Na primeira fase deste blog, uma vez eu falei sobre torcidas organizadas.
Não me lembro sobre o que falei, nem o motivo, afinal o post foi apagado, mas com certeza foi algum lance bizarro de selvageria irracional, para eu falar desse bando de marginais só poderia ser sobre isso.
Não era exclusivo desta ou daquela torcida, deste ou daquele time, era geral, afinal, covardes, desordeiros e criminosos só se escondem no meio de grupos que são verdadeiras massas de manobra, valendo-se de um grande número de indivíduos para externar sua violência irracional.
Desta vez foi numa avenida distante cerca de 10 Km do Pacaembu, mas já aconteceu dentro de Estádios, em estações de metrô, na frente de CTs de clubes, enfim, em qualquer lugar onde tiver meia dúzia de acéfalos que se achem protegidos pelo anonimato.
Como eu disse desta vez foi longe do estádio, aparentemente a briga foi marcada através de sites sociais na internet, o certo é que ela foi planejada, ambas as facções estavam preparadas para o confronto.
Porque eu estou frisando isso?
Eu conheço a Avenida Inajar de Souza, andei muito por ela até bem pouco tempo atrás.
Não, eu não morei em São Paulo, mas isso é outra história, o fato é que eu conheço a avenida e principalmente o trecho dela onde se deu a sandice irracional.
Conversei com uma pessoa que mora na região, bem próxima de onde tudo aconteceu, ela me relatou coisas tristes, vou tentar repassar aqui, mas vai depender da memória.
“Não estávamos em casa, havíamos saído para fazer umas compras, portanto não vimos o confronto na hora, o que soubemos foi de relato de vizinhos e do que vimos do rescaldo pós-briga.”
“Eles usaram barras de ferro, quando chegamos várias estavam jogadas no chão, onde também estavam algumas camisas manchadas de sangue.”
“Invadiram a padaria, a farmácia, o açougue, onde conseguiram eles entraram, naquela banca de revistas, alguns empurram a mulher que trabalha lá, jogaram barras de ferro para baixo do balcão e forçaram-na fechar as portas, ficaram com ela lá dentro por cerca de 40 minutos, como se fosse refém.”
“O palmeirense que morreu, levou o tiro na frente do posto, do outro lado da Avenida.”
“Eu não cheguei a ver o confronto e ainda assim fiquei abalada, acabaram com meu domingo, nem quero imaginar como eu ficaria se tivesse presenciado tudo.”
O contexto das frases foram essas, eu coloquei em uma ordem, pois ela, ainda abalada, falava tudo atropelado e tinham outras coisas, mas por aí dá para sentir o clima tenso que ficou a região.
Um bando de boçais acha que pode fazer o que quiser pelo anonimato, pratica selvageria e fica tudo por isso mesmo.
É, fica por isso mesmo, pois o Ministério Público e a Federação Paulista de Futebol podem “banir” essas organizações chamadas torcidas organizadas, aí os líderes vão aos cartórios e onde mais for preciso, mudam o nome da quadrilha, tiram novo CNPJ, se afirmam “sem fins lucrativos” e voltam para as arquibancadas, destilar terror e violência para todos os lados.
Não vou falar sobre soluções aqui, estou mais desabafando, revoltado com o que aconteceu, principalmente por que essa pessoa com quem falei ficou muito abalada, numa outra oportunidade, quem sabe se abra uma discussão sobre soluções, se bem que isso já está acontecendo em meios de imprensa e outros lugares, se vai sair algo concreto, não sei, o que eu sei é que como está não dá para continuar.
Só finalizando, a foto abaixo é meramente ilustrativa, não sei quando ocorreu e nem quais torcidas estavam envolvidas, está certo, sem reclamações, por favor.
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