terça-feira, 23 de outubro de 2012

De culinária e ogros

Não conheço o jornalista André Barcinski, nem mesmo o seu trabalho na folha, porém, lendo hoje a resenha de “Guia da Culinária Ogra – 195 Lugares Para Comer Até Cair”, eu achei interessante.

Não sei se comprarei o livro, mas ficou claro que ele é diferente, já que acaba mostrando lugares diferentes onde você pode comer bem e pagando o preço justo. A premissa de André é não se deixar enganar por classificações de estrelas, ou nomes enrolados, ou chefs famosos, pois nem sempre essas qualificações representam boa refeição.

Pelo que li, discordo de um ou outro ponto de vista dele, mas aí é mais questão de opinião pessoal e não me cabe falar contra sua opção, mas no geral em muita coisa acho que ele está certo (ou seja, eu sou um ogro para comer, hahahahaha).

Outra coisa que me chamou a atenção, o guia não é nacional ou internacional, é específico para a cidade de São Paulo (olha de novo a cidade cruzando o meu caminho, adoro essa megalópole), pois ele vem acumulando conhecimentos sobre os restaurantes paulistanos a aproximadamente 15 ou 16 anos e, por sua opinião, a pessoa tem que conhecer bem a cidade para fazer um guia nesse modelo.

Agora, a grande pergunta: ‘Se você não leu o livro, nem tem certeza se o comprará, porque está falando dele?’

Porque numa das resenhas que li é feita uma lista com sugestões (ou mandamentos) para a Culinária Ogra e eu achei de boa oportunidade reproduzi-la aqui. Então, sem mais enrolação, vamos a eles:

DEZ MANDAMENTOS DOS TEMPLOS OGROS

  1. Não pode ter o nome começando por “Chez” ou terminando em “Bistrô”;
  2. A comida precisa ocupar ao menos 85% da área total do prato (de preferência com uma taxa de ocupação de mais de 100%, com bifes que caem pelas bordas);
  3. Não pode ter “Chef” e sim “Cozinheiro”;
  4. Não pode ficar dentro de shopping (nada mais deprimente que praça de alimentação);
  5. Algumas palavras são terminantemente proibidas nos cardápios: “nouvelle”, “brülée”, “pupunha”, “espuma”, “lâmina”, “lascas”, “redução” e “contemporânea”;
  6. Não pode ter “menu” e sim “cardápio”;
  7. Os garçons não podem ser modelos, manequins ou atores, mas, de preferência, velhos e feios;
  8. Os garçons precisam passar no teste da colherinha, que consiste em servir arroz com uma só mão, juntando as duas colheres, sem derramar um grão sequer;
  9. A bebida servida no local tem que “descer bem” e não “harmonizar”;
  10. O teste final: se o garçom, ao ser perguntado ”O que é ‘El Bulli’?”, responder qualquer coisa que não seja ”é onde eu sirvo o café”, o restaurante está sumariamente eliminado.

Ainda existem mais duas dicas, que seguem.

  1. Eu acho que se o restaurante que não tem site ou que tem o site dos mais vagabundos é um ótimo sinal. Se o cara está muito preocupado com o site, não está preocupado com o restaurante;
  2. Adoro ir naqueles restaurantes que têm fotos com celebridades ou pseudocelebridades. É até meio brega, mas muito engraçado. Acho simpático a pessoa achar que aquilo está valorizando o restaurante, já que não pode ter o nome em um guia gastronômico.
 

Nenhum comentário: