estou aguardando a estreia do quarto episódio, cujo trailer é exclusivo dele e está totalmente épico.

quarta-feira, 28 de março de 2012

De histórias de futebol

O filme sobre a vida de Heleno de Freitas, se já não foi lançado, está para ser.

Existe toda uma expectativa para se saber se o jogador foi bem adaptado e interpretado por Rodrigo Santoro.

Talvez seja o melhor filme nacional abordando futebol com um personagem real, afinal, se reproduzir uma partida de futebol, com todos seus detalhes, é muito difícil.

Agora, no meu modo de ver o melhor filme sobre futebol é outro.

Do diretor Ugo Giorgetti, o filme Boleiros, Era Uma Vez no Futebol (1998), tem um sabor delicioso.

É um filme de memórias (fictícias, é verdade).

Cássio Gabus Mendes é um jornalista que precisa realizar uma reportagem com um ex-jogador que, segundo fontes, está na miséria.

Para tentar encontra-lo, o jornalista se encaminha para um barzinho num bairro paulistano, que é reduto de ex-boleiros, que se reúnem para relembrar os bons e velhos tempos.

Memórias de jogos polêmicos, de ex-atletas que foram jogar no exterior e retornam desconhecidos, craques emergentes e suas confusões dentro e fora do campo, pequenas crônicas de uma leveza e humor poucas vezes vistos.

Sim, através de contatos, o jornalista encontra o ex-jogador, que mantém as aparências, dando uma entrevista muito marrenta, mas essa é a história de fundo, a desculpa que se encontra para narrar lendas esportivas que qualquer pessoa mais desavisada pode jurar que realmente aconteceram.

Ugo Giorgetti fez uma continuação, Boleiros 2, Vencedores e Vencidos (2006), com algumas alterações, mantendo uma linha de tempo, ou seja, todos os personagens que tem suas histórias contadas no primeiro filme ou aparecem ou são mencionados no segundo, com algumas continuações de histórias, ou com outro tipo de envolvimento, mas com o mesmo brilhantismo do original.


terça-feira, 27 de março de 2012

De museus e exposições

Eu não sou muito de visitar museus, não sei, não entendo bem as artes plásticas.

Mas fico feliz quando vejo uma mudança no público brasileiro.

Uma publicação de renome internacional, a inglesa The Art Newspaper, divulgou a lista de exposições mais visitadas no ano passado.

O fato que eu destaco é que a exposição que alcançou o 1º lugar por média de público foi realizada no Brasil, no Rio de Janeiro.

A exposição “O Mundo Mágico de Escher”, teve uma média diária de mais de nove mil visitas, mostrando 92 gravuras e ilustrações de Escher.

Eu não conhecia o artista, uma rápida pesquisa feita e descobri que ele tem diversas gravuras que mostram ilusões de óptica.

Isso é legal, afinal, cultura deve sempre ser respeitada e divulgada.

segunda-feira, 26 de março de 2012

De irracionalidade uniformizada

Na primeira fase deste blog, uma vez eu falei sobre torcidas organizadas.

Não me lembro sobre o que falei, nem o motivo, afinal o post foi apagado, mas com certeza foi algum lance bizarro de selvageria irracional, para eu falar desse bando de marginais só poderia ser sobre isso.

Não era exclusivo desta ou daquela torcida, deste ou daquele time, era geral, afinal, covardes, desordeiros e criminosos só se escondem no meio de grupos que são verdadeiras massas de manobra, valendo-se de um grande número de indivíduos para externar sua violência irracional.

Desta vez foi numa avenida distante cerca de 10 Km do Pacaembu, mas já aconteceu dentro de Estádios, em estações de metrô, na frente de CTs de clubes, enfim, em qualquer lugar onde tiver meia dúzia de acéfalos que se achem protegidos pelo anonimato.

Como eu disse desta vez foi longe do estádio, aparentemente a briga foi marcada através de sites sociais na internet, o certo é que ela foi planejada, ambas as facções estavam preparadas para o confronto.

Porque eu estou frisando isso?

Eu conheço a Avenida Inajar de Souza, andei muito por ela até bem pouco tempo atrás.

