“…
Água. Não tenho certeza que o caminho seja este, aqueles sujeitinhos pareciam avessos a banho e não tinham cara de que sabiam nadar. Mas o mapa indica que o caminho é por aqui mesmo, curioso.
Será que eu estou lendo certo esse mapa? Espere aí. Sim, a linha aqui representa o curso d’água, o caminho segue mesmo por aqui.
‘Um prêmio’, diziam eles, ‘um pote cheio de ouro que nunca fica vazio’.
E o idiota aqui, ganancioso como ninguém aceitou fazer o serviço. Pegar um mapa roto e rasgado e se embrenhar na mata sozinho. Acreditar em duendes, gnomos e leprechauns, só eu mesmo.
Mas aqueles caras eram estranhos, baixa estatura, sujos demais, cabelos vermelhos, usando verde… se for um trote tenho que parabenizar o grande filho da puta que bolou a história e o cara que preparou a maquiagem deles, era muito convincente.
Mas, vamos parar de pensar naqueles ‘duendes’, vamos ver como seguimos a trilha, eu não quero me molhar, já chega o cansaço e os mosquitos, ficar com as roupas encharcadas não é opção.
Pedras com limo, quer dizer que são muito escorregadias, pular de uma até a outra não dá, paredes altas, não dá para saber o que me espera lá em cima, de repente posso perder a trilha, escalar, então, é fora de cogitação.
Nenhum tronco parece forte o suficiente para me sustentar como se fosse um bote, parece que não há lugares para jogar um gancho com a corda. É, parece que vou ter que me molhar.
…”
(Devaneios sobre uma foto da natureza)
Nenhum comentário:
Postar um comentário