Não lembro quando foi (se eu procurar o álbum “Vocês Não Sabem Como É Bom Aqui Dentro” eu saberei, mas deixa para lá) que eu conheci a Banda das Velhas Virgens.
Foi numa loja de Rock que não existe mais, eles não tinham só discos de vinil, CDs e DVDs, tinham mais um porrilhão de coisas, tudo ligado ao bom e velho rock’n’roll.
A loja se chamava Rock Show, tinha no logotipo a marca dos Stones, a Boca do Mick Jagger com a língua de fora.
Eu tenho amizade com os ex-donos, o baterista da banda O Bando do Velho Jack e sua esposa, João Bosco e Marcia.
Uma vez eu estava lá, jogando conversa fora e a Marcia me mostrou um álbum com uma capa azul, uma mulher de calcinha (de biquíni ou não depende da interpretação) com uma garrafa saindo da calcinha.
Ela falou para eu escutar e colocou no som, foi direto no blues “Abre Essas Pernas”, hehe.
Eu que não gosto de putaria, haha, gostei do som e comprei.
Aliás, esse era o meu objetivo lá, comprar alguns álbuns para a coleção, além, é claro, da boa conversa.
Mas não comprei só esse, tinha outro álbum também, e desde então todos os álbuns lançados por essa banda independente eu venho comprando.
Num Natal eu ganhei o livro ”A Banda das Velhas Virgens – 18 Anos de Bar em Bar”, presente da Luciana.
Também tenho dois DVDs que a banda lançou (falta um se não me engano).
Bom, pelo histórico dá para entender que eu gosto mesmo da banda, né?
Toda essa introdução poderia ser abortada, porque eu estou aqui para falar de outro livro, “Na Terra Das Mulheres Sem Bunda”.
Aí a introdução faz sentido, afinal o autor do livro é ninguém mais ninguém menos que o Paulão de Carvalho, vocalista da banda.
Comprei o livro pela curiosidade e por se tratar do Paulão, o cara parece não fazer nada sério.
Ele fez uma espécie de diário de viagem de férias, sobre a viagem que ele fez com a esposa, Dex, para a Europa, com a cara e a coragem.
Como assim?
Simples, eles não compraram pacote turístico nem nada similar.
Simples, eles não compraram pacote turístico nem nada similar.
É o tipo de viagem que eu gosto.
Pesquisaram pela internet os roteiros nas cidades que queriam visitar, fizeram as reservas de hotéis, compraram as passagens, prepararam economia por algum tempo para poderem sobreviver sem sobressaltos nas cidades e, como diz o Paulão no livro, foram no “giro do nariz”.
Você tem mais liberdade, não está escravo dos horários absurdos dos pacotes turísticos, pode ir naquela lojinha simpática que lhe chamou à atenção, comer na lanchonete ou restaurante que oferece melhores preços e foge das armadilhas que os pacotes trazem de brinde.
Uma coisa é certa e é bem explorada no livro, nesse tipo de viagem você tem que estar preparado para camelar.
O negócio é andar, andar e andar, dependendo de onde, pode até usar os transportes urbanos (trem, metrô e ônibus), mas vai gastar sola de sapato mesmo.
Isso tem vantagens e desvantagens.
Corre o risco das intempéries, no meio de um passeio ser colhido por uma chuva forte, por exemplo, subir uma ladeira e depois descobrir que existia outro caminho mais fácil para chegar lá em cima (essa não tem no livro, mas acontece), ter algumas dificuldades de acesso aos lugares turísticos (existem no Brasil algumas "exclusividades" de companhias de turismo), essas são as roubadas mais comuns.
As vantagens é descobrir um beco com uma ou outra lojinha acolhedora, um barzinho transado com boa música e comida, conhecer o morador local no seu habitat natural (não é National Geografic), além do que, para quem tem dificuldades de dormir fora de sua cama, à noite, você chega tão cansado no hotel que quando cai na cama adormece rapidamente, hehehe.
Você aprende a socializar com os funcionários dos hotéis e garçons de restaurantes, afinal, eles moram ali e sabem o caminho das pedras para os melhores lugares para se visitar, fugindo do tradicional museu, loja de conveniências e monumentos dos pacotes.
No livro existe uma lição muito valiosa, quando você vai para uma cidade desconhecida, seja no Brasil ou fora, evite chegar à noite, depois das nove, pois existem possibilidades de você pegar os meios de transportes parando de funcionar, corre risco de fazer um percurso mais longo para chegar ao hotel de destino e, se está no exterior, quase sempre terá dificuldades com o idioma local (nem todo mundo fala inglês, português então nem pensar, e nem todos trabalham ou são treinados para receber turistas).
Porque Terra das Mulheres sem Bunda?
Segundo o Paulão, principalmente na Espanha e na França as mulheres praticamente não tem nádegas, pelo menos não como nós, brasileiros, estamos habituados a ver, hehe.
Existem dicas legais para quem for à Europa, locais para visitar, para não visitar, segredos para viagens (como aproveitar a malha ferroviária europeia) e muita, mas muita cerveja mesmo, afinal é o Paulão, e ele é Velhas Virgens e um camarada para lá de etílico.
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