Não, eu não morei em São Paulo, mas isso é outra história, o fato é que eu conheço a avenida e principalmente o trecho dela onde se deu a sandice irracional.

Conversei com uma pessoa que mora na região, bem próxima de onde tudo aconteceu, ela me relatou coisas tristes, vou tentar repassar aqui, mas vai depender da memória.

“Não estávamos em casa, havíamos saído para fazer umas compras, portanto não vimos o confronto na hora, o que soubemos foi de relato de vizinhos e do que vimos do rescaldo pós-briga.”

“Eles usaram barras de ferro, quando chegamos várias estavam jogadas no chão, onde também estavam algumas camisas manchadas de sangue.”

“Invadiram a padaria, a farmácia, o açougue, onde conseguiram eles entraram, naquela banca de revistas, alguns empurram a mulher que trabalha lá, jogaram barras de ferro para baixo do balcão e forçaram-na fechar as portas, ficaram com ela lá dentro por cerca de 40 minutos, como se fosse refém.”

“O palmeirense que morreu, levou o tiro na frente do posto, do outro lado da Avenida.”

“Eu não cheguei a ver o confronto e ainda assim fiquei abalada, acabaram com meu domingo, nem quero imaginar como eu ficaria se tivesse presenciado tudo.”

O contexto das frases foram essas, eu coloquei em uma ordem, pois ela, ainda abalada, falava tudo atropelado e tinham outras coisas, mas por aí dá para sentir o clima tenso que ficou a região.

Um bando de boçais acha que pode fazer o que quiser pelo anonimato, pratica selvageria e fica tudo por isso mesmo.

É, fica por isso mesmo, pois o Ministério Público e a Federação Paulista de Futebol podem “banir” essas organizações chamadas torcidas organizadas, aí os líderes vão aos cartórios e onde mais for preciso, mudam o nome da quadrilha, tiram novo CNPJ, se afirmam “sem fins lucrativos” e voltam para as arquibancadas, destilar terror e violência para todos os lados.

Não vou falar sobre soluções aqui, estou mais desabafando, revoltado com o que aconteceu, principalmente por que essa pessoa com quem falei ficou muito abalada, numa outra oportunidade, quem sabe se abra uma discussão sobre soluções, se bem que isso já está acontecendo em meios de imprensa e outros lugares, se vai sair algo concreto, não sei, o que eu sei é que como está não dá para continuar.

Só finalizando, a foto abaixo é meramente ilustrativa, não sei quando ocorreu e nem quais torcidas estavam envolvidas, está certo, sem reclamações, por favor.

De selo comemorativo do centenário

E os preparativos de comemoração do centenário continuam.

Será lançado e comercializado pela E. C. T. na data do aniversário do clube o Selo Comemorativo do Centenário.

Uma arte simples e direta, como um atacante em direção ao gol, como deve ser, objetivo, esse é o espírito do Santos que o selo capturou tão bem.

Eis os dados técnicos do selo:

  • Edital nº 4
  • Arte: Fabio Lody
  • Processo de Impressão: Ofsete
  • Folha com 30 selos
  • Papel: Cuchê gomado
  • Valor facial: 1º Porte Carta Comercial
  • Tiragem: 300.000 selos
  • Área de desenho: 25mm x 35mm
  • Dimensões do selo: 30mm x 40mm
  • Picotagem: 12 x 11,5
  • Data de emissão: 14/4/2012
  • Local de lançamento: Santos/SP
  • Impressão: Casa da Moeda do Brasil
  • Prazo de comercialização pela ECT: até 31 de dezembro de 2015
  • Código de comercialização: 852009216

 

domingo, 25 de março de 2012

De desrespeito às leis e práticas proibidas

Texto retirado do blog Cem Homens, de Letícia Fernández, trazendo uma denúncia muito séria e que, para variar, é ignorada por autoridades brasileiras, que fazem vistas grossas.

Hoje, novamente uma pessoa foi vítima dessa prática, que inexplicavelmente, apesar de proibida, ainda é muito realizada, mas o texto esclarece melhor que eu.

VOO DUPLO É PROIBIDO!

Hoje não vai ter live porque estou devastada. Completamente arrasada. Uma moça morreu num acidente de parapente no Rio de Janeiro. (leia aqui e aqui)

Sempre mando e-mails para meus amigos quando acontece algo do tipo. Resgatei um aqui de 2008, e compartilho com vocês. Gostaria de atualizar a informação de que meus pais já ganharam em SEGUNDA INSTÂNCIA também.

Texto enviado aos meus amigos no dia 11 de dezembro de 2008.

Ontem aconteceu mais um “acidente” de asa-delta no Rio de Janeiro. Ironicamente, numa quarta-feira, tal qual aquele 12 de novembro 2003, quando minha irmã, a médica Ana Rosa Lapa dos Santos, faleceu em um acidente muito parecido. Na ocasião, também morreu o piloto da asa, Edvaldo da Silva, conhecido como “Valtinho”.

O que muita gente não sabe é que o vôo duplo com fins comerciais é proibido pela legislação aeronáutica brasileira. Vôos duplos são permitidos, sim, mas apenas como processo de instrução. Em tese, os passageiros são alunos de cursos de pilotagem.

Os pilotos, associações e clubes burlam a legislação (isto é, contrariam a lei!), ao fingir que os vôos turísticos são instrucionais. Por esta razão é que sempre se referem ao piloto como “instrutor”. Convenhamos: ele não está ensinando nada. É um passeio recreativo, turístico, e extremamente vantajoso.

O Sr. Roberto Menescal, presidente da Associação Brasileira de Vôo-Livre (ABVL) à época do acidente da minha irmã, afirmou EM JUÍZO que todos os passageiros de vôo duplo são pessoas interessadas em pilotar uma asa-delta.

Qualquer morador do Rio de Janeiro sabe quão falsa é esta afirmação.

Há alguns anos um vôo duplo custava a bagatela de 200 reais. Façamos as contas: se um piloto fizesse um único vôo ao dia, de segunda a sexta, ele ganharia 1.000 reais por semana, ou 4.000 reais mensais. Sem incidência de qualquer imposto de renda, INSS, PIS, Cofins, ou coisa que o valha. Quatro mil. Limpos. Lembro que um vôo dura cerca de 15 minutos e ainda tem mais o tempo de subir até a pedra, montar a asa e depois desmontá-la. Digamos que eles levem 1 hora pra fazer isso tudo. Está de bom tamanho, não está?

Desconheço os valores que são praticados atualmente, mas desconfiava que as normas de segurança não estavam sendo seguidas. O acidente de ontem só me deu a certeza de que tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, o que é muito triste e frustrante. Afinal, a morte de duas pessoas (só uma me dói – imensamente, aliás – mas não podemos esquecer do piloto) foi absolutamente em vão.

A ANAC continua fazendo vista grossa, a prefeitura do Rio finge que não é com ela, as agências de turismo continuam vendendo o “passeio” e os pilotos e associações continuam enchendo os bolsos de dinheiro. Enquanto isso, neste exato momento há pelo menos uma família com um parente internado na UTI (as informações são vagas e desencontradas; uns dizem que o piloto é que se machucou muito, outros dizem que foi o turista canadense).

Por favor notem que não há seguro indenizatório para caso de acidentes; que o passageiro NÃO é equipado com pára-quedas; e que a atividade não é regulamentada justamente por ser ILEGAL. E ainda acontece em área federal (isto é: minha, sua, nossa!): a área da rampa pertence ao IBAMA.

Não ficamos de braços cruzados e entramos com ação judicial indenizatória. A sentença da primeira instância nos foi favorável, estabelecendo reparação pecuniária. O processo continua transitando. Nada nos trará a Ana de volta, mas serve de alerta para que novos acidentes sejam evitados.

É muito doloroso remexer nestes fatos, especialmente por sabermos que nada mudou. Mas é nosso dever, enquanto cidadãos, tentar mudar a história do nosso país. É o que estamos (eu e minha família) fazendo.

O turista canadense é o ator Michel Cardin, que havia casado poucos dias antes com uma brasileira, a Carol. Ele está em estado vegetativo até hoje. Alguns meses mais tarde outra moça teve um “acidente” parecido, a Diandria. Felizmente Diandria sobreviveu, mas o piloto que estava com ela, conhecido como Parafina, morreu.

Michel Cardin

De tradições de imigrantes

Ontem cedo fui fazer uma coisa que é meio raro para mim, comprar roupas, eu passo mais de ano sem entrar numa loja de roupas, a menos que seja um caso excepcional, para comprar um presente ou algo em específico.

Mas não vou contar a minha aventura de escolher roupas, isso é ridículo, eu sei, haha.

Como sempre, eu acordo cedo, fui ao centro da cidade cedo ser o primeiro freguês numa loja.

Enquanto estava no espaço reservado para provar as roupas, ouvia a programação da rádio local (oh trem de péssima qualidade), de repente começou uma ladainha numa língua que eu não reconheci.

Quando saí olhei no balcão do caixa, lá estava o proprietário da loja, grudado no computador, nem ligando para o (péssimo) som ambiente, vendo um site ou programa no monitor.

Terminada a compra, perguntei-lhe se o que ele acompanhava no computador era alguma oração, o que ele confirmou.

Conversando mais, descobri que eram orações islâmicas.

Aqui a comunidade “árabe” é grande, na verdade muitos imigrantes e filhos de diversas nações do Oriente Médio fixaram residência em Campo Grande, o termo árabe é negado por eles, afinal a maioria não é originária da Arábia Saudita, mas de outros países.

Isso acabou enriquecendo a cultura local, que é uma mistura muito grande.

Acredito que a principal contribuição está na culinária, com seus temperos, comidas e modos de preparar, seja o Quibe, a Esfiha, o Tabule, os pratos a base de carne de cordeiro, só de pensar dá uma fome.

O comércio local também tem muitas “lujinhas” cheias de quinquilharias, precursoras das lojas de R$1,99 que surgiram no final dos anos 1990, local onde você encontra “negócios da Arábia”, às vezes uma negociação, uma pechincha e você compra o produto com algum desconto, aliás, a pechincha é arte deles.

Mas conversando com o dono da loja, falei que infelizmente a gente tem uma imagem negativa do Islã por causa das matérias de mídia e dos radicais, o que ele concordou.

Também falou que, ao contrário do que nós brasileiros imaginamos, as imagens que passam do Brasil lá fora não são tão lisonjeiras, já que elas se restringem muito ao Carnaval e aos problemas policiais que vemos, principalmente nas favelas, dando a impressão de uma eterna guerra civil, só interrompida para os folguedos de Momo.

Falei que não havia reconhecido a língua, por isso havia perguntado se eram orações islâmicas, é totalmente diferente de tudo o que eu já havia ouvido, assim como acho que se ouvisse uma missa em latim também estranharia, ele falou que apesar da tradição de se rezar em árabe, já existiam locais onde o culto do Islã já estava sendo feito na língua local, em espanhol, inglês.

Quem acaba convivendo com esses imigrantes e seus descendentes, vê o quanto são diferentes da imagem passada nas reportagens, um povo tranquilo, de fala calma, educado, simpático, tradicionalista (talvez até um pouco exagerado, mas quem sou eu para julgar) e muito alegre.

Mas principalmente, eu gosto de sua tradição culinária.

sexta-feira, 23 de março de 2012

De trailers, emoções e documentários

Eu já tenho programa para ir quando estiver em São Paulo…

Eu saiu de férias em breve e vou viajar para São Paulo, fico lá uns dias e vou para o Guarujá.

Na sexta-feira santa estreia nos cinemas o documentário “Santos, 100 Anos de Futebol Arte”.

Não tenho dúvidas, vou olhar as programações dos cinemas próximos ao meu local de hospedagem e vou chorar feito criança no escurinho do cinema.

Falo isso porque já verteram algumas lágrimas só com o trailer que acabei de ver aqui na internet, tamanha a emoção que as imagens passaram, portanto, sei o que espera lá dentro.

Vou ter que sair de óculos escuros na noite paulista, mas valerá a pena.

quinta-feira, 22 de março de 2012

De ancestrais de Stonehenge

As imagens abaixo parecem de mais um sítio de escavação arqueológica, né?

Sim, é, mas esse lugar tem uma curiosidade.

Ele fica ao norte da Escócia, nas Ilhas Orkney, a sua ocupação data de mais ou menos 3.200 a. C., e está sendo considerada ancestral de Stonehenge.

A localidade, Ness Of Brodgar, pode ter sido habitada por milhares de habitantes no período Paleolítico, sendo que a área era protegida por um muro de pedras com 4 metros de espessura.

Atualmente apenas 10% do sítio está sendo explorado por pesquisadores.

Eles esperam encontrar pistas de como se comportava a sociedade local, seus rituais religiosos e, por extensão, sua influência na região de Stonehenge e Avebury, local de ocupação de civilização paleolítica na Grã-Bretanha.

Se obtiverem sucesso, os pesquisadores podem jogar alguma luz sobre o templo de pedras de Stonehenge.

De preservação da água

Hoje é o Dia Mundial da Água.

Diversas ações foram intensificadas hoje para a preservação desse líquido tão precioso, afinal, nenhum organismo a base de CHON não consegue sobreviver sem água, e nós nos enquadramos nesse grupo.

Não vou me estender, todos nós sabemos do quão vital ela é.

Deixo então um endereço de um blog que foi lançado hoje, iniciativa da WWF Brasil, da Agência Nacional de Águas e do Banco do Brasil.

Tenham um bom proveito com as dicas, informações e ações que ali serão divulgados.

quarta-feira, 21 de março de 2012

De jogos e piadas

Faz parte da minha juventude, passávamos noites jogando.

Ainda existe.

O instigante desafio de dominar o mundo através da estratégia e de simples lances de dados.

War sempre foi um jogo que absorvia horas.

Mas esses quadrinhos do blog Um Sábado Qualquer é simplesmente imbatível, War levado às últimas consequências...



De melhores do mundo do futebol

Até parece que eu estava preparando terreno quando escrevi sobre listas.

Falei que no futebol fatores externos influenciam escolhas de melhores jogadores.

Bem, ontem o argentino Lionel Messi tornou-se o jogador que mais marcou gols pelo time do Barcelona, com 234 gols anotados.

Sem a menor sombra de dúvidas, ele é espetacular, tem um domínio de bola inimaginável, uma tranquilidade na hora de definir um lance, de driblar um adversário, é hoje em dia o melhor do mundo mesmo, mas…

Somos muito influenciados pelas imagens, Zico e Maradona, na década de 1980, eram tão bons ou até melhores que Messi, e eu vi os dois, sendo que o brasileiro eu cheguei a ver no estádio em sua melhor forma,

Antes deles Pelé, Puskas, Garrincha, Di Stefano, entre outros eram espetaculares, esses eu nunca vi, senão em videoteipes antigos, mas ainda assim se percebia o toque de bola diferenciado que possuíam.

E esse é o diferencial, Messi tem a seu favor a cobertura que se faz hoje em dia, não é culpa dele, pelo contrário.

A tecnologia evoluiu muito ao longo dos anos (ainda bem, afinal se ficássemos estagnados…), nos anos 1950 e 60, quando surgiram Pelé e Garrincha, as câmeras eram paquidermes que pesavam mais de 20 ou 30 quilos, tinham um mecanismo de difícil manutenção e manuseio, além de caríssimas, você mal conseguia colocar duas ou três numa cobertura esportiva, resultando em poucas imagens de um jogo.

Nos anos 1980 elas evoluíram, você já podia levar seis, sete e coloca-las em pontos estratégicos, melhorando a quantidade de imagens de um jogo.

Hoje em dia, existem câmeras profissionais que pesam gramas, cabem na palma da mão, você estende dois fios sobre o gramado e pode controlar uma que passeia no campo, acompanhando o jogo de ângulos nunca imaginados.

As imagens acabam trabalhando a favor do argentino, dando a a impressão de que ele consegue fazer aquilo que ninguém nunca fez, não dá para confirmar, afinal hoje em dia você tem muito mais imagens do que tinha no passado.

Não contesto que Messi seja hoje o melhor jogador do mundo, mas não cairei no lugar comum de querer compara-lo com nomes do passado, isso é impossível, não só porque a tecnologia evoluiu, mas porque as lendas são incomparáveis, e esse argentino está galgando a passos largos um lugar nesse panteão de nomes mágicos, e lá, com certeza, terá um lugar de destaque.

terça-feira, 20 de março de 2012

De comemorar o dia do blogueiro

Estava vendo agora no Twitter, hoje é dia do Blogueiro.

Dia 20 de março, se eu pesquisar no “seo” Google, com certeza encontrarei o motivo de se escolher esta data em específico para comemorar essa pessoa que resolve criar um diário virtual.

Seja para escrever o seu dia a dia, seja para dar dicas de alguma coisa, ou, meu caso, escrever um monte de besteiras.

Tá, até que às vezes escrevo algo que se aproveite, mas meu objetivo é mesmo falar besteiras.

Não sei se me considero blogueiro, apesar de este blog existir desde 26/08/2007 (é, ele foi totalmente reformulado e postagens anteriores a outubro de 2011 foram apagadas) eu me considero inexperiente na brincadeira.

Divulgação de posts, interatividade com outros blogs, na verdade, nada disso me chama a atenção, o que me importa é colocar as minhas besteiras aqui.

Além do que, eu sou péssimo em interações sociais, visitar outros blogs, elogiar e pedir visita, não faço mesmo, pode até ser suicídio na blogosfera, mas eu tenho minha personalidade e não vou mudar.

Sei que tenho muitas visitas para quem mal divulga o blog, uma média de 30 por dia (talvez menos), agradeço a todos.

Acompanhando os dados das visitas, além dos brasileiros, tenho visitantes internacionais, sou curioso, gostaria de entender o que veem aqui, pessoas das mais variadas nações como EUA, Rússia, Holanda, Tailândia, Coreia do Sul, entre outras.

Provavelmente são brasileiros que moram nesses países, talvez não, mas independente disso, são todos bem vindos, é gostoso e divertido ver pessoas de outras localidades, com culturas tão diferentes, visitarem nosso espaço.

Apesar de hoje ser o dia do blogueiro, é a vocês, visitantes, que eu dedico este dia, parabéns.



segunda-feira, 19 de março de 2012

De sensações estranhas

Não lembro agora quem, mas hoje alguém no Twitter falou que amanheceu com uma sensação estranha, que não sabia explicar.

Eu entendo, já aconteceu comigo.

Você amanhece de um jeito que parece não querer sair da cama, não, não é sintoma de depressão, é só uma sensação de que algo muito ruim vai acontecer.

É como fala o ditado: “parece que alguém está sapateando sobre meu túmulo”, mesmo você estando vivo.

O dia passa, a sensação vai se dissipando, nada de ruim acontece, mas você permaneceu o dia em estado de alerta.

Uma tensão desnecessária.

Não sei se é presságio, sexto sentido, se existe alguma explicação eu desconheço.

O que eu sei é que nesses casos, você deve manter sua rotina e ficar mais atento ao seu redor, pode não acontecer nada, mas cautela nunca é demais.

domingo, 18 de março de 2012

De sonhos de ar quente

Não sei qual é a sensação, afinal nunca voei num desses.

Mas a impressão que se tem é que a sensação de paz, silêncio e tranquilidade é enorme.

Sei que não é só enche-los de ar e subir, apreciar a natureza, afinal, existem os cuidados com a altitude, com o sistema de ar quente, muitas vezes a gôndola é pequena, você não pode ter um lugar confortável para sentar, mas mesmo assim, é instigante.

Vez ou outra aparecem notícias de festivais de balonismo, seja no Brasil ou lá fora, ver a festa de cores e formas que sobem e “flutuam” no céu é impressionante, isso eu falo vendo fotos, televisão ou no computador.

Acredito que se eu tiver a oportunidade de ver um "in loco", quem dirá passear num, a minha adrenalina será tanta que eu terei dificuldades de dormir.

Sonhos, mas de paz e tranquilidade.

De listas, opiniões e gostos

Existem algumas coisas que eu tenho aversão, listas é um exemplo dessas coisas.


Afinal, gosto é muito pessoal, nem todo mundo gosta da mesma coisa.

Tudo bem, pode-se argumentar que uma relação elaborada por um grupo de pessoas tenha alguma representatividade, mas mesmo assim, existem fatores externos que podem influenciar uma decisão, mesmo que coletiva.

Não estou falando de futebol, onde é notório que os meios de comunicação influenciam as escolhas de melhores jogadores, afinal, nomes do passado sempre acabam subestimados por falta de imagens como as que existem hoje.

Estou falando de música.

E, para ir contra todas as minhas crenças, achei uma lista que acabo concordando, pelo menos parcialmente.

No mês de Fevereiro último, a Revista Rolling Stones Brasil publicou uma lista feita por sua congênere norte-americana contendo os melhores guitarristas de todos os tempos.

A lista de votantes envolveu músicos, críticos e outros profissionais da área.

Não vou dizer que concordo com ela toda por que existem alguns nomes que me são desconhecidos, ou por participarem de bandas de apoio de cantores famosos, ou por tocarem ritmos que eu pouco escuto (a lista envolveu não só o Rock, mas outros gêneros musicais).

A predominância foi do Rock e do Blues, vê-se isso pelos 15 primeiros nomes ali relacionados e é por causa deles que eu digo que concordo com a lista.

Não sei se na mesma ordem que eles foram eleitos, mas isso já é irrelevante, mas para mim e meu gosto eles realmente estão entre os maiores nomes da guitarra.

Da 16ª posição em diante, já aparecem nomes que conheço pouco ou não conheço, aí fica difícil falar, mas ainda assim é um prato cheio para quem gosta de conhecer novos nomes e descobrir novos sons.

Talvez mais tarde eu viaje pelo Youtube, pesquisando esses nomes (não trarei para cá, para não encher o saco), para ver se gosto ou não, e quem sabe, depois, procurar álbuns deles para comprar…

A lista abaixo não está na ordem da revista, isso é o que menos importa, mas são grandes nomes e Heróis da Guitarra:

Jimi Hendrix, Keith Richards, Jimmy Page, Eric Clapton, Jeff Beck, B. B. King, Eddie Van Halen, Chuck Berry, Duane Allman, Pete Townshend, George Harrison, David Gilmour, Stevie Ray Vaughan, Albert King e Freddy King.

sábado, 17 de março de 2012

De susto no gramado

É estranho, sei lá, tem que levar em consideração que nos últimos anos a comunicação anda muito avançada, o que acontece do outro lado do mundo, com raríssimas exceções, logo chega a nós como informação, seja pela internet, seja pela TV.

Porque estou falando isso?

Porque até meados dos anos 1990 eu não me lembro de ter visto algum jogador sofrer de “mal súbito”, pelo menos se ocorreram casos ou não foram noticiados ou tiveram pouca repercussão.

Recentemente tivemos casos em diversos países, com jogadores de diversas nacionalidades, no Brasil, em Portugal, na França, são alguns que eu me lembro, estes jogadores, infelizmente foram a óbito.

Hoje mais um jogador tombou em campo, Fabrice Muamba, congolês naturalizado inglês, jogador do Bolton Wanderers, em um jogo contra o Tottenham passou mal no final do primeiro tempo e assustou a todos os presentes, imagens que já correram ou correrão pela internet, noticiários, ou qualquer outro meio de comunicação mostram a tensão que permeava o local, com torcedores chorando, ou com fisionomia de descrença, ou sei lá, mas todos consternados, unindo orações e sentimentos para que os médicos conseguissem reanimar o jogador.

Muamba no jogo de hoje

Se foi só a competência dos médicos, eram seis atendendo o jogador, ou se a corrente de pensamento positivo ajudou, ninguém saberá, o fato é que após dois choques com desfibrilador e muita respiração boca a boca o jogador recobrou a consciência e foi encaminhado ao hospital.

Aparentemente a condição clínica do jogador ainda é grave e inspira cuidados, as informações na mídia estão meio desencontradas, mas aparentemente o momento mais crítico já passou.

Provavelmente, se ele superar a crise e não ficar com sequelas dificilmente voltará a jogar profissionalmente e, sinceramente, no momento é o que menos preocupa, o mais importante é que a sua vida seja preservada, pois, com certeza, o time não o desamparará e o empregará de alguma forma.

Finalizo deixando os meus votos de recuperação para o jogador, que ele supere o momento e volte a ter uma vida normal.

Força Muamba.

Momento do atendimento, o jogador está deitado, cercado pelos médicos